“Arrepender-se”
é o “não” e “Siga” é o “sim” da vida batizada. As duas palavras devem ser
praticadas em condições variáveis ao longo de toda a vida comunal e na vida
individual. Nunca chegamos a dominar essas ordens a ponto de podermos passar
para esferas mais elevadas. Elas são básicas e permanecem básicas.
“Arrepender-se”
é uma palavra de ação: mude de direção. Você está indo pro lado errado, pensando
coisas erradas, imaginando tudo ao contrário. A primeira providência a tomar ao
começarmos a vida na comunidade é parar tudo o que estamos fazendo. Não importa
do que se trata, é quase certo que está errado; não importa quanto nos
esforçamos e quão bem intencionados somos. Praticamente tudo em nossa cultura
nos leva a pensar que controlamos nossa vida, que somos a medida de todas as
coisas, que tudo depende de nós.
Depois disso,
siga. Siga Jesus. Seguir o Senhor Jesus Cristo é o “sim” batismal subseqüente
ao “não”. Renunciamos à iniciativa e adotamos a obediência. Renunciamos às
asserções insistentes e passamos a ouvir silenciosamente. Observamos Jesus
trabalhar, ouvimos Jesus falar, acompanhamos Jesus Cristo em novos
relacionamentos, até em lugares estranhos e com pessoas estranhas. Andar com o
Senhor Jesus, observar o que Ele faz e ouvir o que Ele diz são práticas que se
desenvolvem numa vida receptiva e responsiva a Deus, ou seja, numa vida de
oração.
A oração é a
linguagem batismal aprendida e usada na comunidade dos batizados. Isso porque
seguir Jesus não é marchar atrás d’Ele como robôs em formação rígida. A prática
de seguir penetra nosso ser, é interiorizada, chega aos nossos músculos e
nervos; torna-se oração. A oração é aquilo que se desenvolve em nós depois que
saímos do centro e começamos a responder ao centro, Jesus. E essa resposta é
sempre física, um ato de seguir, pois Jesus está Se dirigindo para algum lugar:
Ele vai para Jerusalém e para o Pai. Seguimos Jesus na companhia de Seus seguidores,
cultivando uma vida de oração em nome de Jesus, descobrindo que o Espírito está
ornado ao Pai em nós e por meio de nós.
Eugene H. Peterson. A maldição do Cristo genérico.
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