terça-feira, 16 de abril de 2013

Nosso Pai

Gostaria de chamar a atenção para uma daquelas passagens profundamente tocantes. É um texto que exerceu profundo impacto em minha vida. No acontecimento, Jesus parece esgotado com o ministério; estava por aqui com as pessoas e desejava estar a sós; assim, desaparece furtivamente da multidão para encontrar um lugar tranquilo para orar. Não demora muito, os discípulos percebem sua ausência e lhe saem em busca. Ao atravessarem o vale de Cidrom, quase tropeçam em Jesus. ele está no chão, calado, imóvel, totalmente absorto em oração. Nunca antes tinham visto um homem orar como Jesus. queriam orar como Jesus orava.
Assim, quando Ele por fim Se ergueu do chão, um dos discípulos disse: Senhor, ensina-nos a orar. Foi nas palavras seguintes que Jesus de Nazaré revelou às mulheres e aos homens de todas as idades a verdadeira face de Deus. Ele lhes disse: Quando vocês orarem, digam:

Pai!
Santificado seja o Teu Nome.
Venha o Teu Reino.
Dá-nos cada dia o nosso pão cotidiano.
Perdoa-nos os nossos pecados,
Pois também perdoamos
A todos os que nos devem.
E não nos deixes cair em tentação.

Pai nosso. Palavras conhecidas, talvez tão conhecidas que deixaram de ser reais. Essas palavras eram não somente reias, mas também revolucionárias para os doze discípulos. Filósofos pagãos como Aristóteles chegaram a existência de Deus por meio da razão humana e se referiam a ele em termos vagos e impessoais: causa incausada, motor imóvel. Os profetas de Israel revelaram o Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó de maneira mais calorosa, mais compassiva. Mas somente Jesus revelou a uma comunidade judaica atônita que Deus É verdadeiramente Pai. Se você tomasse o amor de todas as melhores mães e de todos os melhores pais que viveram no curso da história humana, toda a bondade deles, toda a paciência, fidelidade, sabedoria, ternura, força e todo amor e reunisse todas essas qualidades numa única pessoa, o amor dessa pessoa seria apenas uma pálida sombra do Amor e da Misericórdia presentes no coração de Deus pai direcionado a você e a mim neste momento.
Ouvimos um belo eco disso no cap 8 da carta de Paulo aos romanos:

Pois vocês não receberam um espírito
que os escravize para novamente
temerem, mas receberam o Espírito
que os adota como filhos, por meio
do qual clamamos: “Aba, Pai”.

Aba significa literalmente: papai, papá, tatá, meu querido pai.
Nos Estados Unidos, os psicólogos da infância informam-nos que a média dos bebês americanos começa a falar entre a idade de 14 e 18 meses. Independentemente do sexo da criança, a primeira palavra normalmente falada é pa – pa, papá, papai.
Jesus está dizendo que podemos nos dirigir ao Deus infinito, transcendente, todo-poderoso com a intimidade e a confiança inabalável que um bebê de 16 meses experimenta sentado no colo de seu pai – pa, papá, papai.
Você diria que sua vida de oração é caracterizada pela simplicidade, pela sinceridade pueril, pela confiança irrestrita e pela confortável familiaridade de um pequenino engatinhando no colo do Papai? Pela certeza de saber que o papai não se importa se o filho adormecer, se distrair com seus brinquedos ou mesmo começar a tagarelar com seus amigos pequenos, porque papai sabe que o filho no fundo escolheu estar com ele naquele momento? É esse o espírito de sua vida interior de oração?
  
Brennan Manning. O anseio furioso de Deus.

terça-feira, 2 de abril de 2013

O céu está cada vez mais perto!!!

Recebi, hoje, a notícia que o pai de uma querida amiga foi estar com o Senhor. Sei que neste momento a dor é muito grande e que palavras não são suficientes para confortar quem sofre a perda, mas fiquei pensando que é assim que aquele que segue Jesus se expressa, quando alguém parte: "ele ficou ausente de nós para estar presente com o Senhor".
Não deixou de existir, só mudou de endereço. Está ausente do corpo, mas presente com o Senhor. Foi desfrutar das coisas inefáveis aos quais não é lícito ao homem falar, como Paulo escreveu em 2 Coríntios 12, quando comenta, de modo breve, a experiência que teve de ser arrebatado ao Paraíso.
Está seguro nos braços de Jesus, Aquele que o amou primeiro e o amou ao ponto de dar Sua vida em seu lugar, experimentando abundância de alegria e delícias para todo sempre. Está provando, em plenitude e sem restrições, de tudo aquilo que nós só experimentamos, em Deus, como pequenas gotas, nos momentos de maior comunhão, intimidade, arrebatamento e êxtase espiritual, aqui na neste mundo.
Lembra daquele culto inesquecível? Daquele momento em que Deus parecia tão presente e perto que parecia que você quase podia tocá-lo? Daquele momento em que o choro se misturou com o riso enquanto você sentia a presença de Deus inundando o seu interior? Daquele dia em que você não sabia mais se estava na terra ou no céu, tamanho era a consciência da presença, do amor e da graça de Deus que estava tomando você? Inesquecível, não é? Multiplique isto por alguns quintilhões e você e eu teremos um pequeno vislumbre do que aquele que partiu para estar com Cristo está experimentando neste exato momento.
Foi assim, também, que o próprio Paulo descreveu este fato da vida quando se referiu ao fato de que ele mesmo, a qualquer momento, poderia partir e estar com Cristo, o que ele considerava ser incomparavelmente melhor.
Momentos assim me fazem pensar em como o céu está cada vez mais perto de nós. Porque, embora, aqueles que confessam o nome de Jesus não falem mais sobre o céu como os nossos pais na fé falavam e cantavam, ele não deixou de ser uma realidade.
Hoje, as pessoas estão muito mais preocupadas com o imediato, o aqui e agora, o material, o consumo, a aparência, o bem estar terreno e as conquistas neste mundo; mas há vinte anos atrás, eu costumava ouvir as igrejas cantando músicas como "Céu, lindo céu, eu vou morar no lindo céu" e "nossa esperança é sua vinda, o Rei dos reis vem nos buscar. Nós aguardamos, Jesus ainda, té o fim da manhã raiar", ou ainda, "Jesus virá, outra vez aqui, Jesus virá mais outra vez aqui. E todos, juntos, em um só louvor, cantemos sempre: Ele é o nosso Senhor".
Lembro como os pregadores, de então, se emocionavam até às lágrimas, tentando descrever com pobres e limitadas palavras humanas o inimaginável consolo, alegria e paz de estarmos presentes face a face com Aquele que deu Sua vida por nós.
Estaremos com Ele e veremos Seu rosto como Ele é. Não haverá mais dor, nem sofrimento, nem morte, nem doenças, nem lágrimas, nem maldade, nem exploração, nem humilhação e nem escuridão. Ele mesmo enxugará dos nossos olhos toda a lágrima. Aquilo que pode se corromper se revestirá de incorruptibilidade e o que é mortal se revestirá de imortalidade. Então se dirá: A morte foi tragada pela vitória! Porque, como pregou o Rev. Caio Fábio: a morte morreu na cruz!
Daí que a Bíblia chama a volta de Jesus de a bem-aventurada esperança. Cristo vai voltar e nos levar para estar com Ele. Daí que seja qual for o entendimento que você tenha do Apocalipse, das profecias de Daniel ou da ordem cronológica no Sermão Profético de Jesus, registrado em Mateus 24, Marcos 13 e Lucas 21; em uma coisa todos nós podemos concordar: o Rei está voltando!
Basta olhar os sinais à nossa volta. A natureza, gemendo com dores de parto, está gritando isto para nós. Os eventos mundiais proclamam isto todos os dias. O agir soberano, livre e irrefreável do Espírito Santo nos lugares mais longínquos da terra confirma esta verdade. É só ter olhos para ver e ouvidos para ouvir.
Por isso, eu ouso afirmar que o céu está cada vez mais perto de nós. Ou como cantava o Grupo Som Maior, nos anos 80: "Não vai tardar e Cristo há de voltar. Não vai tardar e veremos Jesus".
É então que "aqueles que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro e nós que estivermos vivos seremos transformados e arrebatados, juntamente com eles, para o encontro do Senhor, nos ares, e assim, estaremos para sempre com o Senhor". É com estas palavras que Paulo diz que as pessoas consolassem umas às outras. Jesus vai voltar! Nós vamos encontrar o Senhor e todos os que já partiram antes de nós. Já pensou que grande festa será?
É claro que nós somos humanos, sentimos a dor em toda a sua crueza e intensidade, sofremos e choramos as perdas, e gememos, aguardando este dia, porque somos, apenas, vasos de barro andando sobre pés de argila.
Mas sabe de uma coisa? O céu está cada vez mais perto! Cada dia que passa, ele está cada vez mais perto!
E não é porque os pregadores dos nossos dias não pregam mais sobre isto e porque os cantores dos nossos dias não cantam mais sobre isto, que esta palavra não vá se cumprir. Ela não depende de nós, só depende de Deus. E Deus é Deus o bastante para fazê-la acontecer.
Na verdade, crer nisto traz consolação. E num momento assim é de consolação que precisamos. Não é uma fuga emocional, mas uma consolação. Não é um modo de nos escondermos da realidade ou de confrontarmos os problemas do mundo, como alguns pregadores começaram a propagar e riscaram a mensagem da segunda vinda de Cristo dos seus púlpitos, mas a esperança da Igreja de Jesus. Jesus vai voltar!
O fato é que ainda não estamos no céu, e por mais que alguns queiram e tentem, não há como transformar este mundo caído em céu. No mundo temos aflições. Vivemos num mundo cheio de cardos e espinhos. Neste corpo gememos aguardando o dia da redenção. Em tudo somos atribulados, mas não destruídos, ficamos perplexos, mas não desanimados.
O que a Bíblia ensina é que Deus está nos preparando novos céus e nova terra onde habita justiça.
De fato, a Bíblia diz que somos peregrinos e forasteiros nesta terra e que temos uma cidade da qual o único arquiteto é Deus. Daí que temos sem possuir. Ou, como escreveu, Henri Nouwen, aprendemos a viver com as mãos abertas, sem querer segurar tudo, controlar tudo e possuir tudo. 
Nós não deixamos de viver o dia a dia da vida e nem de amar a vida, a Criação e tudo que Deus nos proporciona, aqui e agora, mas sabemos que não há Evangelho verdadeiro sem a proclamação desta bem aventurada esperança.
O Deus que se fez homem, em Jesus, e que nos reconciliou com o Pai, através de Sua morte e ressurreição, consumando toda a obra, de uma vez por todas e para todo sempre, na cruz, é Aquele que vai voltar. O Cristo que derramou o Espírito Santo Consolador para habitar e viver em nós é Aquele que vai voltar como Rei dos reis e Senhor dos Senhores.

Posso terminar com o verso de um velho hino de Andrae Crouch: "Breve Cristo vem e nós vamos ver o Rei. Breve Cristo vem e nós vamos ver o Rei. Aleluia, aleluia, nós vamos ver o Rei".

Maranata, ora vem Senhor Jesus!

Paulo Cardoso

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Você conhece o desejo de Jesus?

Jesus disse qual era o Seu desejo maior:

“Pai, a minha vontade é que onde eu estou estejam também os que me deste, para que vejam a minha glória, que eu tive junto a Ti antes que houvesse mundo”.

Assim, não há nada que na mente de um discípulo seja problema, nem a morte; pois, se o discípulo vive neste mundo..., para Jesus vive; e se morre, em Jesus morre para viver...

Sim, até o morrer se enche de glória!

Morrer é partir e estar com Cristo.

Viver é Cristo.

Tudo é Ele.

Desse modo, estou salvo.

Salvo de tudo...

Salvo para viver e morrer...

Salvo para ser...

Afinal, aos homens o que de “pior” lhes pode acontecer é morrer...

Mas quando a morte já está morta, o que sobra para problematizar a vida?

Quando eu morrer dêem uma festa!

Jesus estará contente.

Ou não disse Ele que Seu grande desejo era esse?

Sim, qual o desejo de Jesus que seja maior do que me ter em amor, sendo eu capaz de ver Sua glória e me transformar pela percepção dela?

Aqui acabam todos os lutos...

Aqui a morte morre e a existência se faz apenas de vida!

Esta é minha certeza.

Esta é minha alegria.

Este é meu gozo.

É desse modo que estou fadado à glória de Deus!

Aleluia!


Nele, em Quem já estou em glória,


 Caio Fábio

28 de junho de 2009