domingo, 29 de novembro de 2009

Pensamentos de Jesus a seu respeito:

Eu sei que pensamentos tenho a seu respeito, diz o Senhor;

pensamentos de paz e não de mal, para lhe dar o fim que você deseja.

Então, Me invocará, passará a orar a Mim, e Eu lhe ouvirei.
Buscar-Me-á e Me achará quando Me buscar de todo o seu coração.
Serei achado por você, diz o Senhor, e farei mudar a sua sorte.

Jr 29: 11 a 14a.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Jejum agradável a Jesus

Clama a plenos pulmões, não te detenhas, ergue a voz como a trombeta e anuncia ao Meu povo a sua transgressão e à casa de Jacó, os seus pecados.
Mesmo neste estado, ainda Me procuram dia a dia, têm prazer em saber os Meus caminhos; como povo que pratica a justiça e não deixa o direito do seu Deus, perguntam-Me pelos direitos da justiça, têm prazer em se chegar a Deus, dizendo:
Por que jejuamos nós, e Tu não atentas para isso? Por que afligimos a nossa alma, e Tu não o levas em conta?

Eis que, no dia em jejuais, cuidais dos vossos próprios interesses e exigis que se faça todo o vosso trabalho. Eis que jejuais para contendas e rixas e para ferires com punho iníquo; jejuando assim como hoje, não se fará ouvir voz no alto.
Seria este o jejum que escolhi, que o homem um dia aflija a sua alma, incline a sua cabeça como o junco e estenda debaixo de si pano de saco e cinza? Chamarias tu a isto jejum e dia aceitável ao Senhor?

Porventura, não é este o jejum que escolhi: que soltes as ligaduras da impiedade, desfaças as ataduras da servidão, deixes livres os oprimidos e despedaces todo jugo?
Porventura, não é que repartas o teu pão com o faminto, e recolhas em casa os pobres desabrigados e, se vires o nu, o cubras, e não te escondas do teu semelhante?

Então,
romperá a tua luz como a alva, a tua cura brotará sem detença, a tua justiça irá adiante de ti, e a glória do Senhor será a tua retaguarda; então, clamarás, e o Senhor te responderá; gritarás por socorro, e Ele dirá: Eis-Me aqui. Se tirares do meio de ti o jugo, o dedo que ameaça, o falar injurioso; se abrires a tua alma ao faminto e fartares a alma aflita, então, a tua luz nascerá nas trevas, e a tua escuridão será como o meio dia.

O Senhor te guiará continuamente, fartará a tua alma até em lugares áridos e fortificará os teus ossos; serás como um jardim regado e como manancial cujas águas jamais faltam. Os teus filhos edificarão as antigas ruínas; levantarás os fundamentos de muitas gerações e serás chamado reparador de brechas e restaurador de veredas para que o país se torne habitável.

Isaías 58: 1 a 12.
Jejum agradável a Jesus não é a abstinência de alimentos.
Jejum agradável a Jesus é que vivamos em AMOR

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Pastor: líder e terapeuta

Tenho observado nestes últimos anos duas grandes mudanças culturais que atingiram em cheio o coração da vocação e do ministério pastoral. Estas mudanças são de natureza semântica e trazem desdobramentos, nem sempre percebidos, que afetam grandemente os pastores e, por conseqüência a igreja. São duas palavras que foram recentemente incorporadas na descrição da vocação pastoral: líder e terapeuta.
Fala-se cada vez menos em formação pastoral e mais em formação de líderes. Curiosamente, “líder” não é uma palavra que aparece na Bíblia para descrever aquele que serve a Deus em Sua igreja. Também na aparece na longa história de vinte séculos de vocação pastoral... trata-se de uma expressão relativamente nova...
A expressão “pastor” ou “sacerdote” é teológica e biblicamente mais bem definida. Embora suas imagens sejam emprestadas da vida rural ou dos ritos pagãos, ajustam-se ao propósito bíblico do chamado divino. A expressão “líder”, porém, tem sua definição claramente determinada pelo mercado e pelo contexto secular...
Os líderes estão mais ocupados e preocupados com estruturas eclesiásticas, crescimento estatístico, ferramentas tecnológicas, funcionalidade. São realidades que não podemos negar, mas que não se constituem na vocação. Como pai e marido, tenho responsabilidades, contas para pagar, consertos domésticos para fazer, poupança para comprar uma casa própria, mas não é isto que define minha vocação de pai, um lar, uma família. O que define um lar é a comunhão e a amizade, o crescimento e o amadurecimento pessoal, espiritual. Moral e afetivo, a hospitalidade, o perdão, a Graça de Deus. É isto que o apóstolo Paulo quer dizer quando afirma em sua carta aos Gálatas: “...meus filhos, por quem, de novo sofro as dores do parto, até ser Cristo formado em vós”. Para ele, o que mais importava não era a funcionalidade de seu ministério, o sucesso de sua carreira, a eficiência de seu apostolado, mas Cristo, a imagem de Cristo sendo refletida na vida de seus filhos e filhas na fé.
Nossas igrejas hoje refletem mais as estruturas eficientes do mercado e menos a glória da imagem de Deus em Cristo. No entanto, as ovelhas de Jesus clamam cada vez mais por pastores, pastores com tempo e compaixão para ouvir o clamor de suas almas cansadas, aflitas, confusas em busca de orientação, maturidade, transformação.
A outra mudança na vocação pastoral é a introdução da figura do terapeuta, que ganhou popularidade na segunda metade do séc. XX, depois que Freud a introduziu no final do séc. XIX... O que precisa ficar claro é que pastor e psicólogo são realidades completamente diferentes.
Quando alguém vai até o pastor, não está procurando um psicólogo, mas um pastor. É grande a frustração quando, em vez de conduzir a ovelhas de Cristo no caminho da comunhão e reconciliação, o pastor envereda por conversas, perguntas e preocupações que nenhuma relação têm com a oração, com Deus e com a vida outorgada por ele.

Ricardo Barbosa de Souza

terça-feira, 17 de novembro de 2009

O pastor contemplativo

A oração é a ação mais humana em que podemos nos envolver. Temos o comportamento em comum com os animais. O pensamento em comum com os anjos. A oração, atenção e reação do ser humano perante Deus, é humana.
Todas as pessoas, crentes e descrentes, que estudaram muito e cuidadosamente a singularidade da iniciativa humana concordam nesse ponto: a oração é a nossa atividade mais fundamental. A vida de oração, sua prática, está no centro da atividade humana. Observada no contexto das civilizações mundiais e estendida pelos séculos, o que se destaca é o lugar estranho que nós pastores modernos ocupamos no panorama da oração. Para nós, ela é um produto de consumo. É um item na lista da piedade, mais ou menos externo a nós, e em grande parte trivializado.
Isso realmente é estranho. Sacerdotes, gurus, profetas, curandeiros e xamãs de todos os grupos religiosos que conhecemos, se descrevem basicamente como pessoas que oram. Seu negócio é com Deus, o espírito e a alma. Responsavelmente ligados a tudo que é natural, sua meta é o sobrenatural.
É raro encontrar pastores modernos que sejam realmente contemplativos. Que abracem as disciplinas que nutrem um acesso contínuo e pronto à alma e a Deus, que se vejam como pessoas de oração dentro de uma comunidade de oração. Como foi que nos desconectamos de nossos ancestrais que tanto oravam?
A tarefa à qual me dediquei, e na qual encontrei ajuda em Jonas, é recuperar a consciência da realidade abrangente e integradora da oração – especialmente para pastores. Porque os pastores, cuja tarefa principal é ensinar pessoas a orar e orar por elas, estão tratando a oração como um ato cerimonial. Se quisermos que a santidade vocacional seja algo além do desejo piedoso, nós os pastores devemos mergulhar nas profundezas da oração...
Ainda não somos uma multidão, mas as minorias têm a fama de produzirem transformações...
Estamos procurando uma saída, ou um retorno, uma maneira de viver no que estou aprendendo a chamar de vida de santidade vocacional. A contemplação é o caminho. Pegar esse caminho – colocando um pé diante do outro com certeza e perseverança – é uma questão de grande urgência, pois o número de almas danificadas entre os que trabalham com as almas dos outros é enorme. Ainda não vi as estatísticas dos naufrágios dos que falam e agem em nome de Jesus nesse mundo de tempestades de dor e pecado (como as estatísticas anuais que temos da carnificina em nossas estradas), mas os números, se os tivéssemos, certamente nos chocariam e alertariam. No momento em que alguém assume o trabalho que lida com nossos semelhantes no centro e no fundo do ser, onde Deus , pecado e santidade são questões principais, ficamos sujeitos a inúmeros perigos, interferências, fingimentos e erros que de outra forma não nos ameaçariam. O suposto “trabalho espiritual” nos expõe a pecados espirituais. Tentações da carne, por mais difícil que seja resistir a elas, pelo menos são fáceis de detectar. As tentações do espírito geralmente aparecem disfarçadas de convites à virtude.
Qualquer cristão corre risco em qualquer uma dessas tentações. Porém, aqueles que trabalham abertamente como cristãos – pastores, professores, missionários, capelães, reformadores – vivem num ambiente muito perigoso, porque A própria natureza do trabalho é uma tentação constante ao pecado. O pecado é, para usar uma palavra antiga, o orgulho. Geralmente é quase impossível identificá-lo como orgulho, especialmente nas primeiras fases. Parece e dá a sensação de compromisso enérgico, zelo sacrificial, devoção altruísta.
Esse orgulho agravado pela vocação geralmente começa na fronteira entre fé pessoal e ministério público. Em nossa fé pessoal, acreditamos que Deus nos criou, salvou e abençoou. Em nossa vocação ministerial, embarcamos numa carreira de criar, salvar e abençoar no lugar de Deus. Tornamo-nos cristãos porque nos convencemos de que precisávamos de um Salvador. Entretanto, na hora em que embarcamos na vida ministerial, começamos a agir pelo Salvador.

Algo quase sempre dá errado. Em nosso zelo de proclamar o Salvador e cumprir seus mandamentos, esquecemos de nossa necessidade básica e diária do Salvador. A princípio, é quase invisível essa diferença entre nossa necessidade do Salvador e nosso trabalho pelo Salvador. Sentimo-nos tão bem, tão agradecidos, tão salvos. Essas pessoas ao nosso redor se encontram tão necessitadas! Lançamo-nos diretamente à luta. No caminho, a maioria de nós acaba identificando nosso trabalho com o de Cristo de tal maneira que o próprio Cristo é deixado de lado, e nosso trabalho recebe toda a atenção. Porque a obra é tão atraente, tão envolvente – tão correta -, trabalhamos com o que parece ser energia divina. Um belo dia, nos encontramos (ou os outros nos encontram) acabados de tanto trabalhar. O trabalho pode ser maravilhoso, mas à medida que trabalhamos, acabamos nos tornando bem menos que maravilhosos, ficamos irritados, exaustos, implicantes e condescendentes.
A alternativa para agir como deuses que não precisam de Deus é nos tornarmos pastores contemplativos... A contemplação compreende as enormes realidades de adoração e oração sem as quais nos tornamos pastores obcecados pelo desempenho profissional e pelos programas...
A vida contemplativa cria e libera grande quantidade de energia para o mundo – a energia vivificante da Graça de Deus, e não a agitação irritante de nosso orgulho.


Eugene Peterson. A vocação espiritual do pastor. Ed. Textus.


PENSE CARINHOSAMENTE NISSO EM ORAÇÃO!!!

Denise Gaspar

Como O conhecemos????


“(A Deus) aprouve revelar Seu Filho em mim”, Gl 1:16.

Ainda que pudesse, eu não trocaria de lugar com os discípulos, nem com aqueles que estavam no Monte da Transfiguração. E Cristo com quem conviveram estava limitado pelo tempo e espaço. Ele estava na Galiléia? Portanto, não poderia ser encontrado em Jerusalém. Estava em Jerusalém? Logo os homens O procuravam em vão na Galiléia.

Hoje, Cristo não se limita pelo tempo nem pelo espaço, pois vive segundo o Poder de uma Vida Eterna, e aprove ao Pai revelá-Lo em meu coração.

Ele esteve com eles por vezes; porém, está comigo sempre.

Eles O conheceram segundo a carne, viram-no, tocaram-no, conviveram com Ele no mais íntimo contato.

“E, se antes conhecemos Cristo segundo a carne, já agora não O conhecemos deste modo”, (2Co5:16) e, não obstante, eu O conheço em verdade, pois O conheço segundo aprouve a Deus que Ele fosse conhecido.

Deus não me concedeu o espírito de sabedoria e revelação no conhecimento de Cristo?

“Não foi carne e sangue quem to revelaram, mas meu Pai, que está nos céus,” (Mt16:17)

O fundamento da Igreja não é apenas Cristo, mas também o conhecimento de Cristo.

A tragédia hoje é que muitos de nós nas igrejas – na verdade, muitas assim chamadas igrejas --, carecem deste fundamento. Não O conhecemos. Para nós, Ele é um Cristo teórico ou doutrinário, não um Cristo revelado.

Entretanto, a teoria não prevalecerá contra o inferno, que é o que Jesus declara Sua igreja fará. Será que nos esquecemos da razão pela qual fomos chamados?

Visitando lares no ocidente, eu via por vezes, um belo prato de porcelana que não se destinava a ser usado à mesa, mas, a ser pendurado na parede como um objeto valioso de decoração. Parece-me que muitos pensam na Igreja desta forma: como algo a ser admirado pela perfeição de sua forma.

Pelo contrário, a Igreja de Deus serve para uso e não para decoração!

Uma aparência de vida pode parecer suficiente quando as condições são favoráveis, mas quando as portas do inferno se levantam contra nós, sabemos muito bem que o que cada um de nós necessita, acima de tudo, é de uma visão dada por Deus de Seu Filho.

É o conhecimento pessoal que tem valor nos momentos de provação.

W. Nee. Uma mesa no deserto: ouse encontrar-se com Deus todos os dias, ed. Dos Clássicos.

domingo, 15 de novembro de 2009

O barquinho

Aliança

“Em contraste com nossa civilização, os hebreus vivem num mundo de aliança em vez de contratos. A idéia de contrato era-lhes desconhecida.
O Deus de Israel ‘se importa pouco com contratos e relações financeiras, bem como despreza a obediência e servilismo de um escravo.

A esfera que Ele escolheu para tratar com o homem é a Aliança’.

O relacionamento que mantém com a outra parte é de benevolência e afeição... A vida de Deus interage com a das pessoas.

Viver em aliança significa participar do companheirismo entre Deus e Seu povo.

A religião bíblica não corresponde ao que o homem faz com seu tempo de solidão, mas sim ao que ele faz em face da preocupação que Deus tem por todos os homens”.


Abraham J. Heschel. The Prophets.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

A Palavra como meio

Algumas pessoas podem perguntar: Por que a luz de Deus foi oferecida em forma de linguagem? Como é concebível que o divino esteja contido em vasos tão frágeis como consoantes e vogais?

Essa pergunta revela o pecado de nossa era: tratar de forma superficial o meio que transporta as ondas de luz do espírito.

O que mais é capaz de unir os homens através das distâncias do tempo e do espaço?

De todas as coisas terrestres, as palavras são o que nunca morrem.

Há tão pouca matéria nelas, porém tanto significado ...

Deus tomou palavras hebraicas e soprou nelas Seu Poder, e elas se tornaram um vínculo vivo, carregado com o Espírito Divino.

A partir desse dia, as palavras se tornaram ligações entre o céu e a terra.

Que outro meio poderia ser empregado para conduzir o divino? Figuras esmaltadas na Lua? Estátuas esculpidas nas montanhas?

Abraham Heschel. God in seach of man. Citado por Eugene Peterson, in Ânimo.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Ele dormiu

“Naquele dia, sendo já tarde, disse-lhes Jesus: Passemos para a outra margem. E eles, despedindo a multidão, O levaram assim como estava no barco; e outros barcos o seguiam. Ora levantou-se grande temporal de vento, e as ondas se arremessavam contra o barco, de modo que o mesmo já estava a encher-se de água. E Jesus estava na popa, dormindo sobre o travesseiro; eles O despertaram e Lhe disseram: Mestre, não te importas que pereçamos? E, Ele, despertando, repreendeu o vento e disse ao mar: Acalma-te, emudece! O vento se aquietou, e fez-se grande bonança. Então lhes disse: Por que sois assim tímidos? Como é que não tendes fé? E eles, possuídos de grande temor, diziam uns aos outros: Quem é Este que até o vento e o mar Lhe obedecem?” Mt 8: 23 a 27.
...

Jesus estava no barco. Eles não tinham a menor dúvida da Presença de Jesus e, nem tão pouco, de Seu Poder. Eles já O vinham acompanhando e observando. Ouvi meu pastor algumas vezes dizendo que se Jesus estava dormindo eles deveriam puxar o travesseiro e dormir também. Isso é confiança. Isso é certeza de Seu Poder.
Esse entendimento traz a resposta para a pergunta: “Como pôde haver uma tempestade estando Jesus no barco?”. “Como pode haver uma tempestade quando estamos fazendo aquilo que o Senhor nos mandou fazer?” Foi Jesus que mandou que entrassem no barco e passassem para o outro lado.
A Presença de Jesus não nos garante ausência de problemas, tempestades e dores. A presença de Jesus nos garante que sairemos ilesos deles. Se confiamos n’Ele, se sabemos que estamos enfrentando uma circunstância difícil fazendo ou estando onde Ele nos quer, então só nos resta uma saída: descansar.
Se o Mestre dorme profundamente, não pensemos como os aprendizes que iam com Ele no barco: que Ele pouco Se incomoda que venhamos a perecer. Se o Mestre dorme, durmamos.
Bom é trazermos à lembrança o que nos dá esperança:

“Aquietai-vos e sabei que Eu Sou Deus,” (Sl 46:10).
“Porque assim diz o Senhor Deus, o Santo de Israel: Em vos converterdes e em sossegardes, está a vossa salvação; na tranqüilidade e na confiança, a vossa força”, (Is 30:15).

Denise Gaspar 19-01-2007

domingo, 8 de novembro de 2009

Bem-aventurados os insáciaveis!!!


Mateus 5:6; 6:25-34

O conceito humano de SANTIDADE relacionado ao mundo material, faz com que se admire uma pessoa e sua espiritualidade tanto mais quanto essa tal pessoa possa viver em simplicidade, com muito pouco, ou quase nada; e, assim, nesse estado, viva contente.

Desse modo, quanto menos uma pessoa precise para viver, mais revela sua beleza e sua perfeição de consciência; e mais será admirada pelos homens. Assim, quanto MENOS prisão e desejo pelo que é material, mais liberdade e contentamento.

Mas esse mesmo princípio—o de desejar pouco, ou quase nada—não se aplica em relação a Deus. No que respeita a Deus a SANTIDADE é a sede, é a fome, é a necessidade, é busca, é o desejo de ter mais, de ser mais em Deus e para Deus...e que é fruto de se saber como um “MENOS”, como o menor, como o mais carente.

“Dos pecadores eu sou o principal”—dizia Paulo.

Portanto, quanto mais imperfeito for o homem para si mesmo, e quanto mais carente de Deus, tanto mais perfeito será o seu imperfeito caminhar.

Precisar de Deus não é vergonha. Alias, nada eleva tanto um ser humano quanto sua pobreza espiritual, sua fome, sua necessidade.

Nada há mais horrível do que se ver alguém que passa pela vida sem sentir falta de Deus; sem achar que precisa Dele.

Afinal de contas, o que é o homem?

Jesus disse em Mateus capítulo seis que o homem não é um show cósmico de ornamentos. Lírios são externamente mais belos!

A vida do homem não consiste nos bens que possui, e nem sua beleza humana se manifesta como afirmação de pobreza como virtude.

O que torna um homem grande é sua pequenez; e, sobretudo, sua consciente carência de Deus!

Assim, paradoxalmente—como sempre—, o grande poder de um homem vem de sua total consciência de fraqueza.

Sim, o poder de um homem vem de sua total admissão de incapacidade quanto a realizar qualquer coisa. Sim, o poder do homem vem dele dizer e crer que sem Deus nada se pode fazer.

Quando sei que não posso Nada, então, nada podendo, Deus pode por mim.

Desse modo, a virtude humana diante de Deus é o inverso de sua virtude diante dos homens; pois se entre os homens o santo é que não precisa de quase nada, e vive contente; todavia, diante de Deus, o homem que caminha em perfeição é justamente o que carece, o que quer mais, o que não se contenta...e tem sede.

Isto porque mesmo que alguém aprenda a se contentar materialmente com Nada, ou quase isso; no entanto, em Deus, e no espírito, ele só será coerente com seu próprio caminho de simplificação material, se, todavia, viver como alguém que pede, busca, bate, e confessa total carência.

Isto porque aquilo que é elevado diante dos homens, disse Jesus, é abominação diante de Deus; inclusive o show de simplicidade e virtuosismo material—pela simplificação dos desejos materiais—, que de nada vale se o coração não viver sempre com fome, e almejando comer o Pão que está na mesa de Deus.

Caio Fábio

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Nossa necessidade do Poder de Deus


Para vivermos da forma que Deus quer... Para nos tornarmos mais parecidos com Cristo... Para seguirmos nossa jornada sabiamente... Precisamos tanto do perdão de Deus quanto de Sua bondade. Precisamos da obra de Jesus por nós e precisamos da obra do Espírito Santo em nós. À grande Graça do perdão Deus acrescenta a grande Graça do Espírito Santo.
As pessoas têm muitas idéias diferentes sobre o Espírito Santo – algumas baseadas na Bíblia, algumas não. Alguns comparam o Espírito Santo a uma força espiritual impessoal, um pouco como a eletricidade ou a gravidade. Outros pensam no Espírito em termos de emoção ou sentimento; quando acham que sentem a presença de Deus dentro delas, classificam o sentimento como “o Espírito Santo”. E há os que pensam apenas na Graça que o Espírito pode conceder a eles. Esses, porém, não entenderam o fundamental.
A Bíblia nos diz que há três importantes verdades sobre o Espírito Santo. Primeira, Ele é uma pessoa. Ele tem todos os atributos ou características de uma pessoa. Ele fala conosco, Ele nos ordena, Ele intercede por nós, Ele nos ouve, Ele nos guia, e assim por diante. Também podemos mentir para Ele ou ofendê-Lo; podemos até mesmo blasfemar contra Ele ou magoá-Lo. Nada disso seria possível se Ele fosse apenas uma força impessoal – mas isso é possível, porque Ele é uma pessoa. “O próprio Espírito testemunha ao nosso espírito que somos filhos de Deus”, (Rm8:16).
Segundo, Ele é uma força. O Espírito Santo é um canal ou instrumento invisível de Poder de Deus no mundo, aquele por intermédio de quem Deus opera para realizar Seu desejo. Antes do mundo ser criado, “o Espírito de Deus Se movia sobre a face das águas”, (Gn1:2). Jó declarou: “o Espírito de Deus me fez”, (Jó33:4). Lemos sobre Sansão que “o Espírito do SENHOR apossou-Se dele” e ele conseguiu se libertar de seus captores, (Jz15:14). Quando Deus escolheu Beseleel para supervisionar a construção do Templo ou Tabernáculo onde as pessoas iriam cultuar, ele disse: “E o enchi do Espírito de Deus, dando-lhe destreza, habilidade e plena capacidade artística para (...) executar todo tipo de obra artesanal”, (Ex31:3).

Terceiro, Ele é Deus. Assim como Deus é plenamente divino, também o Espírito Santo é plenamente divino. A Bíblia também diz que é eterno – assim como Deus é eterno. A Bíblia também diz que Ele está presente em toda parte e que é onisciente e todo-poderoso – mais uma vez, atributos exclusivos de Deus. (Satanás, por acaso, não é assim; Ele é poderoso, por exemplo, mas não todo-poderoso.)
Ademais, a Bíblia declara explicitamente que o Espírito Santo é Deus: “O Senhor é o Espírito”, (2Co3:17). Em certo momento, a Bíblia O chama de “o Espírito de Cristo” ou “o Espírito de Deus” – novamente indicando Sua natureza divina. O Espírito Santo é o próprio Deus. Assim como Deus é uma Pessoa, também o Espírito Santo; assim como Deus é todo-poderoso, também o Espírito Santo. O que é verdade para Deus é verdade para o Espírito Santo, porque Ele é Deus.

No final de uma de suas cartas, Paulo escreveu: “A Graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo sejam com todos vocês”, (2Co13:14). Todos três – Pai, Filho, Espírito Santo – são distintos, mas também são unidos como um. Nós não adoramos três deuses (coisa de que os cristãos algumas vezes foram acusados); nós adoramos um Deus, que Se revela a nós em três pessoas. Alguns usam o sol para ilustrar a Trindade: o sol é um objeto no espaço, mas ele produz luz e calor – e ainda assim ele é um. A água pode ser um sólido, um líquido ou um gás, mas continua a ser água.
O filho pequeno de um amigo meu estava perguntando ao pai como Deus pai podia ser Deus e Jesus, o Filho, também podia ser Deus. Isso não faria de Jesus Seu próprio pai? – perguntou ele (crianças têm o hábito de fazer difíceis perguntas teológicas!). eles estavam no carro da família, e com uma inspiração súbita meu amigo respondeu algo assim: “Filho, sob o capô do carro há uma única bateria, mas eu posso usá-la para acender os faróis, tocar a buzina ou ligar o carro. Como isso acontece é um mistério para mim – mas acontece!”
Essas imagens podem nos ajudar a compreender a verdade da Trindade, mas nenhuma delas a explica completamente. No fim é um mistério que nunca iremos compreender deste lado da vida. Sempre me lembro das palavras de Paulo: “Agora, pois, vemos apenas um reflexo obscuro, como se em espelho; mas então veremos face a face. Agora conheço em parte; então conhecerei plenamente”, (1Co13:12). Mas isso não elimina a verdade. Nós cultuamos Deus como Pai, Filho e Espírito Santo, pois isso é o que Ele É: a Santíssima Trindade.

É educativo destacar alguns dos termos usados por Jesus para descrever a obra do Espírito Santo. O Espírito, disse ele, nos convencerá de nossos pecados: “Quando Ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo”, (Jo16:8). Antes mesmo que possamos nos entregar a Cristo, o Espírito Santo precisa primeiramente nos convencer de nossos pecados e abrir nossos olhos para a verdade do Evangelho.
Ele também será nosso professor e guia: “Quando o Espírito da verdade vier, Ele os guiará a toda a verdade”, (Jo18:13). É por isso que a Bíblia é tão importante, porque o mesmo Espírito que guiou sua redação agora quer que a compreendamos – e sem Ele não podemos compreender plenamente seu significado. Ele também nos guia diariamente enquanto buscamos o desejo de Deus para nossa vida.
Além do mais, disse Jesus, o Espírito nos ajudará a contar aos outros sobre Cristo: “Mas receberão Poder quando o Espírito Santo descer sobre vocês, e serão Minhas testemunhas (...) até os confins da terra”, (At1:8) o Espírito está à frente de nós quando O invocamos – preparando o caminho, dando-nos as palavras e nos incutindo coragem.

Billy Graham, A jornada, ed. Thomas Nelson Brasil.