sábado, 28 de fevereiro de 2009

É pra comer. Não é pra conhecer o cardápio.


Sem "teologia" e sem "doutrina" de nenhum tipo, a simples leitura do Evangelho nos deixa saber o que é bom para a vida, e como também se deve viver, sem que isto demande nenhuma "explicação" especial àquele que deseja se beneficiar da Boa Nova.

Sim, a Boa Nova não tenta convencer à priori. Ela simplesmente diz: "Me experimente. Se você provar, você saberá que é verdade. Não antes. Não por nenhum outro modo ou meio."

O convencimento da Boa Nova vem da realização do que é Bom. É simples assim.

Um "Evangelho" que seja um pacote de crenças e doutrinas e uma "embalagem de Deus" segundo algumas teologias, serve muito à criação de um espírito religioso, e que se arroga a ser melhor não por causa do Bem que realize, mas em razão da suposta superioridade dos valores de conduta apregoados.

"Eu vim para que tenham vida; e vida em abundância"— jamais poderá ser substituído por "Eu vim para que vocês fiquem sabendo qual é o conjunto da verdade e, assim, sejam superiores aos demais homens ignorantes".

O único modo de aferição da verdade do Evangelho só acontece na vida, e não porque alguém ganhou uma discussão teológica contra um herege, mas sim pelo resultado da existência, se é plena de vida, conforme a justiça, a paz e a alegria no Espírito Santo.

Desse modo, o Evangelho não tenta explicar nada, mas convida a uma confiança que é fruto de se ter tido um toque da Graça, e que se transforma numa atração, e que se entrega como rendição, gerando a resposta do "seguir" a Jesus.

Assim, aquele que se entrega a Jesus não recebe um pacote de explicações, mas sim aceita seguir porque foi convencido pela experiência do bem do Evangelho, e que tocou o indivíduo de alguma forma, fazendo-o provar que o "Senhor é bom".

Portanto, tal pessoa não fica preocupada em "entender Deus". Sua felicidade está em que Deus a entende. Assim, ela caminha sem querer saber o que Deus está planejando, mas apenas o que Jesus propõe como caminho. E, para ela, cada coisa não é passível de uma explicação, mas sim de uma resposta própria. Desse modo, se impotente, ela ora; se abastada, ela agradece; se visitada pela calamidade, ela confia no bem oculto no amor de Deus; se é objeto de perseguição, ela exulta; se milagres acontecem, ela se alegra; se não acontecem, ela se entrega ao milagre da confiança...

Enfim, tal pessoa aprende o "como", não o "por quê" das coisas. Aliás, ela até poderá aprender o "por quê", desde que antes tenha a coragem, em fé, de viver conforme o "como" do Evangelho.

É o "como" do Evangelho que explica o seu "por quê"—isto quando explica. E, normalmente, a "explicação" nunca é "lógica pela lógica", mas sim algo que se experimenta como bem interior, inexplicável, e que convence o coração acerca da verdade pela paz que promove no interior, e cujos frutos se manifestam como "modo" de caminhar.

Não é à toa que Paulo diz que é a "bondade de Deus que conduz ao arrependimento". Sim, no Evangelho, tudo o que se estabelece como genuíno e duradouro decorre da experiência da bondade de Deus.

É, portanto, a experiência de Deus como bem para o ser, aquilo que muda a mente, que provoca a metanóia, que gera o arrependimento—a mudança de mente e, por conseguinte, de caminho.

Como eu disse no início o Evangelho não oferece explicações, mas diz como se deve viver. E é desse "como", que não é um manual de condutas, mas sim um modo de ver, de ser, de valorizar, de desvalorizar, de reagir, de agir conforme princípios, e de enfrentar a existência—que vem o crescimento da fé.

Por isto é que no Evangelho as coisas caminham de fé em fé; assim como também crescem de experiência em experiência (Rm 5:1-5). E no final não se fica entendendo tudo, mas se experimenta o amor de Deus, e que traz consigo uma esperança que não nos deixa jamais confusos acerca de nada, muito menos acerca das tribulações e dos absurdos da existência.

Somente aquele que se abandona e pratica o Evangelho em fé, e conforme toda a confiança, é que experimenta a Verdade conforme Jesus; visto que a Verdade só se faz verdade para o indivíduo, se for por ele provada, conforme Jesus (João 7: 17).

Daí o escritor de Hebreus advertir quanto a se "ter provado os poderes do mundo vindouro" e ter deixado para trás o que se sabe por experiência do coração, conforme a experiência da Graça.

O grande mal que se pode fazer a si mesmo, segundo o Evangelho—e sem explicações doutrinário-teológicas—, é experimentar o seu bem e, depois, trocá-lo pela religião das normas, mas que não produz bem real à vida; antes, pelo contrário, seca-a dos bens originais e dá a ela a presunção da verdade na forma de religião. Aliás, esse é o espírito inteiro da Carta aos Hebreus.

A "Queda" se consumou na experiência, não na especulação acerca da verdade ou da mentira, do bem ou do mal. "Tomou do fruto e comeu"— é o que se diz. Assim foi com o primeiro Adão e, muito mais, é assim concernentemente ao segundo Adão: Jesus. "Quem comer tem a vida... quem de mim se alimenta, por mim viverá..."

Ora, assim como o pecado se fez consumar pela experiência, assim também o bem do Evangelho se faz conhecer pela experiência da fé, e que dá acesso ao fruto da Árvore da Vida.

"Tomai e comei!" — é assim no Evangelho.


Caio

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Carnaval ! ! !




“Muita gente se espanta ao saber que quem inventou o Carnaval foi a Igreja Católica Apostólica Romana. Tudo começou em 604, quando o papa Gregório I determinou que todos os anos os fiéis deveriam dedicar-se, durante 40 dias, a assuntos espirituais.

No período que ia da Quarta-Feira de Cinzas até o Domingo de Páscoa, o povo deveria entregar-se à austeridade e ao jejum. Era a Quaresma, período que serviria para lembrar os 40 dias que Jesus passou no deserto consagrando-se.

Durante a Quaresma, era proibido comer carne. Foi então que alguns “carnais” entraram em ação e fizeram a seguinte proposta: já que iam ficar tanto tempo em abstinência, por que não permitir que o povo cometesse algumas extravagâncias antes ? Os padres concordaram, e essa libertinagem foi oficialmente aprovada e incentivada por alguns papas carnavalescos, como Paulo II e Paulo VI, nos séculos XV e XVI, respectivamente.

Um fato curioso é que o Carnaval só é comemorado em países católicos.

Esses dias de “vale tudo” que antecedem a Quaresma, em que as pessoas ficam 40 dias sem comer carne, passaram a ser chamados de “adeus à carne”, quem em italiano é “carne vale”, ou “carnavale", resultando na palavra “carnaval”. Ou seja: se a Igreja Católica Romana não tivesse criado o período da Quaresma, não haveria hoje o Carnaval.

É necessário também saber que as folias do Carnaval estão ligadas às festas pagãs romanas, que eram calcadas em muita licenciosidade sexual, bebedeira, glutonaria, orgias coletivas e muita música. Eram conhecidas como bacanais ( em homenagem a Baco, o deus do vinho e da orgia ), lupercais ( em homenagem ao deus obsceno Pã, também chamado de Luperco), e saturnais ( em homenagem ao deus Saturno que, segundo a mitologia grega, devorou seus próprios filhos).

O resultado físico, moral e espiritual desta festa é estampado em noticiários e jornais toda Quarta-Feira de Cinzas, e é o retrato falado do ser que está por trás dessa algazarra pagã, comandando-a: o diabo.

Sendo assim, aos que não participam desta festa, meu conselho é que continuem de fora; e aos que participam ou pretendem participar, meu conselho está em Jeremias 51:45: “Sai do meio dela, ó povo meu, e livre cada um a sua alma, por causa do ardor da ira do Senhor.” ”

( Pastor Silas Malafaia – Editorial da Revista Fiel – Ano V- Nº 15 – Fevereiro de 2009 )

Esclarecedora essa mensagem para aqueles que tinham alguma dúvida sobre a inocência do carnaval.

O samba é um som contagiante, é verdade, é quase impossível permanecer parado.

Somos inteligente e sabemos que a maioria dos que se envolvem com o carnaval não está ali por causa do som, mas por causa da 'liberdade', ou melhor, da libertinagem.

Além de inteligentes somos também livres. Somos senhores de nossas escolhas. Essa liberdade é concedida por Deus, e ninguém pode retirar esse direito de nós. Podemos escolher nos envolver ou não, fazer algo ou não. Podemos dizer 'sim' e dizer 'não'.

Em todo tempo fazemos escolhas e mesmo quando 'somos levados' a fazer algo, não podemos negar: "fi-lo porque qui-lo".

O apóstolo Paulo nos lembra que tudo nos é lícito, mas nem tudo nos convém.

Devemos levar isso em conta na hora de nossas decisões.

Em particular, gosto muita da recomendação que está no livro de Eclesiastes.

"Alegra-te, jovem, na tua mocidade, e recrei-se o teu coração nos dias da tua mocidade; anda pelos caminhos que satisfazem ao teu coração e agradam aos teus olhos; sabe, porém, que de todas estas coisas Deus te pedirá contas.
Afasta, pois, do teu coração o desgosto e remove da tua carne a dor, porque a juventude e a primavera da vida são vaidade. ..."

Depois dessa, não dá pra tentar passar por inocente e dizer que não foi alertado.

Quaisquer que sejam as circunstâncias, durante todo o ano, escolha sempre o Caminho da Vida: Jesus.

N'Ele que nos capacita a viver o Caminho da Vida,

Denise Gaspar 27-02-09

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Nossa Paz não depende das circunstâncias

O buscar & promover as Pazes


A paz que o mundo conhece é um período entre duas guerras...” diz o louvor. Mas a Paz que nos foi dada por Cristo Jesus nos é ministrada quando, em tribulações e desesperos deixamos de resistir/lutar com nossas armas carnais das razões, lógicas e justiças humanas.


Essa dádiva, de Paz em meio às tribulações, se sustenta na Promessa, na Aliança e na Esperança geradas pela Palavra de que Quem prometeu assim o fará ser... E essa certeza, sendo Fé, é dom de Deus, não vem de nós, de nossas “obras intelectuais/deduções dialéticas”, controle da mente ou resultantes de nossos atos de bondade, caridade, solidariedade, etc.


Isso apreendemos através da Revelação.

Queremos falar da Paz prática com e entre todos os homens de dentro e fora da ekklesia, isto é, com/entre os de dentro da comunidade e com/entre as adjacências que não alcançaram a Verdade...


A Palavra ministra nos livros de:

Lc 10:6: “...E se ali houver um filho da paz, repousará sobre ele a vossa paz; e se não, voltará para vós.”
I Pd 3:10 e Sl 34:12à16: “...Quem é o homem que deseja a vida, e quer longos dias para ver o bem? Guarda a tua língua do mal, e os teus lábios de falarem dolosamente. Aparta-te do mal, e faze o bem: busca a paz, e segue-a.”
Hb 12:14e15: “...Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor, tendo cuidado de que ninguém se prive da graça de Deus, e de que nenhuma raiz de amargura, brotando, vos perturbe, e por ela muitos se contaminem...”
Tg 3:18: “...Ora, o fruto da justiça semeia-se em paz para aqueles que promovem a paz.”
ITs5:12e13: “...Ora, rogamo-vos, irmãos, que reconheçais os que trabalham entre vós, presidem sobre vós no Senhor e vos admoestam; e que os tenhais em grande estima e amor, por causa da sua obras. Tende paz entre vós.”
Gl5:22e23: “...Mas o fruto do Espírito é: o amor, o gozo, a paz, a longanimidade, a benignidade, a bondade, a fidelidade, a mansidão, o domínio próprio; contra estas coisas não há lei.”

Quando observamos um bebê, um filhote, uma criança ou mesmo um ser adulto dormindo logo percebemos que está passando por um período de paz. Anormal será se observarmos nele um sono irrequieto, sem sossego. Tudo que esperamos para um período de descanso é que seja pleno de paz.

Creio que tanto a Paz que excede todo entendimento, esta baseada na Promessa e sustentada pelo dom da Fé, quanto a paz possível de ser promovida pelo trato pessoal, pela postura benevolente, pela conduta de generosidade que herdamos pelo estímulo de fazermos o bem, estas duas pazes só são possíveis em razão da nossa busca em agradar ao nosso Senhor, estimulados pelo Espírito de Cristo.

Tg4:17: “...Aquele, pois, que sabe fazer o bem e não o faz, comete pecado.”

Assim como não confiamos na carne, nem na justiça dos homens, podemos e devemos buscar e promover as Pazes.

Miguel Júnior

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

A paternidade de Deus


Roberta Bondi, catedrática de história da igreja, conta um episódio muito pessoal de como a compaixão de Jesus pelos oprimidos destruiu a resistência dela em relação a Deus e ajudou a corrigir uma imagem distorcida. Ela lutou por muito tempo contra a expressão “Deus Pai”, principalmente porque seu pai na terra era para ela um figura austera e distante. Não tolerava erros ou fraquezas, desobediência dos filhos ou da esposa, questionamentos ou dúvidas. Tinha uma idéia clara do lugar da mulher: doce e flexível, calma e submissa.


Por mais que se esforçasse, Roberta nunca conseguiu ser flexível ou calma e passou a infância carregando o pesado fardo de ter decepcionado o pai. Ele abandonou a família antes que Roberta completasse doze anos, e, depois disso, encontravam-se apenas uma vez por ano. A ira alastrou-se como uma infecção dentro dela, e sempre que ela ouvia alguém dizer “Deus Pai”, a raiva vinha à tona.

A carreira acadêmica de Bondi levou-a a Oxford, onde ironicamente estudou os “pais da igreja”. Nas obras dos monges cristãos do deserto do Egito, encontrou uma imagem diferente do Pai celestial: um Deus gentil, que ama especialmente aqueles a quem o mundo despreza e compreende os fracos, as tentações e os sofrimentos. Ela tentou usar a palavra “Pai” na oração com limitado sucesso, até que um dia deparou com a última conversa entre Jesus e os apóstolos antes de Ele ser preso e morto.

Nessa cena, quando Jesus fala em voltar para o Pai, os discípulos ficam olhando para Ele, admirados, sem nada compreender, até que por fim Felipe explode: “Senhor, mostra-nos o Pai, e isso nos basta”. Jesus responde: “Você não Me conhece, Felipe, mesmo depois de Eu ter estado com vocês durante tanto tempo? Quem Me vê, vê o Pai. Como você pode dizer: ‘Mostra-me o Pai’?”.


“Quem Me vê, vê o Pai!” Bondi, historiadora e teóloga da igreja, espantou-se diante desse admirável conceito novo. Se Jesus demonstra preocupação especial pelos pobres, pelas viúvas e pelos socialmente rejeitados, então o Pai também. Bondi projetara erradamente em Deus sua idéia distorcida a respeito da paternidade; mas, como descobriu depois, o ideal de Deus oferecia um forte castigo para os pais humanos que falham. Com a ajuda de Jesus, o Deus visível, ela viu Deus com novos olhos.


Quando Bondi leu os evangelhos com a mente aberta, cada história assumiu um colorido totalmente novo. Por exemplo, a história de Lázaro, em João 11, ela notou a interação de Jesus com as duas irmãs. O mesmo Jesus que pôde acessar o Poder do Pai para ressuscitar Lázaro dos mortos também Se encheu de comiseração e chorou junto com as amigas Maria e Marta. Além disso, permitiu que as duas irmãs O repreendessem por ter chegado tarde. Ainda ressentida com a própria infância, Bondi observou, além de tudo, que as irmãs não pareciam nada intimidadas por Jesus. Não aceitaram passivamente o que tinha acontecido como se fosse vontade de Deus e abriram o coração, demonstrando a Jesus a revolta que sentiam.


Aos poucos, Bondi teve uma idéia de como o relacionamento com Deus deveria ser.
“Antes eu achava que a intenção de Jesus quando nos mandava chamar Deus de “Pai” era fazer com que os filhos de Deus se relacionassem com o Pai como crianças pequenas diante de um pai benevolente e autoritário, que prefere bebês a adolescentes, porque os primeiros são mansos, e os outros, complicados. (...) Não suportaria me relacionar com um Deus que exigisse que eu vivesse como uma criança desamparada”.


Para sua satisfação, ela descobriu que Deus prefere ter um relacionamento com adultos amadurecidos, como Jesus teve com Seus discípulos.


“Já não os chamo servos. (...) Em vez disso, Eu os tenho chamado amigos”, Jesus anunciou aos discípulos com uma evidente sensação de alívio, saboreando as vantagens da Encarnação.
O mundo não consegue superar o enorme abismo entre o que espera de Deus e o que e o que Deus lhe ofereceu em Jesus. Outras religiões respeitam Jesus como mestre sábio e líder admirável, mas não como Deus. Os adeptos da Nova Era procuram algo mais místico, mais satisfatório pessoalmente. A melhor Expressão da Essência de Deus desperta tanta rejeição em nosso tempo quanto despertou no d’Ele.


Yancey, o Deus (in)visível, ed. Vida.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

O fruto do Evangelho é Vida e Paz 01

Nos muitos cuidados...

Nos muitos cuidados, que vão dentro de mim
Açoitando-me a alma e tornando-me aflito
Há uma só voz que me acalma o meu grito
Segura o meu choro e evita o meu fim
E eu, tantas vezes me sinto quebrado
Moído, cansado, ansioso demais
Querendo consolo, um pouquinho de paz
Reprimo no peito doído o meu brado
É mal não curado concluo por fim
É dor que se espalha corrói e se acalma
Nos muitos cuidados que vão dentro de mim
É só o Senhor que de fato me acalma
E sendo Ele Deus Seu amor é assim
Suas consolações me alegram a alma.

Guilherme kerr e Josué Rodrigues

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Os primeiros no Reino de Deus


Se queremos captar em toda a sua força o ensino de Jesus aqui, é importante que lembremos a atitude judaica com relação às crianças na Palestina do primeiro século. Hoje em dia, nossa tendência é idealizar a infância como a feliz idade da inocência, da despreocupação e da fé singela, mas no tempo do Novo Testamento as crianças não eram consideradas de qualquer importância e mereciam pouca atenção ou favor. Crianças naquela sociedade não tinham status algum – simplesmente não contavam. A criança era encarada com escárnio.
Para o discípulo de Jesus, “tornar-se como criancinha” significava a disposição de aceitar-se como sendo de pouca monta e ser considerado sem importância. A criancinha que é a imagem do reino é símbolo daqueles que ocupam as posições mais inferiores na sociedade, os pobres e oprimidos, os mendigos, as prostitutas e os cobradores de impostos – as pessoas que Jesus com freqüência chamava de “pequeninos” e de “últimos”. A preocupação de Jesus era que esses pequeninos não deveriam ser desprezados ou tratados como inferiores. “Vede, não desprezeis a qualquer destes pequeninos”. (Mt 18:10). Ele estava muito consciente dos sentimentos de vergonha e inferioridade deles, e por causa da sua compaixão eles eram, a seus olhos, de valor extraordinariamente grande. No que Lhe dizia respeito, eles não tinham nada a temer. O reino era deles. “Não temais, ó pequenino rebanho; porque vosso Pai Se agradou em dar-vos o Seu Reino”. (Lc12:32).

Os bebês de colo (napioi) estão na mesma condição das crianças (paidia). A graça de Deus recai sobre elas porque são criaturas insignificantes, não por causa de suas boas qualidades. Embora possam conscientizar-se de sua irrelevância, isso não significa que lhes serão concedidas revelações. Jesus atribui expressamente a felicidade deles ao bom prazer do Pai, a eudokia divina. As dádivas não são determinadas pela menor qualidade ou virtude pessoal. São pura liberalidade. De uma vez por todas, Jesus desfere um golpe mortal em qualquer distinção entre a elite e o povo comum na comunidade cristã.

O evangelho declara que, não importa quão dedicados e devotos sejamos, não somos capazes de salvar a nós mesmos. O que Jesus fez foi suficiente. À medida que nos mantemos santos pelos nossos próprios esforços como os fariseus ou neutros como Pilatos, (não damos o salto de confiança), deixamos que as prostitutas e os publicanos entrem primeiro no reino enquanto nós ficamos atrás tendo nossas supostas virtudes dissipadas de nós. As meretrizes e vigaristas entram antes de nós porque sabem que não podem salvar a si mesmos; que não têm como tornarem-se apresentáveis ou amáveis. Eles arriscaram tudo em Jesus; sabendo que estavam muito aquém dos requisitos, não foram orgulhosos demais para aceitar a esmola da graça admirável.
Esses pecadores, essa gente desprezada, estão mais perto de Deus do que não se vêem pecadores. Não são as meretrizes e os ladrões que acham mais difícil de se arrepender: são vocês, tão seguros da sua devoção e da sua farsa que não têm qualquer necessidade de conversão. Eles podem ter desobedecido ao chamado de Deus, podem ter sido degredados pelas suas profissões, mas demonstram tristeza e arrependimento. Mais do que tudo isso, porém, essas são pessoas que dão valor à bondade de Deus: são um paradigma do reino diante de vocês, pois elas têm o que lhes falta – uma profunda gratidão pelo amor de Deus e um profundo assombro diante da sua misericórdia.
Oremos como o rabino, Joshua Abraham Heschel:
“Querido Deus, dê-me a graça do assombro. Surpreenda-me, maravilhe-me, encha-me de assombro em cada fenda do seu universo. Conceda-me o deleite de ver como Jesus Cristo age em dez mil lugares, adorável em mãos e pernas, adorável ao Pai em olhos que não os dele, nas feições dos rostos dos homens. Arrebata-me a cada dia com suas incontáveis maravilhas. Não peço conhecer a razão de todas; peço apenas compartilhar da maravilha de todas”.


Adaptado de “O Evangelho Maltrapilho”, ed. Textus.

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Foi GRAÇA !!!




Foi Graça

Dom e Asaph
Quando terminar esta vida
e lá no céu eu chegar
haverá uma multidão de irmãos
esperando para me abraçar.
E perguntarão a uma voz
voltados para mim:
Ó conta-nos como você, irmão,
venceu e chegou aqui.


E falarei e catarei de
Jesus que me salvou
e que por este pecador
a Si mesmo Se entregou .
Foi Graça, Graça.
Preciosa e doce Graça.
Foi Graça, irmãos! Graça, irmãos!
Eu vos digo que foi assim.
Foi só pela Graça de Jesus
que eu venci e cheguei aqui!