quarta-feira, 20 de maio de 2009

Que diferença!!!


Quando eu era criança, meu pai cuidava de mim com muito carinho e zelo. Colo e cuidados especiais quando eu ficava doente, preocupado e solícito quando voltava da escola encharcada até os ossos por causa da chuva, ria com minhas gracinhas, tinha um brilho no olhar quando podia me presentear e uma nuvem quando não, pois nem tudo era possível e até o seu ralhar era cheio de cuidados; eu era sua cria, o seu mundo.
Quando li Lucas 11:13: “Pois, se vós, sendo maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais dará o Pai celestial o Espírito Santo àqueles que lho pedirem”, pensei: Ah! Deus não conheceu meu pai, pois ele era bom e me enchia de boas dádivas: carinho, cuidados, atenção, colo, chorava e ria junto comigo... Este era o amor que eu conhecia bem.
Mas, no dia que senti o amor de Deus, vi que não sabia nada de amor até ali. Que distância enorme entre meu pai e meu Pai! Que diferença imensurável entre um amor e o outro Amor! Que disparate na qualidade dos presentes de meu pai natural e as dádivas sobrenaturais de meu Pai celestial!
O Amor de meu Pai não varia, é doce, é manso, é suave, é paciente, é firme, é constante, é incondicional; aprendi que a Sua Graça, sendo dádiva imerecida é distribuída de graça a todos que O procuram e o Espírito Santo, oferecido por Ele, que companheiro fiel! Que amigo, que confidente, que consolador, que restaurador, que personal trainer espiritual, heim?
Que Amor é esse que se move dentro de nós, que nos prende com cordas nos atraindo mais e mais para Si? Que Deus é esse que nos suporta, que nos perdoa, que nos recebe como somos e depois nos dá um banho nos santificando com Sua Palavra?
Quem é Esse Deus? Ele é nosso senhor; assim mesmo, com letra minúscula por ser substantivo comum que significa dono, amo, proprietário, aquele que manda, aquele que dá ordens e quer ser obedecido?
Quando Deus diz que é o EU SOU, ELE É sim, Ele é todo perfeito. Ele é o Deus vivo que nos ouve e nos responde, é o Deus de perto e não de longe. Ele é o Deus de já. E o Seu coração? É de chocolate recheado com creme de avelãs, doce por fora e macio por dentro. É para ser saboreado devagarinho, com emoção e com muita, muuuuuuuuita reverência.
Vale a pena crer, amém?!


Carmen Nogueira

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Nossa necessidade do Poder de Deus


Para vivermos da forma que Deus quer... Para nos tornarmos mais parecidos com Cristo... Para seguirmos nossa jornada sabiamente... Precisamos tanto do perdão de Deus quanto de Sua bondade. Precisamos da obra de Jesus por nós e precisamos da obra do Espírito Santo em nós. À grande Graça do perdão Deus acrescenta a grande Graça do Espírito Santo.


As pessoas têm muitas idéias diferentes sobre o Espírito Santo – algumas baseadas na Bíblia, algumas não. Alguns comparam o Espírito Santo a uma força espiritual impessoal, um pouco como a eletricidade ou a gravidade. Outros pensam no Espírito em termos de emoção ou sentimento; quando acham que sentem a presença de Deus dentro delas, classificam o sentimento como “o Espírito Santo”. E há os que pensam apenas na Graça que o Espírito pode conceder a eles. Esses, porém, não entenderam o fundamental.


A Bíblia nos diz que há três importantes verdades sobre o Espírito Santo. Primeira, Ele é uma pessoa. Ele tem todos os atributos ou características de uma pessoa. Ele fala conosco, Ele nos ordena, Ele intercede por nós, Ele nos ouve, Ele nos guia, e assim por diante. Também podemos mentir para Ele ou ofendê-Lo; podemos até mesmo blasfemar contra Ele ou magoá-Lo. Nada disso seria possível se Ele fosse apenas uma força impessoal – mas isso é possível, porque Ele é uma pessoa. “O próprio Espírito testemunha ao nosso espírito que somos filhos de Deus”, (Rm8:16).


Segundo, Ele é uma força. O Espírito Santo é um canal ou instrumento invisível de Poder de Deus no mundo, aquele por intermédio de quem Deus opera para realizar Seu desejo. Antes do mundo ser criado, “o Espírito de Deus Se movia sobre a face das águas”, (Gn1:2). Jó declarou: “o Espírito de Deus me fez”, (Jó33:4). Lemos sobre Sansão que “o Espírito do SENHOR apossou-Se dele” e ele conseguiu se libertar de seus captores, (Jz15:14). Quando Deus escolheu Beseleel para supervisionar a construção do Templo ou Tabernáculo onde as pessoas iriam cultuar, ele disse: “E o enchi do Espírito de Deus, dando-lhe destreza, habilidade e plena capacidade artística para (...) executar todo tipo de obra artesanal”, (Ex31:3).

Terceiro, Ele é Deus. Assim como Deus é plenamente divino, também o Espírito Santo é plenamente divino. A Bíblia também diz que é eterno – assim como Deus é eterno. A Bíblia também diz que Ele está presente em toda parte e que é onisciente e todo-poderoso – mais uma vez, atributos exclusivos de Deus. (Satanás, por acaso, não é assim; Ele é poderoso, por exemplo, mas não todo-poderoso.)


Ademais, a Bíblia declara explicitamente que o Espírito Santo é Deus: “O Senhor é o Espírito”, (2Co3:17). Em certo momento, a Bíblia O chama de “o Espírito de Cristo” ou “o Espírito de Deus” – novamente indicando Sua natureza divina. O Espírito Santo é o próprio Deus. Assim como Deus é uma Pessoa, também o Espírito Santo; assim como Deus é todo-poderoso, também o Espírito Santo. O que é verdade para Deus é verdade para o Espírito Santo, porque Ele é Deus.

No final de uma de suas cartas, Paulo escreveu: “A Graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo sejam com todos vocês”, (2Co13:14). Todos três – Pai, Filho, Espírito Santo – são distintos, mas também são unidos como um. Nós não adoramos três deuses (coisa de que os cristãos algumas vezes foram acusados); nós adoramos um Deus, que Se revela a nós em três pessoas. Alguns usam o sol para ilustrar a Trindade: o sol é um objeto no espaço, mas ele produz luz e calor – e ainda assim ele é um. A água pode ser um sólido, um líquido ou um gás, mas continua a ser água.


O filho pequeno de um amigo meu estava perguntando ao pai como Deus pai podia ser Deus e Jesus, o Filho, também podia ser Deus. Isso não faria de Jesus Seu próprio pai? – perguntou ele (crianças têm o hábito de fazer difíceis perguntas teológicas!). Eles estavam no carro da família, e com uma inspiração súbita meu amigo respondeu algo assim: “Filho, sob o capô do carro há uma única bateria, mas eu posso usá-la para acender os faróis, tocar a buzina ou ligar o carro. Como isso acontece é um mistério para mim – mas acontece!”


Essas imagens podem nos ajudar a compreender a verdade da Trindade, mas nenhuma delas a explica completamente. No fim é um mistério que nunca iremos compreender deste lado da vida. Sempre me lembro das palavras de Paulo: “Agora, pois, vemos apenas um reflexo obscuro, como se em espelho; mas então veremos face a face. Agora conheço em parte; então conhecerei plenamente”, (1Co13:12). Mas isso não elimina a verdade. Nós cultuamos Deus como Pai, Filho e Espírito Santo, pois isso é o que Ele É: a Santíssima Trindade.

É educativo destacar alguns dos termos usados por Jesus para descrever a obra do Espírito Santo. O Espírito, disse ele, nos convencerá de nossos pecados: “Quando Ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo”, (Jo16:8). Antes mesmo que possamos nos entregar a Cristo, o Espírito Santo precisa primeiramente nos convencer de nossos pecados e abrir nossos olhos para a verdade do Evangelho.


Ele também será nosso professor e guia: “Quando o Espírito da verdade vier, Ele os guiará a toda a verdade”, (Jo18:13). É por isso que a Bíblia é tão importante, porque o mesmo Espírito que guiou sua redação agora quer que a compreendamos – e sem Ele não podemos compreender plenamente seu significado. Ele também nos guia diariamente enquanto buscamos o desejo de Deus para nossa vida.


Além do mais, disse Jesus, o Espírito nos ajudará a contar aos outros sobre Cristo: “Mas receberão Poder quando o Espírito Santo descer sobre vocês, e serão Minhas testemunhas (...) até os confins da terra”, (At1:8) o Espírito está à frente de nós quando O invocamos – preparando o caminho, dando-nos as palavras e nos incutindo coragem.


Billy Graham, A jornada, ed. Thomas Nelson Brasil

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Qual é a vontade de Deus para mim?


Obviamente a vontade de Deus é de Deus.

Sim! A vontade Dele é Dele; e de mais ninguém.

Jesus disse que comia a vontade do Pai, que se alimentava dela.

Ora, se eu tenho muitas vontades e se as exerço de modo pessoal e incompartilhavel, que não dizer da vontade de Deus?

“Quem conheceu a mente do Senhor?”

Além disso, o que me separa de Deus em todos os sentidos possíveis é infinitamente mais do que o que nos separa de um organismo mono-celular.

Assim, Deus se revela às amebas como as amebas podem processar.

Ora, o mesmo Deus faz com os homens!

O problema é o surto humano. Sim! O homem crê que é “capaz de Deus”, e, sobretudo, de dizer aos outros humanos qual seja a vontade de Deus para o outro.

A vontade de Deus é uma só: que nos amemos uns aos outros!

Deus não tem planos profissionais para ninguém. Nem de qualquer outra natureza tópica. O plano de Deus, não importando onde eu esteja, é que eu ame e pratique o amor. O resto é insignificante!

É o que Paulo diz quando afirma: “... ainda que eu...” fale línguas de homens e anjos, ou profetize, ou saiba todas as ciências e adquira todas as sabedorias, ou me entregue às praticas de martírio ou de entrega social de todas as minhas produções aos demais homens necessitados, mas, “se não tiver amor, nada me aproveitará”; e mais: nada será vontade de Deus.

Paulo nunca discutiu nada disso. Sabia fazer tendas. Mas era chamado para pregar. Por isso, tendo dinheiro para entregar-se apenas à pregação, assim fazia. Mas se não tinha, então, fazia tendas, e, pregava nas horas possíveis.

Ou seja:

Paulo tratava tudo com simplicidade, pois, a vontade de Deus era amor, e, amor, cabe em qualquer oficina de tendas.

As pessoas perguntam, referindo-se aos detalhes da vida, como se eu ou qualquer outro ser ameba humano pudéssemos responder: Qual é a vontade de Deus para a minha vida?

Ora, eu posso responder, mas a resposta que tenho a dar não satisfaz as pessoas que querem saber a vontade de Deus como um guia afetivo e profissional das jornadas na Terra.

Então, não sei!... Afinal, nessas coisas, à semelhança de Paulo, apenas uso o bom senso para decidir, e nunca o faço como quem consulta um “guia de jornada”, mas apenas como uma decisão de agora, da circunstancia do existir; e isto, sempre, apenas conforme o espírito do Evangelho, que é amor.

A vontade de Deus são os Seus mandamentos, embora Jesus tenha nos dito que até os mandamentos, sem que sejam vividos em amor, são desagradáveis a Deus; pois, sem amor, todo mandamento não passa de presunção e arrogância.

A vontade de Deus é amor, alegria, paz, bondade, longanimidade, mansidão e domínio próprio!

Se você faz isso entregando o lixo, operando na mais rica clinica de neurocirurgia, ou se o faz pregando como um ensinador da Palavra, não importa; pois, a única coisa que importa para Deus é se você vive ou não o amor como o mandamento de seu ser.

O que Deus quer de mim? Onde quer que eu trabalhe? Com quer que eu case?

Ora, Jesus não respondeu tais perguntas a ninguém!

Quando Pedro quis saber... Jesus apenas disse: “Que te importa? Quanto a ti, vem e segue-me”.

Quanto mais a pessoa se dispõe a andar em amor e fé, sem buscar mais nada, tanto mais ela encontrará uma sintonia fina com Deus e com a vida, e, assim, sem que ela sinta, irá sendo posta no leito do rio de sua própria vida.

É claro que Deus tem a vontade que diz “não”. Mas essa é a não-vontade de Deus. É o que Deus não quer, pois, é o que Deus não é.

Deus não é mentira, nem engano, nem ódio, nem cobiça, nem traição, não injustiça, nem maldade, nem indiferença, nem descrença, nem altivez, nem orgulho, nem arrogância, nem vaidade, nem medo e nem frieza de ser.

Assim, a tais coisas Deus diz “não”, mas não como quem diz a Sua vontade, mas apenas aquilo que não é vontade Dele.

Portanto, a vontade de Deus não é “não”, mas “sim”, embora a maioria apenas pense na vontade de Deus como negação.

Ou seja:

Para tais pessoas Deus é Aquele que diz “Não”.

A proporção, todavia, continua idêntica à que foi estabelecida no Éden. Pode-se comer de tudo, e, apenas diz-se não a uma coisa: inventar a nossa vontade contra essa única coisa à qual Deus disse “não”.

Todas as árvores do Jardim são comestíveis, mas, continuamos discutindo a única árvore proibida, tamanha é a nossa fixação na transgressão como obsessão na vida.

Entretanto, a vontade de Deus é sim, e, para aqueles que desejam fazer a vontade de Deus, e não apenas discuti-la, Deus revela Sua vontade como fé e amor, e, nos diz que se assim vivermos provaremos tudo o que é bom, perfeito e agradável, não porque a vida deixe de doer, mas apenas porque o pagamento do amor transcende a toda dor.

A vontade de Deus é que eu desista das coisas de menino nesta vida e abrace as coisas de um homem segundo Deus.

Agora, se você vai trocar de casa, de carro, de mulher, de emprego, de cidade, de país, de nome — sinceramente, é melhor consultar um bruxo, uma feiticeira ou um profeta que aceite pagamento para contar tal historinha.

Você pergunta a Jesus:

Senhor, qual é a Tua vontade para mim?

Ele responde:

É a mesma para todos os homens. Sim! Que você ame e pratique o amor, pois, sem amor, nada será vontade de Deus para você, ainda que você distribua todos os seus bens aos pobres e entregue o seu corpo para ser queimado em martírio de dignidade pela consciência e pela liberdade.

Dá pra entender ou é difícil demais?

Que tal a gente parar de brincar de vontade de Deus? Vamos?

Chega; não é gente?

Nele, que é a vontade de Deus para o homem,

Caio Fábio