quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Intimidade com o Deus que fala

E é por essa razão que uso a palavra “retornar” – significa retornar à estaca zero, retornar ao lugar do maravilhamento, percebendo o infinito, adorando a Deus.
Quando chegamos pela primeira vez à estaca zero, ficamos sem fôlego diante dos esplendores inimagináveis do infinito, os quais se descortinam interminavelmente. É maravilhoso. E então começamos a perceber o corolário: se existe o tal infinito, com certeza não sou eu. Sou finito. Se Deus, então não sobra espaço para mim como deus.
A maneira principal de combatermos nossas propensões obstinadas e direção ao narcisismo, (tentativa de se retirar da estaca zero e retornar para a soberania espiritual do eu), e ao prometeísmo, (tentativa de fazer desvio ao redor da estaca zero para chegar a uma espiritualidade do infinito, controlá-la) é cultivada a humildade. Aprendendo a se nós mesmos, mantendo-nos com os pés no chão, dando vazão à nossa natureza humana, enfiando a mão no húmus, a matéria orgânica rica, argilosa, da qual fomos formados.
E então escutar.
Isso porque retornar à estaca zero é não somente retornar a uma percepção de Deus, mas também a uma escuta do que Deus diz. Disse Deus. Você escutou? Escutou?
Escutar está vinculado não apenas lexicalmente (akouo e hypakouo), mas espiritualmente a obedecer, a corresponder.
Assim, não surpreende que Deus trate conosco pelo instrumento da linguagem. Deus fala. Para os cristãos, a espiritualidade fundamental não é somente um substantivo, Deus, mas também um verbo: disse (ou diz).
Minha intenção é chamar sua atenção para o óbvio, o aceito, o básico: quando voltamos à estaca zero, escutamos, pois Deus fala.
A maior parte, embora certamente não a totalidade, das conversas espirituais que estão sendo travadas dentro e fora das igrejas cristãs é desse tipo. É não uma escuta de Deus; não uma resposta de Deus; não uma crença na Palavra de Deus. É conversa fiada.
Às vezes, é uma conversa fiada muito instigante. Muitas vezes, uma conversa fiada fascinante. Mas é nosso comentário sobre a nossa experiência como espiritual, não uma proclamação de como Deus Se dirige a nós a partir do mundo do Espírito. Damos testemunho, testificamos continuamente, mas o mais comum é falarmos de nós, não de Deus. Não é proclamação, que é a forma fundamental assumida pela linguagem acerca de Deus, mas tagarelice e fofoca.
O livro de Jó é a revelação clássica que temos desse tipo de coisa. Jó está de volta à estaca zero: disse Deus. Mas o substantivo, deus, e o verbo, disse, são separados no livro de Jó por muita conversa espiritual que em nada se relaciona com Deus. Jó não tem nenhuma dúvida de que está lidando com Deus. Está diante do mistério – nenhuma das formas conhecidas de explicar a vida funciona mais. Ele depara com o desconhecimento. Não se satisfaz com nada menos que Deus falando com ele, um Deus que lhe explica como as coisas são, um Deus que revela. E Deus de fato fala, “do meio da tempestade”, e Jó fica satisfeito. Deus não responde a suas perguntas, não explica o mistério – mas fala. E isso é suficiente. É sempre suficiente.
Mas a maior parte do texto de Jó é tomado com a conversa espiritual dos conselheiros religiosos de Jó: Elifaz, Bildade, Zofar e Eliú. Quase tudo que eles dizem é verdade. Mas, ao mesmo tempo, quase nada do que dizem é verdade. Nada do que dizem consiste numa participação que escuta e corresponde a Deus.
Jó não se impressiona. Ele quer Deus. E quer o Deus que fala.
A espiritualidade cristã não fica impressionada com o sobrenatural.
A espiritualidade cristã quer intimidade com o Deus que fala.

 
Eugene Peterson. Espiritualidade subversiva. Ed. Mundo Cristão.

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Método de oração

         Os Salmos são a escola para as pessoas aprenderem a orar. Basicamente, a oração é nossa resposta ao Deus que fala conosco. A Palavra de Deus sempre tem a primazia. Ele sempre fala primeiro. Nós respondemos. Vivemos num mundo ao qual Deus fala. Devemos aprender a responder, de verdade – não apenas dizer “Sim, Senhor’, “Não, Senhor” – com todo nosso ser. Somos muito pouco desenvolvidos nesse mundo ao qual Deus fala. Aprendemos bem como falar com nossos pais, passar nos exames em nossas escolas e conferir o troco na loja, mas e falar com Deus? Vamos nos contentar com tentativas e erros? Vamos nos satisfazer com o que ouvimos nas ruas? Israel e a Igreja colocam os Salmos em nossas mãos e dizem: “Aqui, esse é o nosso texto. Pratique essas orações e aprenderá toda a vastidão e profundidade de nossa vida em resposta a Deus.
Durante mil e oitocentos anos, quase toda a igreja usou esse texto. Somente nos últimos duzentos anos é que ele foi descartado para dar lugar aos livros devocionais da moda, estimulantes psicológicos, e caminhadas numa praia à luz da lua.
Os Salmos, é claro, não são “devocionais”, “psicológicos”, ou “românticos”. Não valem nada para nós nessas áreas. Sua utilidade está num elemento askesis, uma forma para nossa situação amorfa.
Não falta em nós impulso para orar e fazer pedidos. Constantemente, desejos e exigências nos lembram de orar. Então, por que existem tantas vidas sem oração? Simplesmente porque “o poço é fundo, e você não tem nada para pegar a água”. Precisamos de um vaso. Precisamos de algo para colocar a água. Desejos e exigências são uma peneira. Precisamos de um vaso adequado para fazer descer desejos e exigências até o fundo do Poço de Jacó da Presença e da Palavra de Deus, e trazê-los de volta à superfície. Os Salmos são esse vaso. Eles não são a oração em si, mas o vaso mais adequado para a oração que já foi criado. Recusar-se a usar esse vaso de salmos, depois de compreender sua função, é errar de propósito. Não é possível fazer um vaso de outro formato e material que o substitua. Certamente já houve várias tentativas. Mas por que nos contentarmos com isso, quando temos esse vaso maravilhosamente criado e amplamente dimensionado que ganhamos e temos à mão?
 
Eugene Peterson. A vocação espiritual do pastor.

sábado, 7 de setembro de 2013

Que tempo é o tempo?

Andar com Deus é um exercício de paciência porque é um exercício de obediência.
Deus disse para ficar, a gente fica; Ele disse para a gente esperar, a gente espera. Porque agora nós estamos sob a direção do relógio de Deus e não do nosso.
Então, andar com é um exercício de paciência porque é um exercício de obediência.
E o tempo de Deus não é o nosso tempo. Aliás, de um modo quase geral, o tempo de Deus sempre esmaga a nossa relação com o tempo. Porque a nossa relação com
O tempo é sempre tensa, horrível. Porque o tempo está sempre contra nós, o tempo está sempre nos avisando o quanto nós já gastamos. Ele não avisa quanto tempo a gente tem.
O tempo avisa o tempo que a gente já usou.
Então a gente está sempre correndo contra o tempo, de modo que o tempo não é nosso aliado. Mas é aliado de Deus!
Então, assim como nós fugimos do tempo, corremos contra o tempo e tentamos vencê-lo; Deus, ao contrário, usa muito bem o tempo. Ele usa muito bem o tempo.
Porque Deus trabalha com a lógica da vida. E a lógica da vida é a lógica da semeadura: do crescimento, do nascimento e do amadurecimento. Essa é a lógica da vida. Deus trabalha com esta lógica, aí, o tempo é aliado de Deus.
Nós trabalhamos com outra lógica, a de que o tempo está me dizendo que eu já gastei boa parte do que eu tinha e eu não sei quanto tempo eu tenho. E quem não sabe quanto tempo tem, tem muito pouco tempo. Então, é uma tensão constante.
Aí, o Senhor diz: Espera!, fica aquela sensação de que Deus não está vendo o que está se aproximando de nós e que vem com uma velocidade que provavelmente não dará tempo dEle fazer coisa nenhuma. Então, a gente diz para Deus: Deus, o Senhor não tem mais tempo! E Deus diz: Não! Eu tenho todo o tempo do mundo. Espera!

É uma arte. Viver com Deus é uma arte. A arte de não se deixar vencer pelo tempo.

Ariovaldo Ramos. O dia da mudança.

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Verdadeira comida,verdadeira bebida

...Jesus respondeu: A verdade é que vocês estão me procurando, não porque viram os sinais miraculosos, mas porque comeram os pães e ficaram SATISFEITOS. (Procuram só pela satisfação de suas próprias necessidades). Não trabalhem pela comida que estraga, mas pela comida que permanece para a vida eterna, a qual o Filho do homem lhes dará...

Ser saciado além da minha necessidade física, (fome e sede), porque essa volta fisiologicamente, é claro; é ter algo da parte do Pai para eu poder viver com Ele nas minhas maiores dificuldades e saber que Ele é O PÃO VIVO QUE DESCE DO CÉU PARA MINHA VIDA...

Ele mesmo disse: "Eu lhes digo a verdade, se vocês não comerem a carne do Filho do homem e não beberem o seu sangue, não terão vida EM SI MESMOS. Todo aquele que come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e Eu o ressuscitarei no último dia. Pois a minha carne é a verdadeira comida e o meu sangue é verdadeira bebida... ASSIM AQUELE QUE DE MIM SE ALIMENTA POR MIM VIVERÁ...

Ao ouvirem isso muitos discípulos disseram: "duro é este discurso, quem poderá suportar?... Alguns foram embora, mas os doze disseram: Para onde iremos, se só Tu tens a Palavra de vida eterna?...”

E quando Ele realiza um milagre, muitos são abençoados...

Hoje, não ouvimos este nível de pregação nas congregações, mas ela existe, é real, verdadeira e transforma as nossas vidas.

Se virmos o Senhor Jesus só pela comida que perece, não vamos conseguir segui-lo. Os dia que estamos vivendo hoje são deserto, só o PÃO VIVO QUE DESCE DO CÉU, pode nos saciar plenamente...

 CRISTO EM NÓS, A ESPERANÇA DA GLÓRIA...
 
Soraia Menezes

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

O Reino é simples!!

O Evangelho é a certeza de que Deus, em Cristo, Se reconciliou com o mundo!
 
Um convite à Doce Revolução... Vem e vê!

 Artigo 1 –
Fica decretado que agora não há mais nenhuma condenação para quem está em Jesus, pois, o Espírito da Vida em Cristo, livra o homem de toda culpa para sempre.

Artigo 2 – Fica decretado que todos os dias da semana, inclusive os Sábados e Domingos, carregam consigo o amanhecer do Dia Chamado Hoje, por isso qualquer homem terá sempre mais valor que as obrigações de qualquer religião.

Artigo 3 – Fica decretado que a partir deste momento haverá videiras, e que seus vinhos podem ser bebidos; olivais, e que com seus azeites todos podem ser ungidos; mangueiras e mangas de todos os tipos, e que com elas todo homem pode se lambuzar.

Parágrafo do Momento: Todas as flores serão de esperança; pois que todas as cores, inclusive o preto, serão cores de esperança ante o olhar de quem souber apreciar. Nenhuma cor simbolizará mais o bem ou o mal, mas apenas seu próprio tom, pois, o que daí passar estará sempre no olhar de quem vê.

Artigo 4 – Fica decretado que o homem não julgará mais o homem, e que cada um respeitará seu próximo como o Rio Negro respeita suas diferenças com o Solimões, visto que com ele se encontra para correrem juntos o mesmo curso até o encontro com o Mar.

Parágrafo que nada pára: O homem dará liberdade ao homem assim como a águia dá liberdade para seu filhote voar.

Artigo 5 – Fica decretado que os homens estão livres e que nunca mais nenhum homem será diferente de outro homem por causa de qualquer Causa. Todas as mordaças serão transformadas em ataduras para que sejam curadas as feridas provocadas pela tirania do silencio. A alegria do homem será o prazer de ser quem é para Aquele que o fez, e para todo aquele que encontre em seu caminhar.

Artigo 6 – Fica ordenado, por mais tempo que o tempo possa medir, que todos os povos da Terra serão um só povo, e que todos trarão as oferendas da Gratidão para a Praça da Nova Jerusalém.

Artigo 7 – Pelas virtudes da Cruz fica estabelecido que mesmo o mais injusto dos homens que se arrependa de seus maus caminhos, terá acesso à Arvore da Vida, por suas folhas será curado, e dela se alimentará por toda a eternidade.

Artigo 8 – Está decretado que pela força da Ressurreição nunca mais nenhum homem apresentará a Deus a culpa de outro homem, rogando com ódio as bênçãos da maldição. Pois todo escrito de dívidas que havia contra o homem foi rasgado, e assustados para sempre ficaram os acusadores da maldade.

Parágrafo único: Cada um aprenderá a cuidar em paz de seu próprio coração.

Artigo 9 – Fica permanentemente esclarecido, com a Luz do Sol da Justiça, que somente Deus sabe o que se passa na alma de um homem. Portanto, cada consciência saiba de si mesma diante de Deus, pois para sempre todas as coisas são lícitas, e a sabedoria será sempre saber o que convém.

Artigo 10 – Fica avisado ao mundo que os únicos trajes que vestem bem o homem diante de Deus não são feitos com pano, mas com Sangue; e que os que se vestem com as Roupas do Sangue estão cobertos mesmo quando andam nus.

Parágrafo certo: A única nudez que será castigada será a da presunção daquele que se pensa por si mesmo vestido.

Artigo 11 – Fica para sempre discernido como verdade que nada é belo sem amor, e que o olhar de quem não ama jamais enxergará qualquer beleza em nenhum lugar, nem mesmo no Paraíso ou no fundo do Mar.

Artigo 12 – Está permanentemente decretado o convívio entre todos os seres, por isso, nada é feio, nem mesmo fazer amizades com gorilas ou chamar de minha amiga a sucuri dos igapós. Até a “comigo ninguém pode” está liberta para ser somente a bela planta que é.

Parágrafo da vida: Uma única coisa está para sempre proibida: tentar ser quem não se é.

Artigo 13 – Fica ordenado que nunca mais se oferecerá nenhuma Graça em troca de nada, e que o dinheiro perderá qualquer importância nos cultos do homem. Os gasofilácios se transformarão em baús de boas recordações; e todo dinheiro em circulação será passado com tanta leveza e bondade que a mão esquerda não ficará sabendo o que a direita fez com ele.

Artigo 14 – Fica estabelecido que todo aquele que mentir em nome de Deus vomitará suas próprias mentiras, e delas se alimentará como o camelo, até que decida apenas glorificar a Deus com a verdade do coração.

Artigo 15 – Nunca mais ninguém usará a frase “Deus pensa”, pois, de uma vez e para sempre, está estabelecido que o homem não sabe o que Deus pensa.

Artigo 16 – Estabelecido está que a Palavra de Deus não pode ser nem comprada e nem vendida, pois cada um aprenderá que a Palavra é livre como o Vento e poderosa como o Mar.

Artigo 17 – Permite-se para sempre que onde quer que dois ou três invoquem o Nome em harmonia, nesse lugar nasça uma Catedral, mesmo que esteja coberta pelas folhas de um bananal.

Artigo 18 – Fica proibido o uso do Nome de Jesus por qualquer homem que o faça para exercer poder sobre seu próximo; e que melhor que a insinceridade é o silencio. Daqui para frente nenhum homem dirá “o Senhor me falou para dizer isto a ti”, pois, Deus mesmo falará à consciência de cada um. Todos os homens e mulheres que crêem serão iguais, e ninguém jamais demandará do próximo submissão, mas apenas reconhecerá o seu direito de livremente ser e amar.

Artigo 19 – Fica permitido o delírio dos profetas e todas as utopias estão agora instituídas como a mais pura realidade.

Artigo 20 – Amém!

Caio e tantos quantos creiam que uma revolução não precisa ser sem poesia.

domingo, 1 de setembro de 2013

Quando???

“Perguntaram a Jesus: Mestre, quando sucederá isto? E eu sinal haverá de quando estas coisas estiverem para se cumprir?

Respondeu Jesus:

Vede que não sejais enganados; porque muitos virão em Meu Nome, dizendo: Sou eu! E também: Chegou a hora! Não os sigais. Quando ouvirdes falar de guerra e revoluções, não vos assusteis; pois é necessário que primeiro aconteçam estas coisas, mas o fim não será logo.

Levantar-se-á nação contra nação, e reino, contra reino; haverá grandes terremotos, epidemias e fome em vários lugares, coisas espantosas e também grandes sinais do céu. Antes, porém, de todas estas coisas, lançarão mão de vós e vos perseguirão, entregando-vos às sinagogas e aos cárceres, levando-vos à presença de reis e governadores, por causa de Meu nome; e isto vos acontecerá para que deis testemunho.

Assentai, pois, em vosso coração de não vos preocupardes com o que haveis de responder; porque eu vos darei boca e sabedoria a que não poderão resistir, nem contradizer todos quantos se vos opuserem.

E sereis entregues até por vossos pais, irmãos, parentes e amigos; e matarão alguns dentre vós.

De todos sereis odiados por causa de Meu Nome.

Contudo, não se perderá um só fio de cabelo da vossa cabeça.

É na vossa perseverança que ganhareis a vossa alma...

Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas; sobre a terra, angústia entre as nações em perplexidade por causa do bramido do mar e das ondas; haverá homens que desmaiarão de terror e pela expectativa das coisas que sobrevirão ao mundo; pois os poderes dos céus serão abalados.

Então, se verá o Filho do homem vindo numa nuvem, com poder e grande glória.

Ora, ao começarem estas coisas a suceder, exultai e erguei a vossa cabeça; porque a vossa redenção se aproxima”.

Lc21: 7 a 19 e 25 a 28.