sexta-feira, 29 de junho de 2012

o que é básico

“Por isso, vos digo: não andeis ansiosos pela vossa vida, quanto ao que haveis de comer ou beber; nem pelo vosso corpo, quanto ao que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento, e o corpo, mais do que as vestes?” (Mt 6:25).

No sermão que fez no Monte Jesus está dizendo para não nos preocuparmos com a satisfação de nossas necessidades básicas: comer, beber e vestir. O que seria mais básico? E diz que a vida não é só isso!
Tudo bem, ela não é só isso, mas qualquer outra coisa para ser na vida precisa que estas coisas estejam satisfeitas, ou não?
Não! Porque, de fato, há algo mais básico (fundamental) para a vida do que comer, beber, vestir. Mas antes, quero dizer que nós nunca estamos plenamente satisfeitos com aquele basicão. Comemos mais de uma vez por dia, no mínimo três vezes, há quem coma seis, há quem não pare de comer, “beliscar”, o dia todo e ainda assim, no dia seguinte terá fome e sede outra vez e terá de correr atrás de meios para satisfazê-las de novo. Temos mais roupas que o necessário e sempre estamos querendo mais alguma porque enjoamos das que temos, ou porque alguém disse que não está mais na moda, ou porque “o mundo trata melhor quem se veste bem”...
Jesus está dizendo que há algo maior!
A satisfação dessas necessidades básicas pode carregar em si um distanciamento de Deus. A idolatria. Há pessoas que são escravas da comida, que fazem dela o seu deus. Há os que fazem do seu estilo, preocupados com a aparência, o seu deus. Há os que fazem do seu ritmo de vida, da sua busca incessante por ter, o seu deus.
As necessidades físicas são satisfeitas temporariamente, mas se vivemos para elas e por elas, a alma passa a reger-nos e a alma é insaciável, ela se nutre de sua própria insaciabilidade. Está sempre querendo ter mais, ser aquilo que não é, ou seja, em cuidar de sua aparência, em maquinar, em como ter e em como aparentar. A alma se alimenta do ‘estar precisando’, do ‘procurar meios e formas de conseguir mais’ e do ‘manipular para ser satisfeita’. É um ciclo interminável, porque insaciável.
Jesus está afirmando que há algo maior. Muito mais básico e essencial do que o comer, beber, vestir e ter. Algo que satisfará seu espírito e sua alma de tal forma que você poderá desfrutar do comer, beber e vestir; você se regalará com o fruto de seu trabalho sem se corromper com isso.
Isso normalmente é entendido no meio ‘evangélico brasileiro’ como um chamado à vagabundagem, à vida contemplativa. Mas não é isso! O trabalho foi instituído como um desfrute para o homem já no jardim do Édem. As pessoas que vivem a fé na Palavra de Deus, sem distorcê-la, são pessoas que trabalham e têm prazer em trabalhar. São pessoas que se dedicam ao que fazem, porém sem se tornaram escravas do trabalho.
Jesus diz que devemos buscar, antes de qualquer outra coisa, o Reino de Deus e a Sua Justiça, e, que fazendo isso, todas as outras coisas das quais necessitamos nos serão acrescentadas.
A comunhão com o Pai é a essencialidade de que depende a vida. Não há vida afastado de Deus. Jesus veio para que tenhamos vida e a tenhamos em abundância.
No v. 24 diz que não há como servir a Deus e às riquezas. Ou sua vida está presa à satisfação das suas necessidades físicas e seculares e desconectada do Pai. Ou você está visceral e espiritualmente buscando conhecer e continuar conhecendo e tendo intimidade com Deus e todas as demais necessidades serão saciadas.
Porque os que não conhecem a Deus é que vivem em função da satisfação destas coisas; pois o nosso Pai celeste, com quem desejamos ardentemente intimidade, sabe que necessitamos de todas elas e nos capacitará e abrirá portas para que todas sejam satisfeitas.

Em Cristo, de Quem dependo visceralmente,

Denise Gaspar - 2009

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Banhos de amor no Caminho

Jesus deu o exemplo: sem humildade e sem amor não se limpa os pés.
Nem os nossos, nem os de ninguém.

O que é humilde limpa os pés do outro que são mais preciosos que os seus.

O que ama limpa os pés do outro que são mais valiosos que os seus.

Se não deixarmos que Jesus lave os pés dos homens através de nós, não temos parte com Ele.

Uma das bem-aventuranças diz: “os limpos de coração verão a Deus”.

O coração é limpo pela Palavra,
mas os pés são limpos pela manifestação da Palavra em nós uns pelos outros.

Denise Gaspar

terça-feira, 12 de junho de 2012

A vida procede da Cabeça

Sendo Cristo a Cabeça da Igreja e a Igreja o Corpo de Cristo, toda a essência do Corpo está na Cabeça. Não há nada no Corpo que possa viver fora da Cabeça. Se nosso corpo humano for separado da cabeça, isso significa automaticamente sua morte. Todos os movimentos de uma pessoa são governados pela cabeça. Quando a cabeça é ferida ou perde parte de suas faculdades, as atividades do corpo ficam paralisadas e o corpo acaba morrendo, pois ela é o controle central da vida do corpo.
Entendamos que Deus não nos separou uma pequena quantidade de Cristo, de modo que a pudéssemos tomar e afastar-nos. Não; Deus nos deu o Cristo completo, Seu Filho, e nos uniu intimamente com Ele. Todo o poder de nossa existência baseia-se em Cristo. No caso de perdermos a comunicação com o Senhor porque nos afastamos d’Ele, instantaneamente nos tornamos sem vida. Desse modo, ainda que um cristão receba vida de Cristo, essa vida permanece no Senhor.
Cristo é a vida do Corpo; Ele também é sua autoridade como a Cabeça. Visto que a vida está n’Ele, a autoridade também está n’Ele. Ele é nossa vida; portanto, Ele tem autoridade; e quando nós obedecemos a Sua autoridade, temos vida.
Todo aquele que confessa com a boca que conhece a vida do Corpo deve se perguntar se tem se submetido a autoridade do Senhor. O fato de alguém estar submisso ou não à autoridade da Cabeça prova se ele realmente conhece ou não a vida do Corpo, se alguém não segue as ordens de seu superior é chamado de insubordinado. Visto que Cristo é a Cabeça, e não nós, não temos nenhum direito de não obedecer-Lhe.
Você alguma vez disse ao Senhor: “Ó Senhor, Tu és minha Cabeça. Eu não tenho o direito de decidir nada nem tenho a autoridade de fazer qualquer escolha por mim mesmo. Liberte-me de tentar ser a cabeça e liberta-me de outras pessoas que se estabelecem como cabeça”? Cada um necessita aprender a aceitar a ordem de Deus: Cristo é a Cabeça e, portanto, ninguém pode seguir sua própria vontade.
A possibilidade de você viver satisfatoriamente ou não a vida do Corpo está baseada no relacionamento que você tem com a Cabeça. Lembremos que não nos tornamos cristãos por termos achado que os outros cristãos são pessoas agradáveis, nem temos êxito como crentes por dominarmos com perícia algum tipo de habilidade cristã. Tornamo-nos cristãos porque conhecemos Cristo. E a maneira pela qual continuamos vivendo com êxito a vida cristã é a mesma maneira pela qual nascemos como cristãos: nascemos ao ter um relacionamento adequado com a Cabeça, a qual é Cristo, o Senhor.
Isso não significa que os cristãos não necessitam ter comunhão entre si; simplesmente afirmo que a comunhão entre os crentes está baseada em seu relacionamento com Cristo. Necessitamos da comunhão porque o Cristo que habita em mim e o Cristo que habita em você são inseparáveis. A comunhão entre cristãos deve ser como a que se relaciona com Cristo. Não temos base para a comunhão fora da Cabeça.
Se nosso relacionamento com a Cabeça é adequado, nosso relacionamento com o Corpo também será. Precisamos entender claramente que cada membro tem um relacionamento direto com a Cabeça. No corpo físico, por exemplo, se a mão esquerda for ferida, a cabeça é que ordenará à mão direita que a ajude.
O amar-se entre si tem de abarcar a todos os membros do Corpo. O que é menor do que os limites do Corpo não é permitido por Deus. Somente ao manterem-se ligados firmemente à Cabeça os cristãos podem se amar sem cair em partidos e seitas.

Watchman Nee

Achareis descanso para vossa alma

Há um descanso que é concedido: “E Eu vos aliviarei”, mas há também um descanso que tem de ser encontrado.

Obtém-se o primeiro simplesmente por irmos a Deus e receber Seu dom da vida.
Isso significa algo mais do que simplesmente crer em um evangelho bem pregado. Significa vir como pecador cansado e sobrecarregado, e ter seu contato pessoal com o próprio Senhor Jesus Cristo.

Este contato infalivelmente traz-nos descanso.

Graças a Deus por todos os Seus filhos que possuem este dom fundamental!

Mas, tendo chegado a este ponto, encontramo-nos no limiar de algo mais. Devemos aprender d’Ele, descobrir a profunda satisfação a ser encontrada em um crescente conhecimento do próprio Senhor. Sobretudo, devemos aprender Sua mansidão e humildade de coração.

Ao fazê-lo, Ele diz, encontraremos descanso. Este descanso não é um dom; é para Seus discípulos, ou melhor, aqueles que aprendem com Ele.

Leva tempo aprender; no entanto, é algo infinitamente gratificante.


Wachman Nee

sábado, 2 de junho de 2012

Maravilharam-se de Seu Poder

“Então, entrando Ele no barco, Seus discípulos O seguiram. E eis que sobreveio no mar uma grande tempestade, de sorte que o barco era varrido pelas ondas. Entretanto, Jesus dormia. Mas os discípulos vieram acordá-lo, clamando: Senhor, salva-nos! Perecemos! Perguntou-lhes, então, Jesus: Por que sois tímidos, homens de pequena fé? E, levantando-Se, repreendeu os ventos e o mar; e fez-se grande bonança.
E maravilharam-se os homens, dizendo: Quem é Este que até os ventos e o mar Lhe obedecem?”.
Mt 8: 23 a 27.

Ao ouvirem o Sermão do Monte as multidões se maravilharam de Sua Autoridade. Agora, nessa passagem descrita por Mateus, os homens agora se maravilharam com Seu Poder.
Depois de ter curado muitos doentes e de ter expulso muitos demônios, vendo Jesus que havia muitas pessoas ao Seu redor, ordenou aos discípulos que entrassem no barco e passassem à outra margem. Como estava cansado, Jesus dormiu.
Eis que sobreveio grande tempestade e aqueles homens, experientes no mar, amedrontaram-se tal a violência das ondas e dos ventos. E Jesus permanecia dormindo como se estivesse numa cama confortável, num quarto aconchegante, numa casa segura e amiga. Dormia como se não houvesse tempestade alguma, mas uma brisa suave e tranqüila.
Desesperados Lhe acordaram suplicando por socorro: “Senhor, salva-nos! Perecemos!”. Diante do grande mal só lhes restava gritar e se desesperar até serem tragados pela morte. Jesus despertando questionou a fragilidade da fé, da segurança, da estabilidade daqueles homens diante das tempestades.
Não é o enfoque dessa reflexão, entretanto, abramos um parêntesis porque muito é dito sobre essa repreensão. Creio que Jesus os repreendeu por se desestabilizarem. Perderam a estabilidade emocional e da fé diante da tempestade mesmo tendo plena convicção de que Jesus estava com eles. No mundo teremos tempestades e aflições, mas, se Ele está no barco conosco, se Ele está no controle de nossas vidas, não há porque perdermos a estabilidade. Podemos sentir medo, frio, angústia, fraqueza, impotência. De fato, assim somos nós, somos pó. Contudo, devemos manter nossos olhos postos n’Ele, o Autor e Consumador de nossa fé. Não só o Autor, mas também o Consumador. O início e o fim. Não devemos nos importar se estamos na bonança ou na tempestade, na chuva ou no sol, importa que Jesus esteja no controle ainda que nos pareça dormir. Jesus homem precisava dormir, descansar, comer, beber. Mas, agora, glorificado, o Guarda de Israel, o Senhor dos Exércitos, não dorme nem dormita, (cochila).
Parêntesis fechado, voltemos ao barco. Jesus levantou-se e repreendeu os ventos e o mar e fez-se grande bonança. O texto não diz, mas posso imaginá-lo voltando a dormir. Porque aquilo que fizera não era em si nada de extraordinário. Ele criou todas as coisas e tudo subsiste pelo Poder de Sua Palavra. Mas aqueles homens maravilharam-se por contemplarem o Poder de Jesus, por serem testemunhas vivas do Poder da Palavra.
Se antes não pensaram em descansar em Jesus, depois de tudo resolvido, tão grande lhes fora o impacto, é que eles não devem ter conseguido dormir mesmo!


Denise Gaspar - 20-02-08