terça-feira, 28 de junho de 2011

Jesus é o Evangelho

Jesus Cristo não é apenas o centro do evangelho, mas todo o evangelho. Os quatro evangelistas nunca se concentram em outra personalidade. Personagens marginais permanecem na periferia, e não se permite a mais ninguém tomar o centro do palco. Vários indivíduos são apresentados somente para interrogar, responder ou reagir a Jesus.


E é assim que deve ser, pois o Novo testamento é uma visão da salvação. Quando baixar a última cortina, Jesus eclipsará todas as pessoas famosas, famosas e poderosas que já viveram.


No homem Jesus há uma absoluta compatibilidade de propósitos em relação a deus. No entanto, aqui está em questão mais do que conhecimento e ligação afetiva: Jesus vive para esclarecer o Reino de Deus e a vida no reino de Deus.


“A Minha comida é fazer a vontade daquele que me enviou e concluir a Sua obra”.


“As palavras que eu lhes digo não são apenas Minhas. Ao contrário, o pai, que vive em mim, está realizando a Sua obra”.


“Pai, se queres, afasta de Mim este cálice; contudo, não seja feita a Minha vontade, mas a Tua”.



Não devemos permitir que essas palavras sejam interpretadas como alegoria. A vontade de Deus é uma realidade. É como um rio de vida partindo de Deus em direção a jess – uma circulação sanguínea da qual Ele recebe vida de maneira mais profunda e poderosa do que a recebida de sua mãe. E quem estiver pronto para fazer a vontade de deus se torna parte dessa circulação sanguínea.



A mente de Jesus estava fixada no cumprimento da vontade divina por meio da proclamação do reino de Deus. A intimidade de Jesus com Deus e a consciência da santidade de deus O encheram de profunda sede das coisas divinas. Sua vida interior de confiança e rendição amorosa não é simplesmente uma questão de oração pessoal, experiência religiosa privada e júbilo na presença íntima de Deus. Essa relação limitada com Deus ignoraria o mundo real e sua luta por redenção, justiça e paz. Não, a vida interior de Jesus Cristo ganha expressão numa qualidade vital, especial, de presença no mundo e em situações mais atrativas.



Brennan Manning. Convite à loucura. Ed Mundo Cristão.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Graça barata

Quantas vezes como adolescente idealista ponderei as palavras de Bonhoeffer: “Quando Cristo chama alguém, Ele o manda vir para morrer!”. Eu vibrava com as suas invectivas contra a “graça barata”, termo cunhado por ele para “graça sem discipulado, graça sem cruz, graça sem Jesus Cristo, vivo e encarnado”. Ele falava da minha condição e da condição de tantos conhecidos meus, ao declarar: “A graça cara é o Evangelho que deve ser continuamente buscado, o dom que deve ser pedido, a porta na qual se deve bater”. Essas palavras e muitas outras semelhantes impediram-me de abandonar a fé cristã...

Bonhoeffer conscientizou-me de que o discipulado, embora possa ser “caro”, não precisa ser sério demais ou pesado. Discipulado, afinal, significa crescer em graça, paz e gratidão.



Philip Yancey. Muito mais que palavras. Ed. Vida