sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Disciplina do Evangelho


Se alguém quer ser Meu discípulo, diz Jesus, o indivíduo  tem de tomar consciência de que existe uma montanha de impressões sobre si que precisa ser jogada fora. O discípulo tem de encarar os fatos e fazer a viagem “após Mim, olhando para Mim, tendo a Mim como sua única referência, dando-Me razão em tudo” – é o que Jesus está dizendo. E ainda que, de forma sofrida, tenhamos de dizer: O Senhor tem razão. Mesmo não gostando das razões de Deus, como Abraão, que não achou nada gostoso, nada delicioso, nem foi cheio de gozo, nem de gáudio, nem falando em línguas ou profetizando, andando para o Monte Moriá. Não. Ele foi gemendo, mas foi. E quando viu o monte, chamou os servos e disse: “Ficai aqui, e eu e meu filho, tendo ido e adorado, voltaremos para junto de vós”. Mas ele não disse: Aleluia, nós somos levitas do monte Moriá! Não era essa adoração panaca. Era adoração que se adora com dor, com perplexidade, sem entender nada, mas dizendo: Tu És Deus, e, contra tudo o que sinto, eu vou. Isso é “após Mim”.

O caminho do discípulo é o caminho das abençoadas desilusões das eternas verdades. O caminho do discípulo vai reduzindo a vida ao pouco que seja necessário, ambicionando chegar o dia em que ele diga: Basta-me uma coisa somente. Esse é o Caminho.

Olhe para dentro de você e pergunte se você quer esse Caminho.

O Evangelho é assim... São as decisões de andar após Ele. De dizer: Eu dou razão ao Evangelho na minha vida.  Não temos de fazer uma reflexão secundária de como vamos tratar o nosso inimigo. Jesus já disse como é que ele tem que ser tratado. Não temos de fazer reflexão secundária e nem ponderar com Deus o tamanho das nossas raivas, das nossas justiças ofendidas, dos nossos direitos aviltados, e que, portanto, temos direito a uma instância superior de vingança. Ir após Ele é simplesmente entrar em todos os buracos com Jesus; é sofrer na presença de Jesus, ver a revelação da nossa incoerência na presença dEle, enquanto somos disciplinados pelo Evangelho, dando lugar à disciplina. Disciplina do Evangelho, é quando o Espírito Santo coloca na nossa consciência a razão do Evangelho contra todas as nossas certezas ou opiniões. É quando o nosso coração diz: Eu quero para mim. Aí começa um caminho que não será perfeito, mas será perfeitamente imperfeito e gracioso até o dia em que ele se tornar pleno e total.

 
Caio Fábio. O caminho do discípulo.

sábado, 25 de agosto de 2012

Vasos de barro para Sua manifestação

        Roberta Bondi fala de um monge do séc.VI que supervisionava uma comunidade tumultuada. “Nossos irmãos irascíveis estão buscando o verdadeiro amor por Deus”, queixavam-se alguns monges. “vocês estão errados”, Dorotheos os informou. “Pensem no mundo como um grande círculo com Deus no centro e a vida humana na circunferência. Imaginem agora que haja linhas retas que partam de fora do círculo, onde se encontram todas as vidas humanas, e cheguem a Deus, no centro. Percebem que não há como chegar a Deus sem se aproximar das outras pessoas, nem há como se aproximar das outras pessoas sem se aproximar de Deus?”

Quando minha identidade muda de dentro para fora, meus olhos se levantam para ver os que precisam do amor e da misericórdia de Deus. Paulo reforça seu conselho aos romanos de se transformarem “pela renovação da sua mente” com a primeira menção completa à analogia do corpo de Cristo; depois apresenta uma série de ordens abruptas, como: “compartilhem o que vocês têm com os santos em suas necessidades” e “façam todo o possível para viver em paz com todos”. Em outras cartas, pede aos leitores que alimentem os famintos, que demonstrem hospitalidade aos ministros que viajam, que busquem com amor os incrédulos que os cercam. Mentes renovadas expressam-se em relacionamentos com outros corpos. “O caminho para a santidade”, disse Dag Hammarrskjöld, “passa necessariamente pelo mundo da ação”.

Constantemente, recordo-me de um homem que se aproximou de mim depois de uma palestra e disse, bruscamente?

- Não foi você que escreveu um livro intitulado Deus sabe que sofremos? – quando respondi afirmativamente, ele continuou: - Bem, não tenho tempo de ler o livro. Não daria para você resumir do que ele trata em uma ou duas frases? (Os escritores adoram pedidos como esse, depois de passarem meses escrevendo um livro.)

Pensei um pouco e respondi:

- Bem, acho que terei de responder com outra declaração: “A igreja sabe que sofremos”. Veja – expliquei -, a igreja é a presença de Deus na terra, seu Corpo. Se a igreja fizer sua tarefa, se aparecer na cena das tragédias, visitar os enfermos, dirigir clínicas para aidéticos, aconselhar vítimas de estupro, alimentar os famintos, agasalhar os sem-teto, acho que o mundo não fará a primeira declaração com perplexidade. Ele saberá onde Deus está quando sofremos no corpo que é o Seu povo, ministrando a um mundo decaído. Na verdade, a conscientização da presença de Deus geralmente acontece em conseqüência da presença de outras pessoas.

Durante muitos anos, acompanhei um amigo que passou por um período muito difícil. Ele lutou contra a depressão profunda e, nesta batalha, acabou se divorciando e perdendo o emprego. Passou um período internado em uma clínica de recuperação e sobreviveu a pelo menos três tentativas de suicídio. Encontrava-me com ele, orava e passávamos longas horas ao telefone. Na maior parte do tempo, sentia-me desamparado e inútil. As respostas que eu dava faziam pouca diferença e, depois de algum tempo, cheguei à conclusão de que ele precisava de meu amor, e não de meus conselhos. Simplesmente coloquei-me à sua disposição tanto quanto possível.

Finalmente, meu amigo encontrou a cura que o trouxe de volta à sanidade. Ele me disse: “Você era Deus para mim. Não conseguia contato com Deus Pai, pois Ele parecia distante e retraído. Mas continuei crendo em Deus por sua causa”. Queria desenganá-lo, refutá-lo, pois sei quem sou e sei que estou distante de Deus. À medida que o ouvia, porém, percebi o profundo significado da expressão “corpo de Cristo” que Paulo usou. Seja qual for o motivo, Deus escolheu a mim e a outros como “vasos de barro”, pelos quais derramou Sua presença. Não fazemos essa viagem sozinhos, e sim unidos uns aos outros.

Philiph Yancey, o Deus (in)visível.

domingo, 19 de agosto de 2012

O Verbo que fala

         João é um escritor de grande competência, que emprega com habilidade nuanças e alusões. O texto apresenta uma simplicidade convidativa, mas essa simplicidade que esconde insights profundos. Seria irreverente e profano reduzir seu evangelho a umas poucas “verdades” ou “princípios” (a abordagem gnóstica). Devemos deixá-lo agir à sua própria maneira. Nossa tarefa é nos sujeitar à arte narrativa de João e permitir que ele nos fundamente no Jesus da criação, essa criação na qual Jesus revela a plenitude de Deus; e, depois, seguir Jesus e adotar a vida de fé firmada na criação, cuja plenitude tome forma dentro de nós.

João escreve a história de Jesus de maneira bastante diferente de seus companheiros canônicos Mateus, Marcos e Lucas, que seguem outro plano. A abordagem de João apresenta a mesma história, mas a mudança de tom e de ponto de vista nos envolve de maneira distinta. O romancista John Updike observa que, se considerarmos Mateus, Marcos e Lucas progressivamente sedimentares, João é metafórico – todas as camadas intensamente combinadas em algo muito diferente.

A narrativa de João é constituída principalmente das conversas de Jesus. No relato reescrito que João apresenta da criação de Gênesis, a característica mais conspícua é que Jesus fala. Ele é, afinal das contas, o Verbo. Mas, ao contrário das frases curtas de Gênesis, as palavras de Jesus fluem em diálogos e discursos. A oração inicial de João: “No princípio era o Verbo” é detalhada nas conversas de Jesus com pessoas de todo o tipo vivendo em quaisquer circunstâncias, conversas curtas e longas, incisivas e complexas, mas todas conversas.

Essas conversas se desenvolvem e se acumulam: conversas entre Jesus e Sua mãe, Jesus e Seus discípulos, Jesus e Nicodemos, Jesus e a samaritana, Jesus e o paralítico, Jesus e o cego, Jesus e os judeus, Jesus e Marta, Jesus e Maria, Jesus e Caifás, Jesus e Pilatos e, sem nenhuma mudança de tom ou dicção, entre Jesus e Deus, entre o Filho e o Pai. Em várias ocasiões, as conversas se transformam em discursos, mas o tom dialogal é sempre preservado. Não se trata de declamações para um “mundo” generalizado, mas de conversas pessoais. O Senhor da linguagem usa a linguagem não para dominar, mas para formar relacionamentos de Graça e Amor, criar comunidades e amadurecê-las em oração.

Eugene H. Perterson

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Obedecer e seguir

         Dois imperativos traçam o caminho dos cristãos batizados ao vivermos juntos na comunidade da ressurreição. Nenhum dos dois é difícil de entender, mas é preciso uma vida inteira de atenção e disciplina para ser moldado por eles. As palavras são “Arrepender-se” e “Seguir”. Esses termos são unidos e interiorizados por um terceiro imperativo: “Ore”.

“Arrepender-se” é o “não” e “Siga” é o “sim” da vida batizada. As duas palavras devem ser praticadas em condições variáveis ao longo de toda a vida comunal e na vida individual. Nunca chegamos a dominar essas ordens a ponto de podermos passar para esferas mais elevadas. Elas são básicas e permanecem básicas.

“Arrepender-se” é uma palavra de ação: mude de direção. Você está indo pro lado errado, pensando coisas erradas, imaginando tudo ao contrário. A primeira providência a tomar ao começarmos a vida na comunidade é parar tudo o que estamos fazendo. Não importa do que se trata, é quase certo que está errado; não importa quanto nos esforçamos e quão bem intencionados somos. Praticamente tudo em nossa cultura nos leva a pensar que controlamos nossa vida, que somos a medida de todas as coisas, que tudo depende de nós. 

Depois disso, siga. Siga Jesus. Seguir o Senhor Jesus Cristo é o “sim” batismal subseqüente ao “não”. Renunciamos à iniciativa e adotamos a obediência. Renunciamos às asserções insistentes e passamos a ouvir silenciosamente. Observamos Jesus trabalhar, ouvimos Jesus falar, acompanhamos Jesus Cristo em novos relacionamentos, até em lugares estranhos e com pessoas estranhas. Andar com o Senhor Jesus, observar o que Ele faz e ouvir o que Ele diz são práticas que se desenvolvem numa vida receptiva e responsiva a Deus, ou seja, numa vida de oração.

A oração é a linguagem batismal aprendida e usada na comunidade dos batizados. Isso porque seguir Jesus não é marchar atrás d’Ele como robôs em formação rígida. A prática de seguir penetra nosso ser, é interiorizada, chega aos nossos músculos e nervos; torna-se oração. A oração é aquilo que se desenvolve em nós depois que saímos do centro e começamos a responder ao centro, Jesus. E essa resposta é sempre física, um ato de seguir, pois Jesus está Se dirigindo para algum lugar: Ele vai para Jerusalém e para o Pai. Seguimos Jesus na companhia de Seus seguidores, cultivando uma vida de oração em nome de Jesus, descobrindo que o Espírito está ornado ao Pai em nós e por meio de nós.
 
Eugene H. Peterson. A maldição do Cristo genérico.

terça-feira, 14 de agosto de 2012

A fé é uma jornada, não um destino

        No Livro de Atos, a fé era, para cada cristão, um início, e não um fim; era uma jornada, e não uma cama para se deitar enquanto esperava o dia do triunfo de nosso Senhor. Crer não era um ato praticado uma única vez; era mais do que um ato, ou seja, era uma atitude do coração e da mente que inspirava e permitia ao cristão pegar sua cruz e seguir o Cordeiro para onde que Ele fosse.

“E perseveraram”, diz Lucas. Não está claro que apenas sendo perseverantes eles confirmariam sua fé? Em um determinado dia, eles creram, foram batizados e juntaram-se à comitiva dos fiéis. Isto é ótimo, mas e o amanhã? E o depois de amanhã? Como seria possível saber se a conversão deles havia sido genuína? Como poderiam apagar da memória daqueles que os criticavam a acusação de que tinham sido pressionados a tomar uma decisão? A acusação de que tinham cedido à pressão psicológica feita pelas multidões e decorrente do entusiasmo religioso? É evidente que só havia uma forma: perseverar.

Eles não apenas perseveraram, mas persistiram firmes. Assim escreveu Lucas, e o termo “perseveraram” aparece no versículo para nos mostrar que eles perseveraram contra uma terrível oposição. A firmeza só se faz necessária quando estamos sob um ataque, mental ou físico, e a vida daqueles primeiros cristãos é uma história de fé provada pelo fogo. A oposição era real. 

Aqueles primeiros cristãos voltaram-se para Cristo plenamente conscientes de que estavam unido-se a uma causa malquista que poderia custar-lhes tudo. Sabiam que daquele momento em diante seriam membros de um grupo minoritário odiado, cuja vida e liberdade sempre estariam em perigo.

Esta não é uma inquietação inútil. Pouco depois do pentecostes, alguns foram presos, muitos perderam todos os seus recursos materiais, alguns foram mortos logos em seguida e centenas “se dispersaram”.

Eles poderiam ter escapado de toda esta situação valendo-se do simples recurso de negar sua fé e abraçar o mundo; contudo, eles firmemente se recusaram a agir desta forma.

  
A. W. Tozer. Verdadeiras Profecias.

sábado, 11 de agosto de 2012

Técnica de Oração

Quando for orar a primeira coisa a ser feita é confessar, se tiver algo atrapalhando,
criando barreira entre você e o nosso Deus, confesse. Abra seu coração, porque Ele lhe conhece, Ele sabe tudo. Então, confesse!

Segunda coisa: exalte-O .  Fale das maravilhas. Quando pensamos num Deus como o nosso nos faltam palavras. Aí, pedimos ao Espírito de Deus que nos dê palavras para exaltá-lO.

Terceira coisa: Agradeça. Você está vendo que não se falou em pedir. Agradeça o que você já recebeu.E, mais ainda, agradeça, pela fé, aquilo que você tem de promessa de Deus. Por exemplo: essa rica, maravilhosa, singular, única Salvação. Isso é para nós ficarmos no chão estendidos só agradecendo. Porque Ele nos tirou das trevas e nos transportou para o Seu Maravilhoso reino de Luz.

Percebeu como é bom orar?

Você não precisa fazer aquela oração relâmpago: Obrigado, Jesus, amém. Você terá razão para falar com Ele com profundidade. Outra coisa é a boa posição para se falar com Ele é “orar com o pé para trás”, ou seja, orar de joelhos. Se orarmos desta forma ao Senhor nem vamos lembrar de pedir nada para nós. E vamos pedir pelos outros, como foi com Jó. Deus mudou a sua sorte quando ele orou por seus amigos.

Então, vamos orar?

          Desfrutar de uma vida de comunhão com Deus significa que algumas decisões foram tomadas anteriormente. Primeiro, você decidiu crer em Deus, “pois sem fé é impossível agradá-lO”, Hb 11: 6. Segundo, você decidiu conhecê-lO profundamente, lendo e meditando na Sua Palavra, pois “Jesus é o Verbo que Se fez carne”, Jo 1:14. Terceiro, você decidiu depender totalmente de Deus, levando uma vida de oração, “pois todo o que pede recebe; o que busca encontra; e a quem bate, lhe será  aberto”, Lc 11: 10. 

         Se você já tomou as duas primeiras decisões, aproveite esta oportunidade para começar uma fase de intimidade com Deus. Ore!!! Ore sempre em nome do Senhor Jesus, o nosso Mediador, 1Tm 2:5.

         Pois, “muito pode a oração do justo em sua eficácia”, Tg 5: 16.

         Receba as bênçãos de Deus por meio de Cristo Jesus.

Washington Souza

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Salmo 25


SALMOS 25

A Ti, Senhor, elevo a minha alma.
Deus meu, em Ti confio; não seja eu envergonhado;
não triunfem sobre mim os meus inimigos.
Não seja envergonhado nenhum dos que em Ti esperam;
envergonhados sejam os que sem causa procedem traiçoeiramente.
Faze-me saber os Teus caminhos, Senhor; ensina-me as Tuas veredas.
Guia-me na Tua Verdade, e ensina-me;
pois Tu és o Deus da minha Salvação; por Ti espero o dia todo.
Lembra-Te, Senhor, da Tua compaixão e da Tua benignidade, porque elas são eternas.
Não Te lembres dos pecados da minha mocidade, nem das minhas transgressões;
mas, segundo a Tua misericórdia, lembra-Te de mim, pela Tua bondade, ó Senhor.
Bom e reto é o Senhor; pelo que ensina o caminho aos pecadores.
Guia os mansos no que é reto, e lhes ensina o Seu caminho.
Todas as veredas do Senhor são misericórdia e verdade
para aqueles que guardam o Seu pacto e os Seus testemunhos.
Por amor do Teu nome, Senhor, perdoa a minha iniqüidade, pois é grande.
Ao homem que teme ao Senhor, Ele o ensinará no caminho que deve escolher.
Ele permanecerá em prosperidade, e a sua descendência herdará a terra.
A intimidade do Senhor é para aqueles que O temem,
aos quais Ele dará a conhecer a Sua aliança.
Os meus olhos estão postos continuamente no Senhor, pois Ele tirará do laço os meus pés.
Olha para mim, e tem misericórdia de mim, porque estou desamparado e aflito.
Alivia as tribulações do meu coração; tira-me das minhas angústias.
Olha para a minha aflição e para a minha dor, e perdoa todos os meus pecados.
Olha para os meus inimigos, porque são muitos e me odeiam com ódio cruel.
Guarda a minha alma, e livra-me; não seja eu envergonhado, porque em Ti me refúgio.
A integridade e a retidão me protejam, porque em Ti espero.
Redime, ó Deus, a Israel de todas as suas angústias.
  

Amado (a) de Deus,

Jesus disse: Eu Sou o Caminho, e a Verdade, e a Vida; ninguém vem ao Pai senão por Mim.” Jo 14:6.

Ele é o Deus da nossa Salvação, e a Sua Aliança é com todos os que O reconhecem como o Filho de Deus e reconhecem que o Seu sacrifício é único e suficiente para perdão dos pecados.

“A todos quantos O receberam deu-lhes o Poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que crêem no Seu nome; os quais não nasceram do sangue nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas da vontade de Deus”. 

Todos os que se voltam para Ele O encontram porque Jesus tem prazer em Se revelar a nós. “Buscar-me-ás e Me acharás quando Me buscares de todo o teu coração” . 

Há uma promessa:

“Respondeu Jesus: Se alguém Me ama, guardará a Minha Palavra; e Meu Pai o amará, e viremos para Ele e faremos nele morada”, Jo 14:23.

Se Jesus e o Pai vêm morar em nós quão grandes serão os livramentos. Qual o inimigo chegará perto de nós? Quem ousará tocar na menina dos olhos do Senhor?

Quem entrega a sua vida a Jesus só tem duas opções na vida: vencer ou vencer. Porque Ele é o Vencedor! E faz de nós mais que vencedores.
Denise Gaspar – 05-11-2006

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

A preparação da noiva

“Então, se dispôs Eliasibe, o sumo sacerdote, com os sacerdotes, seus irmãos, e reedificaram a Porta das Ovelhas; consagraram-na, assentaram-lhe as portas e continuaram a reconstrução... Junto a ele edificaram os homens de Jericó; também, ao seu lado, edificou Zacur... Os filhos de Hassenaá edificaram... Ao seu lado, reparou Meremote... e Mesulão... e Zadoque... ao lado destes, repararam os tecoítas...”, (Ne 3).
Até o versículo 31 são enumerados todos os que participaram da reconstrução dos muros e o que cada um fez, mas no versículo 5 é feita uma ressalva, “os nobres, porém, não se sujeitaram ao serviço do Senhor”. 
              E no capítulo 4:1 diz: “Tendo Sambalá ouvido que edificávamos o muro, ardeu em ira, e se indignou muito e escarneceu dos judeus”. E Sambalá fez tudo o que lhe foi possível para interromper a reconstrução e o reparo dos muros e das portas, e fez tudo para enganar e confundir a Neemias para tirá-lo do seu propósito de obedecer à ordenança do Senhor e permanecer na tarefa da reconstrução da cidade que estava em ruínas.
Cada um de nós é a cidade cujos muros derribados Jesus quer reconstruir. O Filho do Deus Criador, Aquele que participou diretamente da Criação tem Poder e Autoridade para realizar essa obra. E as demolições de velhas construções, a limpeza do terreno, a construção, os reparos e os fechar de brechas e tudo o que for necessário, só se realiza através do Poder do Sangue e da Palavra de Jesus. 
São muitas as circunstâncias e as aflições deste e neste mundo, muitas e terríveis notícias nos chegam dos quatro cantos da terra. Todo tipo de violências e atrocidades, de mentiras e enganos, acontecendo fora e dentro da Igreja do Senhor. Coisas horríveis que entristecem e tentam nos fazer desistir e parar. São as artimanhas de Sambalá para desviar nossos olhos e nossa atenção do Alvo. São as mentiras do inferno que tentam prevalecer, que tentam nos convencer de que a obra não chegará ao fim.
O Senhor Jesus nos previniu de que no “mundo temos aflições”, (Jo 16:33), mas nos garantiu: “de todas Eu os livro”. Ele nos avisou que ouviríamos rumores de coisas terríveis, mas nos animou afirmando que neste momento estaríamos perto de nosso encontro com Ele face a face nos ares. Maravilhoso o dia do arrebatamento, e grande o dia de Sua volta em Poder e em Glória. E nos disse “levantai vossas cabeças e exultai...” E todos dizemos Maranata, “e o Espírito e a noiva dizem: Vem! Aquele que ouve, diga: Vem!”.  
Glória a Deus, os sinais estão aí, exultemos e digamos “Vem!”. Não deixemos de meditar profundamente na Palavra. Para exultarmos e nos alegrarmos com Sua volta temos de estar prontos para encontrá-lO. Sabemos que não será toda a ‘igreja’ arrebatada, alguns ficarão para a segunda e última chamada. No livro de Amós, cap 5:18, somos alertados: “Ai de vós que desejais o Dia do Senhor! Para que desejais vós o Dia do Senhor? É dia de trevas e não de luz.” Que possamos ser encontrados reconstruídos, cidades fortificadas  para encontrar com nosso Rei, (na primeira chamada)!
Cada um de nós deve buscar no Senhor as áreas a serem reconstruídas, a serem limpas e adornadas. Devemos dar lugar ao Seu Santo Espírito para que possa trabalhar em nós. A obra é feita por Ele, mas a nós foi dado o direito de querer ou não, permitir ou não a Sua ação. No tempo de Neemias nem todos quiseram participar da reconstrução, hoje, infelizmente, nem todos querem ser reconstruídos. Naquele tempo eles tinham de fazer a obra, hoje temos de nos entregar ao Poder de Deus e nos expormos à Sua Palavra para que Ele a faça em nós.
Todo o segredo de Vitória é o obedecer voluntária e conscientemente ao Senhor.  A Igreja, que é cada um de nós, deve se preparar como noiva para o casamento. Vemos em Neemias que cada um fez a sua parte, todos participaram para a vitória da cidade. Cada um de nós se preparando, se despindo deste mundo, se despojando dos valores seculares, se lavando da cultura mundana e nos adornando para a Grande Festa. É a preparação da noiva, a preparação da Igreja sem máculas e sem rugas. Por não sabermos a sua data exata devemos estar prontos, não deixando sujar nem amarrotar nossas vestes brancas, e manter nossas sandálias e pés limpos, sem o pó deste mundo.
Se nós tivéssemos que fazer isto sozinhos, por nossa própria conta, com o trapo de  imundícia que é a nossa justiça, com toda certeza, não o conseguiríamos. Mas Ele é Fiel e Poderoso para nos guardar e nos garantir a Vitória. Aleluia!!! Por isso nos deu as armas necessárias: Sua Palavra, Seu Sangue, Seu Nome, Seu Santo Espírito.
Graças Te damos, Senhor, por cada uma delas!!!!
A reparação dos muros não são proibições, “não faça isso, nem aquilo...”, mas o reconhecimento de que só Jesus nos reconcilia com o Pai, que só Ele pode operar maravilhas e a nossa total rendição a Ele. Os adornos da noiva são o que devemos fazer: ter fé e perseverar. Pois o justo vive pela fé no Filho de Deus, e tem na sua perseverança a salvação de sua alma.
Jesus diz: “Aquele que tem os Meus mandamentos e os guarda, esse é o que Me ama”. Todas as Suas ordenanças são realizáveis apenas e unicamente quando desejamos e permitimos que Ele as realize por nós em nós, e o que nos assegura a Sua ação é a Paz sem explicação que nos enche e a transformação dos desejos e das inclinações de nossos corações. Pois, como escrito no livro de Isaías 26:12:  “Senhor, concede-nos paz, porque todas as nossas obras Tu fazes por nós”.
Vencendo vem Jesus!!!           

Denise Gaspar, 20-08-2001

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Alegrem-se maltrapilhos


“Folguem e em Ti se rejubilem todos os que Te adoram”, Sl40:16a.
 
Sempre em todos os lugares, a suprema questão para a ralé maltrapilha é a Pessoa de Jesus Cristo.
O que são os maltrapilhos? Quem são eles?
A obscura assembléia de pecadores salvos, que sabem que são inexpressivos, têm consciência de seu quebrantamento e da sua incapacidade diante de Deus, pecadores que se fiam na misericórdia divina. Atônitos diante do extravagante Amor de Deus, não dependem de sucesso, fama, riqueza nem poder para autenticar o valor que eles têm...
“Fiel é a Palavra e digna de toda aceitação: que Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal”, 1Tm1:15. Aturdido e confuso pela experiência pessoal com o Messias dos pecadores, percorrendo as ruas barulhentas das grandes cidades e as estradas de terra dos vilarejos, o maltrapilho segue pela vereda da confiança cega no perdão irreversível do mestre. As defesas que ele construiu contra sua verdade como pecador salvo são destruídas no redemoinho da Misericórdia que brilha como relâmpagos em sua vida.
“Se o Senhor Jesus Cristo me lavou em Seu próprio Sangue e perdoou todos os meus pecados”, diz o maltrapilho para si mesmo, “não posso e não preciso deixar de me perdoar”.

O maltrapilho reverbera as palavras de Paulo: “Eu sei em quem tenho crido”, 2Tm1:12. O conhecimento que se sente da ternura de Jesus, estando nós assustados e deprimidos pelo pecado, e que nos ergue gentilmente a ele é o coração da espiritualidade maltrapilha. Depois de tropeçar e cair, o maltrapilho não afunda em desânimo nem em autocondenação sem fim; ele logo se arrepende, oferece ao Senhor aquele momento de quebrantamento e renova sua confiança no Messias dos pecadores. Ele sabe que Jesus Se relaciona com pessoas quebrantadas que se lembram de amar.
Alerta às manipulações e esquemas da justiça própria dos fariseus, os maltrapilhos se recusam a entregar o controle da vida a regras e regulamentos. Sabem que a religiosidade desgastada dos legalistas, apanhados no narcisismo fatal do perfeccionismo espiritual, torna obscura a face do Deus de Jesus. Eles não vendem a alma em troca da falsa segurança de uma religiosidade cheia de medos que deixa aleijado o espírito humano. O lema do maltrapilho são as palavras que se vêem nas placas dos carros do estado de New Hampshire: “Viver com liberdade ou morrer”.
Durante os últimos 03 anos de oração, estudo e autoexame, o Espírito Santo me levou a uma conclusão inevitável: a confiança cega é a solução para este maltrapilho. Se for a sua solução, o sinal em que você pode confiar será a transformação lenta, constante e miraculosa da autorejeição em autoaceitação arraigada na aceitação de Jesus Cristo.
Brennan Manning