quarta-feira, 27 de março de 2013

segunda-feira, 25 de março de 2013

Meu netinho e a permanência do objeto

Há vários anos, quando eu estava nos primeiros meses de meu aprendizado como avô, recebemos em casa a visita por alguns dias de meu filho Eric, minha nora Lynn e meu netinho Andrew. Fazia 25 anos que eu não experimentava um bebê dia após dia bem próximo de todos os detalhes, e então fiquei absorvendo tudo. Tinha perdido muita coisa a primeira vez; estava agora decidido a não perder nada dessa vez. Um dia, estávamos somente Andrew, sua mãe e eu na sala de estar. Lynn estava lendo um livro. Andrew vinha praticando sua versão do engatinhar fazia algumas semanas e já estava chegando perto da perfeição. Eu estava sentado no chão observando com admiração aquele corpinho executar uma série de operações musculares altamente habilidosas, exigindo a coordenação precisa de olhos, braços e pernas. Tinha uma bola de tênis que ele pegava, jogava e depois engatinhava para pegar. A bola ricocheteava lindamente das paredes e dos móveis, fornecendo o desafio e a variedade necessários para mostrar a seu avô suas habilidades altamente desenvolvidas. Naquele dia, nada que eu jamais tivesse visto num campo de beisebol ou num rinque de patinação de hóquei competia com meu interesse e admiração ao observar as proezas atléticas de Andrew no engatinhar. Isso continuou por dez ou quinze minutos; foi quando a bola rolou para debaixo de um escoadouro e desapareceu da vista dele. No momento em que a bola desapareceu, Andrew parou, sentou sobre suas fraldas e olhou ao redor procurando algo mais para fazer, como se nunca tivesse existido a bola de tênis para perseguir. Olhei para a mãe dele:
- Lynn, qual o problema com o Andrew?
Minha admiração excessiva rapidamente se havia transformado em ansiedade. Por que ele parou de ira atrás da bola? Será que estava faltando algum gene em seu DNA? Será que estaria mostrando os primeiros sinais de dislexia e um transtorno de déficit de atenção? Lynn, sem sequer perder tempo de olhar sobre o livro que tinha em mãos, disse friamente, e achei que pelo menos com um pouquinho de ar de superioridade:
- O Andrew ainda não desenvolveu a permanência do objeto.
- O que isso quer dizer?
- Significa que o que ele não consegue enxergar não existe.
Demorou alguns segundos para eu interiorizar aquilo, e então eu disse:
- Ah, eu tenho uma congregação inteira assim.

Eu nunca tinha ouvido a expressão “permanência do objeto”. Lynn e eu conversamos a respeito. Contou-me que naqueles primeiros meses como mãe praticamente tudo na vida de Andrew exigia gratificação imediata: amamentá-lo, acalmá-lo, trocar suas fraldas. Nem pensar em esperar. Não havia nenhuma realidade para Andrew a não ser aquilo que ele conseguia ver, provar, cheirar, sentir e ouvir. Para que fosse uma boa mãe, tinha de estar de corpo presente, dia e noite, noite e dia. Ela também observou que, se continuasse sendo uma boa mãe daquela maneira, a certa altura acabaria sendo uma péssima mãe.
Ela me fez ver que poderia passar de boa mãe a uma mãe má se o Andrew nunca aprendesse a tal permanência do objeto – se nunca aprendesse a lidar com sua ausência da mesma maneira que aprendera a lidar com sua presença. Se ela insistisse em ser indispensável para ele, estreitaria a vida dele a somente aquilo que ele era capaz de enxergar.

Até a estaca zero, você vive por vista; depois da estaca zero, você vive por fé. A biologia básica agora dá lugar à espiritualidade básica. Não mais restringidos pelos sentidos, pelos sentimentos e pela proximidade, somos lançados numa exploração e participação  no imenso mundo de lembranças, expectativas, esperas, confiança, crença, sacrifício, amor, lealdade, fidelidade – nenhum dos quais pode ficar circunscrito ao que você é capaz de ver e tocar. Nenhum desses elementos que constituem o que é característica e inconfundivelmente humano em nós pode ser possuído – precisa ser penetrado. A maior parte daquele que é não se encontra onde possa ser tocado, posto na boca, onde possa se envolver com seu cálido aconchego. A estaca zero é o lugar de onde começamos a aprender a viver com a presença. A palavra genérica que usamos em referência a isso é fé.
É essencial ter em mente que nossos cinco sentidos não se tornam menos importantes nesta altura; ao contrário, talvez se tornem mais importantes, pelo fato de não mais nos limitarem. Nossa vida espiritual não é menos física, sensual, imediata que nossa vida biológica, apenas não está circunscrita ao físico. Nosso corpo, em vez de ser uma prisão em que somos encarcerados em nós mesmos, são estradas abertas nas quais embarcamos numa viagem rumo ao que “Olho nenhum viu, ouvido nenhum ouviu”. A biologia não é nosso destino, como Freud queria que acreditássemos; antes, é um passe livre para provar e ver que o Senhor Jesus É Bom. Não deixamos a biologia para trás quando chegamos à estaca zero; o que fazemos é desenvolver a permanência do objeto. Não mais precisamos enxergar algo para saber que existe.

Eugene Peterson. Espiritualidade subversiva, Ed. Mundo Cristão.

terça-feira, 12 de março de 2013

Confiança é a palavra!!!

Confiança é o bem maior que pode se instalar no ser de um homem.

Confiar é, portanto, o maior desafio do ser humano...

A verdadeira confiança é um estado da fé, quando se transforma em entendimento espiritual, o que torna a confiança não apenas em algo como um ato, mas sim como a realidade de um estado permanente, no qual os atos em si são feitos da matéria prima da própria confiança.

Mas como e por que alguém confiaria no invisível?

Ora, a questão é que todas as coisas que são, são como são. Portanto, sem confiança e fé, não muda a Terra, posto que somente a fé projeta o que é bom, mesmo que ainda não exista como fato concreto. 

Somente a confiança muda o mundo que nos cerca; mas para que isto aconteça, ela antes tem que ter mudado o mundo interior do homem que diz experimenta-la.

Na falta de confiança, todavia, subsiste apenas a desconfiança da sobrevivência, e que é infinitamente mais aflita que a luta de uma fera pela vida, posto que nossa inteligência caída nos remete sempre para as piores conclusões da inteligência inclinada para o mal, pois que o mal existe em nós; daí ele ser projetado como imagem de nosso interior sobre o mundo, e como todos fazem assim, nos defendemos uns dos outros, e nos matamos em desconfiança.

Somente a fé que permanece confiante é que carrega consigo as certezas de coisas que se esperam e a firme convicção de fatos que se não vêem.

Confiança, portanto, não se entrega pela metade, nem nos provê com suas bênçãos se a entrega a ela não for total. E o “total” nesse caso é apenas aquilo que se transforma em descanso. De tal modo que a confiança é medida pelo descanso que a alma experimente enquanto confia.

Confiança deve ser o estado do ser pacificado com Deus. Por outro lado, ninguém é pacificado em Deus se não se entregar em confiança ao amor e à fidelidade de Deus.

Confiança é fruto de alguém saber que nada pode separa-lo do amor de Deus!


Quem assim crê, assim vive!

Nele,
Caio Fábio      28/12/2004

quinta-feira, 7 de março de 2013

Mudanças e confortos

Quero compartilhar algo que me fez meditar.
Hoje ouvi algo mais ou menos assim:

"Surgem mudanças súbitas e radicais onde a gente precisa se reinventar e aprender como será a vida daí em diante. E não nos damos conta que Deus está operando. Deus nos salva do conforto de Deus para nos fazer crescer em Deus". (Pr Caio Fábio)

Há um tempo atrás ouvi:

"Deus está mais preocupado com nosso caráter do que com nosso conforto". (Pr Washington Souza)

Eu creio no Amor e na Graça de Deus. Eu creio que Deus opera em todas as situações para transformar nosso coração. Creio que Ele nos conduz em triunfo quando opera maravilhas em nosso coração.

      Agradeço a Deus por todas as vezes em que me livra dos confortos, das certezas e, mesmo, das alegrias que me afastam d’Ele impedindo Seu agir em mim.
      Senhor, venha o Teu Reino e seja feita a Tua vontade em minha vida. Lanço mão do meu livre arbítrio para entregar-me a Ti para que tenhas liberdade de operar em mim a Tua vontade que é boa, perfeita e agradável. Para que eu resplandeça Tua Graça vivendo o Amor para o qual me chamaste.
      Orando por mim mesma oro por todos os amigos a quem Pitada de Sal alcançar. Venha sobre nós o Teu Reino, cumpra-se a Teu querer, que sejamos todos transformados na face de Cristo.

Denise Gaspar 27-04-09

terça-feira, 5 de março de 2013

Qual o dom devemos buscar?

       Paulo, termina 1Co12 dizendo que devemos procurar, com zelo, (em Deus), os melhores dons. No contexto as pessoas, em geral entendem que o maior dom é o de profecias. No entanto, ele começa o cap 13 dizendo: “E eu passo a mostrar-vos ainda um caminho sobremodo excelente”, e termina: “Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três; porém, o maior destes é o amor”.

Pensam que é a profecia porque o cap 14 começa dizendo para seguir o amor e procurar, com zelo os dons espirituais, principalmente que profetizeis. E, via de regra entende-se por profecia o anunciar o futuro, trazer o conhecimento, a revelação de algo que está por vir. Essa é a palavra de conhecimento. Profecia, todavia, é anunciar a Palavra de Deus, é anunciar as boas novas do Evangelho, é anunciar a Cristo.

Mas o melhor dom que devemos buscar em Deus com zelo é o Amor.

Pois sem o Amor de Jesus nada tem valor diante de Deus.
 
Quem ama vive a misericórdia e o perdão!!!

Pense nisto,

N'Ele que sendo Deus, por Amor, fez-Se um de nós, para cancelar o escrito de dívida que era contra nós.

Denise Gaspar - 17-12-2007