segunda-feira, 17 de agosto de 2015

O grão tem que cair em terra e morrer para poder dar frutos - Anderson Abreu

MENSAGEM DA REVISTA Nº 49. 
TEXTO PRINCIPAL NA ÍNTEGRA.


“Ora, entre os que subiram para adorar haviam alguns gregos;
estes, pois, se dirigiram  Filipe, que era de Betsaida da Galileia,
Filipe foi dizê-lo a André e André e Filipe comunicaram a Jesus.
Respondeu-lhes Jesus: É chegada a hora de ser glorificado o Filho do Homem.
Em verdade, em verdade vos digo: se o grão de trigo, caindo em terra, não morrer, fica ele só; mas se morrer, produz muito fruto. Quem ama a sua vida perde-a; mas aquele que odeia a sua vida neste mundo preservá-la-á para a vida eterna.
Se alguém me serve, siga-me, e, onde Eu estou, ali estará também o meu servo. E, se alguém Me servir, o Pai o honrará.
Agora, está angustiada minha alma, e que direi Eu? Pai, salva-Me desta hora? Mas precisamente com este propósito vim para esta hora. Pai, glorifica o Teu Nome. Então, veio a voz do céu: Eu já O glorifiquei e ainda O glorificarei.
A multidão, pois, que ali estava, tendo ouvido a voz, dizia ter havido um trovão. Outros diziam: Foi um anjo que Lhe falou. Então explicou Jesus: Não foi por mim que veio esta voz, e sim por vossa causa. Chegou o momento de ser julgado este mundo, e agora o seu príncipe será expulso. E Eu, quando for levantado da terra, atrairei todos a Mim mesmo. Isto dizia, significando de que gênero de morte estava para morrer”.



O GRÃO TEM QUE CAIR EM TERRA DE MORRER PARA PODER DAR FRUTOS


Todo nós estamos ávidos para a evangelização. Queremos evangelizar. Queremos falar de Jesus. Todos nós queremos compartilhar o Evangelho em nosso lugar de trabalho, nosso colégio, nossa faculdade. E a grande questão não é a vontade de fazer, mas é o como fazer. Como que a gente faz isso? Como que a gente fala de Jesus sem espantar as pessoas? Como a gente vai falar de Jesus tirando a pessoa de todo o seu preconceito do que é ser ‘crente’, do que é ser ‘pastor’, do que é ser ‘evangélico’ nesse mundo que cada vez mais tem segregado ao invés de unir.
Nós vemos, por exemplo, essa nova novela da Rede Globo e as milhares de campanhas na internet dos ‘evangélicos’ pedindo boicote à novela. Errado! Você não boicota porque você é evangélico, você boicota porque você é gente. Você acha que pra qualquer família; seja uma família espírita, católica, umbandista, budista... Você acha que aquilo é ofensivo a quem? A família!
Quando você segrega, você começa a dividir. Quer ver uma coisa: inverta a situação. Se esta campanha de boicote à novela não fosse feita pelos ‘evangélicos’, mas pela união ateísta brasileira; você ia compartilhar esse link? Ou se a união de negros espíritas do Brasil fosse contra a novela, você ia compartilhar isso no seu face?
Quando você segrega e põe aquilo que é certo como pertencente a um gueto, a um segmento você acabou com a verdade.
De repente, vem um grupo e fala em nome de todos os evangélicos sem você ter assinado nenhuma procuração pra falarem no seu nome. Eu acho que você não assinou nada, mas eles falam como se fosse a sua vontade. Aí fazem uma campanha em nome da igreja evangélica.
Eu acho, que se fosse pra fazer, (não vou entrar no mérito de certo ou errado, porque já é outro assunto), deveria ser uma campanha de todo cidadão que só quer o bem, só isso. Simples assim.
É nesse contexto separatista e segregador que nós estamos vivendo nós vemos aqui, q lemos o texto de João 12 de 20 a 33. Parece ter sido escrito agora em 2015.
“Ora, entre os que subiram para adorar haviam alguns gregos;
O texto começa alertando para a presença dos “diferentes”. ‘Cuidado os gregos estão entre nós’. ‘Ó, vieram para adorar em Jerusalém... Ó, são gregos... você vê que a roupa é diferente, a pele é diferente, o tamanho é diferente, a estrutura de corpo é diferente... São os gregos’!
estes, pois, se dirigiram a Filipe, que era de Betsaida da Galileia, e lhe rogaram: Senhor, queremos ver Jesus.
Betsaida, em português significa lugar de pesca.
Não é isso o que você quer no seu lugar de trabalho? Imagina, amanhã você chega pra trabalhar... (Aquele trabalho no qual você glorifica a Jesus porque está com sua carteira assinada, com seus benefícios; você ora por cada pessoa que ali está... não é assim? Eu não esperava menos de você como discípulo de Jesus).
E no seu lugar de trabalho, chega alguém pra você e diz: ‘quero ver Jesus’. Aí você diz: ‘finalmente, agora sim’.
Só tem um porém, meu irmão, como você responde a esse pedido?
Sabe porque esse texto é atual? Porque a resposta de Filipe é igual, provavelmente, a que nós teríamos.
Filipe foi dizê-lo a André,
‘Você quer ver Jesus, assim, agora... espera aqui um instantinho’... ‘André tem uns caras aí que querem ver Jesus, mas eles são gregos, e agora? São os ateus, os que não creem em Jesus que querem ver Jesus, ter um encontro com Ele, uma série de debates. Vai ficar na nossa conta apresentar Jesus pra esse tipo de gente? E se o negócio não ficar bom? Sabe como é Jesus, pra tudo Ele tem uma saída. Mas vai que nessa ‘saída’ Ele nos destitui dos ministérios que estamos querendo: o ministério da economia, o da fazendo, o internacional...’  
Filipe foi dizê-lo a André e André e Filipe comunicaram a Jesus.
Somos eu e você quando alguém quer conhecer Jesus e a gente não sabe o que fazer e vai orar: ‘E agora Jesus, a pessoa quer Te ver, o que eu falo?’.
2015, meu amigo! Foi escrito hoje, o texto acabou de nascer!
Presta bem atenção porque como André e Filipe você tem várias dificuldades. E olha que Jesus estava ali, fisicamente com eles. Mesmo com Jesus dizendo: ‘deixe vir a Mim, deixe vir como está... deixe vir as crianças’. Eles entraram em crise porque alguém queria vê-LO.
Respondeu-lhes Jesus: É chegada a hora de ser glorificado o Filho do Homem.
Por que essa resposta? Olha que coisa mais atípica: ‘Jesus, tem uns caras aí querendo ver o Senhor, mas são gregos’. Aí, Jesus levanta: ‘É chegada a hora de Eu ser glorificado’. ‘Tá, mas isso não faz os caras saírem da porta, entendeu? A gente tem que voltar com alguma resposta. Tudo bem, Senhor, tem esses negócios aí que o Senhor diz: glória, morte, ressurreição que a gente não entende muito bem, mas os homens estão ali na porta’.
Aí, Jesus faz o que eu e você não conseguimos entender. Ele começa a ensinar aos discípulos a mensagem que eles deveriam levar aos homens que queriam vê-LO. Jesus ensina a mensagem não porque não quisesse ver os homens. Mas, figuradamente, parece que Jesus quebra a quarta dimensão e, durante o fato, é como se Ele olhasse pra gente hoje e dissesse: ‘quando isso acontecer com vocês façam assim’. E sabe o que Jesus diz?
Em verdade, em verdade vos digo: se o grão de trigo, caindo em terra, não morrer, fica ele só; mas se morrer, produz muito fruto.
‘Eles querem me ver? É simples: basta ensinar a eles que eles têm de nascer de novo. Eles querem Me conhecer? Ótimo! Ensina a eles que precisam morrer praquilo que são para começar produzir frutos em Mim’.
Sabe por que pra nós é difícil mostrar Jesus? Porque muitas vezes eu e você decoramos editoriais, decoramos mensagens litúrgicas, decoramos frases enigmáticas de facebook, decoramos frases dogmáticas, decoramos textos dos mais profundos, só que nos falta muitas vezes uma coisa: ‘vai, vende tudo o que tem e, então, voltando segue-Me’.
Só falta você morrer!
Só falta você deixar de ser você. Só falta você se desensimesmar-se. Só falta você entender o seguinte: ‘Anderson, você é Anderson. Mas tem o Anderson em Mim que é diferente do Anderson que está em você. Pra que você Me conheça é preciso que você viva em Mim. Mas pra que você viva em Mim o Anderson que você é hoje tem que morrer’.
Pra nós é tão bonito isso, só que tem o seguinte: amanhã é segunda feira, aí vem um recibo em branco pra você assinar e junto vem a sua vontade de botar um pouquinho mais alto com a justificativa de que o patrão pode pagar mais.
É tão maravilhoso nascer de novo, né? ‘Eu quero’, mas amanhã tem prova e você vai esticar o pescoção pra colar.
É tudo tão lindo: eu preciso morrer em mim para nascer outra pessoa em Ti, mas amanhã tem alguém fazendo convite indecente e você usa aquela pessoa somente pra extravasar a sua libido, tão somente isso.
E agora é tudo tão perfeito: basta eu nascer de novo, mas daqui a pouco você está com vontade de chegar em casa e dar um ultimato na patroa ou no maridão dizendo que acabou.
Sabe por que é lindo nascer de novo? Porque a gente pensa só num novo começo, mas Jesus afirma que antes de nascer o grão de trigo tem que morrer.
Você quer morrer?
Ninguém quer morrer! Ninguém quer morrer! Ninguém quer dizer essa minha existência aqui tem que findar por dentro.
Quando nós não conhecemos o Reino de Deus nós decoramos compêndios. Nós temos um armário: tudo sobre salvação, tudo sobre santificação... Aí Jesus chega pra você e diz: ‘isso é fantástico, que produção! Mas você tem que morrer pra ser outro’. ‘Mas e o meu armário’?
O Reino de Deus é semelhante a um escriba que vai no seu depósito e tira coisas novas e coisas velhas. Ele está o tempo todo abrindo gavetas botando coisas e tirando coisas.
Sabe qual é a nossa dificuldade no Reino dos Céus? Acomodação: aquilo que eu sei hoje, eu saberei para sempre. Não é bem assim. Cada dia Cristo Se apresenta; cada dia você morre; cada dia você nasce de novo; cada vez mais o Reino dos Céus vai se aprofundando em você criando veias, ramificações, circulações, as maiores, e quando você vê a sua vida está totalmente comprometida com a Verdade do Evangelho. Mas se não for assim será tão somente sistemas e métodos.
Palavra do Senhor continua:
Em verdade, em verdade vos digo: se o grão de trigo, caindo em terra, não morrer, fica ele só; mas se morrer, produz muito fruto. Quem ama a sua vida perde-a; mas aquele que odeia a sua vida neste mundo preservá-la-á para a vida eterna.
Quando eu li que quem ama sua vida perde-a, eu lembrei de José.
Se José amasse a vida dele, aquela mamata que ele tinha... Aquele rapaz, um playboyzinho, filhinho de papai velho que dava tudo o que ele queria. José, um baita de um topete, dizia pra irmão mais velho, barbado, chefe de família: ‘Ó, tive um sonho. E o meu sonho foi o seguinte: existia uma plantação e no milharal tinha os milhos e eles se debruçavam pro outro milho do meio. Não sei, não... mas o outro milho era eu. Ó, tive outro sonho: sonhei com o céu, a coisa mais linda! Sonhei que as estrelas todas se curvavam pra estrela do meio. Eu só sei que a estrela do meio era eu. As outras estrelas... sei não’...
Falava isso na frente das esposas dos irmãos, dos filhos deles. Chegou ao ponto que os irmãos decidiram: ‘Vamos dar sumiço nesse garoto, tá muito abusado’. Aí, pegaram o irmão pra matar.
E você diz: ‘Ah! Naquela época... que crueldade’! Como se não acontecesse hoje. Como se as brigas dentro de casa hoje não acabassem em sangue também.
Venderam José. José foi levado como escravo para uma outra terra. Começou a trabalhar na casa de um homem. Trabalhando, trabalhando, trabalhando até que chamou a atenção de alguém que o levou para trabalhar na casa de Potifá.
Potifá era como se fosse um ministro da fazenda. Era um cara muito rico. José começou a trabalhar de tal forma que se tornou ‘bem sucedido’. Talvez se fosse eu e você no lugar dele pensaríamos em ganhar dinheiro pra fugir. ‘É o acerto de contas, meu amigo’! Mas José só trabalhava, só trabalhava, só trabalhava a ponto de Potifá dizer que nem sabia mais o quanto tinha: ‘esse cara administra tudo pra mim, esse cara é top’.
A mulher de Potifá pensou: ‘meu marido não quer nada comigo, mas tem esse aí que sabe mexer com dinheiro como ninguém e é novinho; quem vai ser meu ‘hominho’?! Deixa eu pegar o garotão. O garotão está com gás, garotão está legal, o garotão vai saber trabalhar’. Aí, chamou o garotão pra dentro do quarto e disse: ‘garotão deita-te comigo’.
José que era o responsável pelo dinheiro, era o homem em comando de tudo naquela casa... E a mulher do patrão, que não deveria ser feia... chegou pra ele e disse: ‘você já tem tudo do meu marido só falta eu’. O que ele poderia ter feito? Pra quem estava no péssimo, agora parecia estar ótimo. ‘Aí... pro meu Deus que não me salvou quando me arrebentaram e jogaram dentro de um poço sangrando; pro meu Deus que não consertou o meu braço que quebrou; pro meu Deus que tanto falava; de quem vinha tanto sonho e me abandonou; agora, meu Deus, eu serei um com uma egípcia e construirei minha vida do jeito que eu quero. Deus eu não quero mais nada com você, é chegada a minha hora, o Senhor nunca existiu’.
No entanto, quando aquela mulher se deitou e se ofereceu o que José disse? ‘Cometeria eu tamanho pecado contra o meu Deus e tamanha maldade contra o meu patrão’?
É aí que você vê que o garoto continua crente.
O que fez a mulher? Puxou José pelo roupão e José correu pelado. Ela disse: ‘ah, meu marido me despreza, mas você, um empregado? Você, não! Fico com o dinheiro, mas fico no desejo, no affair’? Quando o marido chegou ela fez algo que parece ter nascido hoje em 2015, e fez o drama: ‘Ele tentou me abusar, eu, uma dama inocente, fiz de tudo para me desvencilhar, ele foi embora, mas deixou até o roupão, olha a prova aqui’.
José foi, então, levado para a prisão. Chegou lá como o cara que tentou violentar a mulher de Potifá. Como você acha que ele era visto na prisão? Vamos parar com esse romance!!
Foi levado preso, mas não foi numa carruagem de fogo nem foi deixado numa prisão especial tipo na Noruega? Não! ‘Olha o meliante que tentou violentar a mulher do homem forte, aí!’.
José perdeu seu pai, perdeu sua casa; foi pra casa de Potifá. Perdeu Potifá, perdeu a casa de Potifá; foi pra cadeia.
Chegou lá na cadeia e percebeu, depois de ter apanhado tanto, depois de ‘rolar’ tanta coisa que só Deus sabe... percebeu que a cadeia era muito mal administrada. O que ele fez? ‘Você não sabe mexer com excel, né? Se botar isso aí nas planilhas dá tudo certo... tem umas fórmulas, dá pra fazer’. O homem ficou na dúvida. E ele disse que dava pra fazer até o imposto de renda. ‘Eu fazia pra Potifá’.
José começou a ser gerente na penitenciária. Mas se fossemos eu e você sabe o que nós faríamos, em choramingos? ‘Onde está o meu Deus?!! O Deus que me permitiu apanhar tanto aqui nessa cadeia, o Deus que sabe que eu sou inocente. Meu Deus que não me enxerga; meu Deus que não me procura mais; meu Deus que fica em silêncio’...
Mas José foi de uma época em que não se julgava Deus moralmente. José é de uma época em que se sabia que Deus a tudo vê. José sabia que a maturidade não nasce do mi-mi-mi, mas nasce do silêncio. José sabia que ele teve de aprender. Diferente de nós que decoramos dogmáticas e sistemáticas e não aprendemos com Deus no silêncio.
Nesse silêncio, que parecia o silêncio divino e de José, dois homens tiveram um sonho cada. E José disse: ‘Você vai morrer e você vai ficar livre e vai sair’ e José pediu: ‘quando você estiver lá fora entra com uma apelação pra mim porque eu sou inocente, eu não tentei violentar aquela mulher’. O homem disse pra que ficasse tranquilo que resolveria...
Dois anos... dois anos José recantiado, vivendo entre os prisioneiros. O filho querido do papai idoso... José recantiado. Dois anos depois Faraó teve um sonho, ficou perplexo com esse sonho e nenhum de todos os magos conseguiu desvendar e responder a Faraó. Aí foi lançado um concurso: ‘quem consegue descrever e resolver o meu sonho?’. O edital chegou lá na cadeia. José viu e disse: ‘acho que eu posso’. Aí o homem pra quem José havia interpretado o sonho disse: ‘é mesmo, você uma vez me salvou por causa de um sonho; eu fiquei de ir lá... eu fui, mas sabe como é esse negócio de juiz... mas chegou a hora’!
Olhou o edital e chegou pra Faraó descreveu o sonho e disse o óbvio: ‘o sonho que o senhor teve é o seguinte: sete anos legal e sete anos de crise’. Faraó perguntou o que fazer. ‘É simples: poupa agora nesses sete, para o senhor ter o seu nos sete anos de crise e ainda ganhar dinheiro vendendo pros outros que vão perder tudo’. ‘Ok, então, você é o responsável por isso’; a última cartada de Faraó.
Quem tem a visão tem a missão.
Às vezes, nós achamos que as perdas que temos na vida são derrotas. Você está querendo barganhar! Sabe o que Deus faz? José na casa de Potifá estava colado em Faraó. Se os dois se encontrassem, pronto, estabeleceu-se aquilo que haveria de vir. Mas sabe o que Deus faz? Joga pra longe, joga pra longe... Só que você não está ficando mais longe, não. Deus tratando você por inteiro primeiro; você vai sair do outro lado. Quando você menos perceber a bênção chegou.
A vida só começa a mudar quando deixamos de julgar Deus moralmente e passamos a perceber que muito do que críamos eram estruturas pré-moldadas que foram perdidas ao longo do tempo. Que Deus está nos chamando para encarnar a Verdade.
A vida começa a mudar quando deixamos de questionar Deus com “por quês”. E descobrirmos o óbvio: quando morrermos não vamos perguntar nada a Deus; é Deus quem vai nos perguntar um monte de coisas. Que nessa hora nós sejamos sujeito-homem pra responder o que Deus nos perguntar.
Lembram-se de Jó?  ‘Como é que o Senhor pôde? Como é que o Senhor pode’?... E a voz de Deus, num redemoinho, começou: ‘Jó, onde você estava quando isso, isso e isso’? Jó termina dizendo o quê? “Antes eu Te conhecia só de ouvir, mas agora os meus olhos Te vêm!”. Não pense você que vai morrer e poder chegar pra Deus e perguntar o porquê. Pelo contrário, prepare-se para quando você se apresentar a Deus e Ele fizer perguntas a você.
Que o próprio Deus defenda você das respostas que um dia você há de Lhe dar.

Oração:
Senhor Jesus, tem coisas que são para a morte, mas tem coisas que são para a vida. Nós somos o que somos para que seja revelado em nós a Glória do Senhor. Enquanto a Tua Glória não Se manifestar naquilo que nós possamos dizer que foi o Senhor glorificado, dá-nos a bênção de ir onde Tu estás e fazer aquilo que Tu tens e que o Evangelho não seja apenas um conceito. Mas seja encarnado, interiorizado, que Ele cresça, que Ele possa ter fundamentos na minha vida, porque sem Ti é impossível fazer.


Assim o Evangelho deixa de ser uma leitura de domingo, uma sistemática, uma dogmática, um catecismo. O Evangelho É: “Tens alguma coisa contra teu irmão, vai tu e ele só; se ele te ouvir ganhaste teu irmão”. Acabou! Não tem mais nada! Não tem negocinho, não tem arranjo, não tem confabulação! Acabou! “Teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa a tua oferta, reconcilia-te com teu irmão, então, voltando, faça a tua oferta”. Acabou! Alguém pode dizer: mas tem o kairós, o tempo... Não!! Só tem o Evangelho e o Evangelho diz isso. Acabou!!

Sabe o que Deus faz?! Ele nos faz passar para o outro lado!
Só depois que morrer!!
Entendi que tinha que morrer para que o Evangelho crescesse em mim. Aí, a vida começou! E nossa maior alegria é poder viver o Evangelho.
Se o grão não morrer, não produz fruto.
Sabe o que Deus pode estar fazendo com a sua vida? Dizendo uma coisa muito simples: morra! Morra para que, finalmente você possa dar os frutos. Enquanto você não morrer Ele não pode fazer.

Vamos orar:
Senhor Jesus, eis aqui Teus filhos. Tua Palavra nos ensina que se o grão não morrer não é possível produzir fruto. Jesus dá-nos a bênção de criarmos uma consciência de Teu Evangelho, diariamente, que possamos perder a nossa vida para alcançar a Tua. Porque a Tua vida não é um céu; Tua vida é o Teu Reino encarnado em cada um dos Teus discípulos quando olhamos pra Ti e queremos glorificar o Pai vivendo como Tu viveste. Que ao longo desta semana cada grão de trigo que aqui está, possa morrer para que produza fruto. Como José morreu, como Moisés morreu, como Abraão morreu, como tantos morreram, como Teu Filho morreu para que o fruto pudesse ser produzido, em Nome de Jesus.

Amém

domingo, 16 de agosto de 2015

Nossa necessidade do Poder de Deus - Billy Graham

Para vivermos da forma que Deus quer... Para nos tornarmos mais parecidos com Cristo... Para seguirmos nossa jornada sabiamente... Precisamos tanto do perdão de Deus quanto de Sua bondade. Precisamos da obra de Jesus por nós e precisamos da obra do Espírito Santo em nós. À grande Graça do perdão Deus acrescenta a grande Graça do Espírito Santo.
As pessoas têm muitas idéias diferentes sobre o Espírito Santo – algumas baseadas na Bíblia, algumas não. Alguns comparam o Espírito Santo a uma força espiritual impessoal, um pouco como a eletricidade ou a gravidade. Outros pensam no Espírito em termos de emoção ou sentimento; quando acham que sentem a presença de Deus dentro delas, classificam o sentimento como “o Espírito Santo”. E há os que pensam apenas na Graça que o Espírito pode conceder a eles. Esses, porém, não entenderam o fundamental.
A Bíblia nos diz que há três importantes verdades sobre o Espírito Santo. Primeira, Ele é uma pessoa. Ele tem todos os atributos ou características de uma pessoa. Ele fala conosco, Ele nos ordena, Ele intercede por nós, Ele nos ouve, Ele nos guia, e assim por diante. Também podemos mentir para Ele ou ofendê-Lo; podemos até mesmo blasfemar contra Ele ou magoá-Lo. Nada disso seria possível se Ele fosse apenas uma força impessoal – mas isso é possível, porque Ele é uma pessoa. “O próprio Espírito testemunha ao nosso espírito que somos filhos de Deus”, (Rm8:16).
Segundo, Ele é uma força. O Espírito Santo é um canal ou instrumento invisível de Poder de Deus no mundo, aquele por intermédio de quem Deus opera para realizar Seu desejo. Antes do mundo ser criado, “o Espírito de Deus Se movia sobre a face das águas”, (Gn1:2). Jó declarou: “o Espírito de Deus me fez”, (Jó33:4). Lemos sobre Sansão que “o Espírito do SENHOR apossou-Se dele” e ele conseguiu se libertar de seus captores, (Jz15:14). Quando Deus escolheu Beseleel para supervisionar a construção do Templo ou Tabernáculo onde as pessoas iriam cultuar, ele disse: “E o enchi do Espírito de Deus, dando-lhe destreza, habilidade e plena capacidade artística para (...) executar todo tipo de obra artesanal”, (Ex31:3).

Terceiro, Ele é Deus. Assim como Deus é plenamente divino, também o Espírito Santo é plenamente divino. A Bíblia também diz que é eterno – assim como Deus é eterno. A Bíblia também diz que Ele está presente em toda parte e que é onisciente e todo-poderoso – mais uma vez, atributos exclusivos de Deus. (Satanás, por acaso, não é assim; Ele é poderoso, por exemplo, mas não todo-poderoso.)
Ademais, a Bíblia declara explicitamente que o Espírito Santo é Deus: “O Senhor é o Espírito”, (2Co3:17). Em certo momento, a Bíblia O chama de “o Espírito de Cristo” ou “o Espírito de Deus” – novamente indicando Sua natureza divina. O Espírito Santo é o próprio Deus. Assim como Deus é uma Pessoa, também o Espírito Santo; assim como Deus é todo-poderoso, também o Espírito Santo. O que é verdade para Deus é verdade para o Espírito Santo, porque Ele é Deus.

No final de uma de suas cartas, Paulo escreveu: “A Graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo sejam com todos vocês”, (2Co13:14). Todos três – Pai, Filho, Espírito Santo – são distintos, mas também são unidos como um. Nós não adoramos três deuses (coisa de que os cristãos algumas vezes foram acusados); nós adoramos um Deus, que Se revela a nós em três pessoas. Alguns usam o sol para ilustrar a Trindade: o sol é um objeto no espaço, mas ele produz luz e calor – e ainda assim ele é um. A água pode ser um sólido, um líquido ou um gás, mas continua a ser água.
O filho pequeno de um amigo meu estava perguntando ao pai como Deus pai podia ser Deus e Jesus, o Filho, também podia ser Deus. Isso não faria de Jesus Seu próprio pai? – perguntou ele (crianças têm o hábito de fazer difíceis perguntas teológicas!). eles estavam no carro da família, e com uma inspiração súbita meu amigo respondeu algo assim: “Filho, sob o capô do carro há uma única bateria, mas eu posso usá-la para acender os faróis, tocar a buzina ou ligar o carro. Como isso acontece é um mistério para mim – mas acontece!”
Essas imagens podem nos ajudar a compreender a verdade da Trindade, mas nenhuma delas a explica completamente. No fim é um mistério que nunca iremos compreender deste lado da vida. Sempre me lembro das palavras de Paulo: “Agora, pois, vemos apenas um reflexo obscuro, como se em espelho; mas então veremos face a face. Agora conheço em parte; então conhecerei plenamente”, (1Co13:12). Mas isso não elimina a verdade. Nós cultuamos Deus como Pai, Filho e Espírito Santo, pois isso é o que Ele É: a Santíssima Trindade.

É educativo destacar alguns dos termos usados por Jesus para descrever a obra do Espírito Santo. O Espírito, disse ele, nos convencerá de nossos pecados: “Quando Ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo”, (Jo16:8). Antes mesmo que possamos nos entregar a Cristo, o Espírito Santo precisa primeiramente nos convencer de nossos pecados e abrir nossos olhos para a verdade do Evangelho.
Ele também será nosso professor e guia: “Quando o Espírito da verdade vier, Ele os guiará a toda a verdade”, (Jo18:13). É por isso que a Bíblia é tão importante, porque o mesmo Espírito que guiou sua redação agora quer que a compreendamos – e sem Ele não podemos compreender plenamente seu significado. Ele também nos guia diariamente enquanto buscamos o desejo de Deus para nossa vida.
Além do mais, disse Jesus, o Espírito nos ajudará a contar aos outros sobre Cristo: “Mas receberão Poder quando o Espírito Santo descer sobre vocês, e serão Minhas testemunhas (...) até os confins da terra”, (At1:8) o Espírito está à frente de nós quando O invocamos – preparando o caminho, dando-nos as palavras e nos incutindo coragem.

Billy Graham, A jornada.