terça-feira, 20 de agosto de 2013

É assim que a vida é !!!

         Jesus não trabalha com as categorias da empolgação. Não há nenhuma psicologia de empolgação em Jesus. Ele não era evangelista evangélico, não era pentecostal – nesse sentido de: amém ou não amém; hoje é o dia, hoje é a hora! Não tem nada disso com Jesus. Com Ele a vida é exatamente como ela é: as coisas faltam quando faltam, acabam quando acabam. “A quem tem se lhe dará, a quem não tem, até o que pensa ter lhe será tirado”. É assim que a vida é.

Gente boa pode subir numa torre e a torre desabar com ele – e isso é uma tragédia, um absurdo, sem explicação. Qualquer um pode ser objeto do capricho de um poderoso que acordou mal-humorado e resolveu fazer do outro um bagaço. E o Evangelho tem que caber é na realidade da existência. É por isso que Seus mandamentos não têm romantismo: ore pelo inimigo, pelo que o persegue; não deixe que ele o desvie do seu caminho. Entregar uma túnica para ele sai barato; o que sai caro é ficar brigando com esse bicho doido. Ele quer sua capa, quer sua túnica? Deixe-o levar; passe no seu caminho e deixe-o ficar brigando, não perca seu tempo com isso. Ele não vai ficar curado com a sua argumentação. Então, siga.

Em Jesus não há nenhuma estratégia de empolgação. Leia os evangelhos e veja como em todas as vezes que os discípulos estão ficando empolgados, Jesus os leva para um choque anafilático: tira-os da transfiguração e os joga logo na cara de um endemoninhado de quem ninguém conseguiu expulsar o demônio; abaixa a bola de todo mundo. E se não for assim, nós surtamos; ou morremos com raiva de Deus.

Alguém pode perguntar: raiva de Deus? Sim. A maior parte das pessoas que eu conheço com raiva de Deus tem essa fé Polyana moça, essa fé do tudo vai dar certo! Esses estão fadados a ficar com raiva de Deus, porque a vida não será assim. Deus não realizará essa Disneylândia para nenhum deles. E como a coisa veio até eles como promessa de Deus – embora de Deus promessa -, ao final, a conta é paga e é mandada para a celestialidade com um: Por que, Senhor, me deixaste? Por que me enganaste? Por que perdi dez anos, por que esperei tanto tempo?

Quem não quer fazer o caminho do autoengano que faça uma viagem profunda no livro de Provérbios, todo dia (são 31 capítulos, da pra ler, todo mês, o livro todo), e então verá, preto no branco, que não dá para semear espinho e colher uva, nunca! É simples assim.

Quero aqui fazer uma convocação, à semelhança do que Jesus fez com os discípulos, insistindo com eles no tema do qual fugiam. Forçando-os a parar com a alienação, com a evasão, com o autoengano, com a tristeza piedosa, com a desculpa para não encarar o mundo real anunciado pela Palavra de Deus.

As coisas são como as coisas são. E Deus é maior!

 
Caio Fábio. O Caminho do discípulo 2. Ed. Prólogos.

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