terça-feira, 18 de setembro de 2012

Se quiser, é para querer!

Para ser igreja tem que ser discípulo, tem de obedecer ao mandamento de Jesus: “vós sois meus amigos se fazeis o que vos mando. Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de Meu pai vos tenho dado a conhecer”.
Então, perguntamos: Qual é o mistério? E Jesus diz que, como Deus é amor, o mandamento dEle é amor. E esse é o segredo do universo: “Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei”. Quem andar assim é Meu amigo, meu discípulo. Existe a alternativa de não Me obedecer; e até a de fazer de conta. Mas se alguém quer, tem de querer, embora seja Deus quem efetua em nós o querer e o realizar. Isto é assunto de Deus; mas como eu não sou Deus, eu somente lido com o que me diz respeito. Deus é quem sabe o que está fazendo quanto a querer e realizar. Se eu sei disso, então eu tenho de parar de ficar dizendo: Senhor, me faz querer!
Isso é transferência. Ouvimos muitas orações responsabilizando Deus por nos transformar em alguma coisa. Paulo disse: “É Deus quem opera em nós tanto o querer como o realizar”. Ele disse também: “Desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor”. Então, o querer e o realizar são “negócio” de Deus e eu não sou secretário da Santíssima Trindade. Mas de uma coisa eu sei. Eu sei quando minha consciência dói, sei quando sou convencido da Verdade, sei quando o arrependimento entra em mim; e se o arrependimento entra em mim, então aí Deus já efetuou o querer e o realizar, porque não há ninguém que se arrependa sem que antes seja movido por Deus, porque arrependimento é dom de Deus.
Então o indivíduo culpado, com a consciência pesada, com vontade de mudança, com arrependimento, já está turbinado por Deus. Não tem mais o que dizer. Tem de se levantar e andar. Acabou! A parte de Deus fazer o que Ele tem de fazer é dEle; a do discípulo é querer. Se eu fui convencido de que o Evangelho é a razão e o significado da vida – a vida é o Evangelho – no meu coração, e me dou por consciente de que uma existência sem o Evangelho é um caminho no contrafluxo da vida.
É se alguém querer! Mas tem a alternativa de não querer. Mas se quiser, é para querer, é para vir, o que implica a não estagnação. É uma decisão andante, caminhante, crescente, não conformada jamais, em processo de transformação; é a escolha por um estado mutante.

O Caminho do discípulo – Caio Fábio

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