sábado, 16 de fevereiro de 2013

O que é básico

“Por isso, vos digo: não andeis ansiosos pela vossa vida, quanto ao que haveis de comer ou beber; nem pelo vosso corpo, quanto ao que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento, e o corpo, mais do que as vestes?” (Mt6:25).

No sermão que fez no Monte Jesus está dizendo para não nos preocuparmos com a satisfação de nossas necessidades básicas: comer, beber e vestir. O que seria mais básico? E diz que a vida não é só isso!

Tudo bem, ela não é só isso, mas qualquer outra coisa para ser na vida precisa que estas coisas estejam satisfeitas, ou não?

Não! Porque, de fato, há algo mais básico (fundamental) para a vida do que comer, beber, vestir. Mas antes, quero dizer que nós nunca estamos plenamente satisfeitos naquele basicão. Comemos mais de uma vez por dia, no mínimo três vezes, há quem coma seis, há quem não pare de comer, “beliscar”, o dia todo e ainda assim, no dia seguinte terá fome e sede outra vez e terá de correr atrás de meios para satisfazê-las de novo. Temos mais roupas que o necessário e sempre estamos querendo mais alguma porque enjoamos das que temos, ou porque alguém disse que não estão mais na moda, ou porque “o mundo trata melhor quem se veste bem”...

Jesus está dizendo que há algo maior!

A satisfação dessas necessidades básicas pode carregar em si um distanciamento de Deus. A idolatria. Há pessoas que são escravas da comida, que fazem dela o seu deus, são os glutões. Há os que fazem do seu estilo, preocupados com a aparência, o seu deus. Há os que fazem do seu ritmo de vida, da sua busca incessante por ter, o seu deus.

As necessidades físicas são satisfeitas temporariamente, e se vivemos para elas e por elas, a alma passa a reger-nos e a alma é insaciável, ela se nutre de sua própria insaciabilidade. Está sempre querendo ter mais, ser aquilo que não é, ou seja, em cuidar de sua aparência, em maquinar, em como ter e em como aparentar. A alma se alimenta de estar precisando, de procurar meios e formas de conseguir mais e de manipular para ser satisfeito. É um ciclo interminável, porque insaciável.

Jesus está afirmando que há algo maior. Muito mais básico e essencial do que o comer, beber, vestir e ter. Algo que satisfará seu espírito e sua alma de tal forma que você poderá desfrutar do comer, beber, vestir e ter; você se regalará com o fruto de seu trabalho sem se corromper com ele.

Isso normalmente é entendido no meio ‘evangélico brasileiro’ como um chamado à vagabundagem, à vida 'contemplativa'. Não é isso! O trabalho foi instituído como um desfrute para o homem já no jardim do Édem. As pessoas que vivem a fé na Palavra de Deus, sem distorcê-la, são pessoas que trabalham e têm prazer em trabalhar. São pessoas que se dedicam ao que fazem, porém sem se tornaram escravas do trabalho.

Jesus diz que devemos buscar, antes de qualquer outra coisa, o Reino de Deus e a Sua Justiça, e, que fazendo isso, todas as outras coisas das quais necessitamos nos serão acrescentadas.

A comunhão com o Pai é a essencialidade de que depende a vida. Não há vida afastados de Deus. Jesus veio para que tenhamos vida e a tenhamos em abundância.

No v. 24 diz que não há como servir a Deus e às riquezas. Ou sua vida está presa à satisfação das suas necessidades físicas e seculares e desconectada do Pai. Ou você está viceral e espiritualmente buscando conhecer e continuar conhecendo e tendo intimidade com Deus e todas as demais necessidades serão saciadas.

Porque os que não conhecem a Deus é que vivem em função da satisfação destas coisas; pois o nosso Pai celeste, com quem desejamos ardentemente intimidade, sabe que necessitamos de todas elas e nos capacitará e abrirá portas para que todas sejam satisfeitas.

Denise Gaspar - 04-2011

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