É interessante perceber que esse pensamento é breve e
logo, engolido pelos afazeres e pelos prazeres temporais e temporários dessa
vida. Nem percebem que o ‘fim do mundo’
está sendo patrocinado e gerenciado pelos homens, sua ganância, sua ciência e
evolução tecnológica.
Quando se fala ‘nos sinais’ o entendimento bíblico que
salta a mente e faz o coração se alegrar é outro: a eminente volta de
Jesus. Foi exatamente para esse
acontecimento que Ele nos deixou em alerta.
Ele disse, que quando os sinais se tornassem notórios,
(infelizmente muitos nem se quer os percebem), que levantássemos a cabeça em
regozijo, pois nossa redenção estará próxima.
A volta de Jesus não significa o ‘fim do mundo’ em sua
materialidade como, em geral, se comenta. A destruição do mundo e a extinção
todas as formas de vida é fruto das intervenções humanas na natureza no
decorrer da história.
A volta de Jesus será a derrocada final do império das
trevas, o fim daquele que cega o entendimento das pessoas e as ilude com
enganos e filosofias vãs. Será o fim do medo. Significa o Reino de Paz e Amor.
É o Reinado de Jesus.
No entanto, quero falar sobre os sinais que antecedem
e anunciam a volta de Jesus. Ou melhor, um dos sinais. De todos os sinais
enumerados por Jesus, os que já se cumpriram e os que estão se cumprindo, há um
sinal que me salta aos olhos. E este sim, para mim, é ‘o sinal’.
“O amor se esfriará de quase todos”.
Nunca se viu tanto caos e desordem. Barbárie e
violência gratuita em todos os setores e em todas as relações sociais. A ponto
de, estar se tornando comum, mães abandonarem seus filhos ainda com o cordão
umbilical e sujos do sangue do parto, os jogam numa lixeira, num lago, por cima
de um muro, ou deixam dentro de um sanitário público. Os espancamentos, a
exploração infantil e a pedofilia são práticas rotineiras. Assaltantes não se
‘contentam’ mais em roubar; espancam, violentam, matam... e dão entrevistas em
que defendem a legitimidade de seus atos: “ele não devia ter tentado
reagir...”. “São as regras do ofício”, disse um advogado. A corrupção, inerente ao homem e, portanto,
existente desde sempre, tomou proporções indizíveis de descaramento e falta de
princípios. Isso
citando apenas alguns fatos de âmbito local-nacional.
Desrespeito à vida, falta de amor ao próximo, falta de
amor-temor a Deus... “O amor se esfriará de quase todos”.
No entanto a abrangência desse texto vai muito além.
Refere-se a uma situação maior, pior e mais triste do que a brevemente descrita
acima. O amor se esfriará naqueles que estão dentro das ‘igrejas’.
Pessoas que fazem parte da religião, que dizem amar a
Deus, usam o nome de Jesus para legitimar seus atos e suas crenças, mas que, na
verdade, não conhecem Jesus nem a dimensão do Amor de Deus. Desconhecem que
foram comprados por preço de Sangue, não sabem que não têm mérito algum para
alcançar tamanho favor de Deus: a Salvação. Vêem tantas atrocidades, descasos e
violências, tantas vítimas do caos espiritual deste mundo e não se sentem
compelidos a amar como foram amados. Não expressam a Graça pela qual foram
alcançados e libertos. Negligenciam a busca de intimidade com o Pai.
Estão dispensando a Presença de Deus pela prosperidade
temporal. Trocando a Vontade de Deus pela vontade pessoal. Valorizando
personalismos, títulos e reconhecimentos. Buscando poderes políticos e
favorecimentos econômicos.
Em suma, o amor se esfriará naqueles que, mesmo
freqüentando a ‘igreja’, mantêm seus corações com pouco óleo enquanto esperam o
Noivo.
“O amor se esfriará de quase todos”.
E o amor se esfriará a tal ponto que Jesus mesmo
pergunta se achará fé na terra quando voltar. Achará quem O ame e creia n’Ele?
Sim, achará! Há o outro lado desse sinal. O amor não
se esfriará em alguns poucos.
Estejamos entre a minoria fazendo parte dos poucos em
que o Amor de Deus se manterá vivo e avivado. Entre os que desejam e buscam
intimidade com Deus expondo-se a ação da Palavra e manifestando o fluir da
Presença de Deus em amor pelo próximo... tanto mais quanto esse não o mereça.
Entre os que experimentam as maravilhas do Perdão. Entre os que desejam
conhecer e viver a Vontade de Deus para cada um de nós.
Estejamos entre aqueles que ouvirão: Vinde, bendito de
Meu Pai!
Denise Gaspar - maio 2011