domingo, 1 de julho de 2012

O sinal...

Jesus nos deixou de sobreaviso enumerando vários sinais pelos quais discerniremos o tempo como sendo o tempo do fim. Quando certas coisas acontecem, de um modo geral, as pessoas pensam nos sinais do fim como “os sinais do fim do mundo”.
É interessante perceber que esse pensamento é breve e logo, engolido pelos afazeres e pelos prazeres temporais e temporários dessa vida.  Nem percebem que o ‘fim do mundo’ está sendo patrocinado e gerenciado pelos homens, sua ganância, sua ciência e evolução tecnológica.
Quando se fala ‘nos sinais’ o entendimento bíblico que salta a mente e faz o coração se alegrar é outro: a eminente volta de Jesus.  Foi exatamente para esse acontecimento que Ele nos deixou em alerta.
Ele disse, que quando os sinais se tornassem notórios, (infelizmente muitos nem se quer o percebem), que levantássemos a cabeça em regozijo, pois nossa redenção estará próxima.
A volta de Jesus não significa o ‘fim do mundo’ em sua materialidade como, em geral, se comenta. A destruição do mundo e a extinção todas as formas de vida é fruto das intervenções humanas na natureza no decorrer da história.
A volta de Jesus será a derrocada final do império das trevas, o fim daquele que cega o entendimento das pessoas e as ilude com enganos e filosofias vãs. Será o fim do medo. Significa o Reino de Paz e Amor. É o Reinado de Jesus. 
No entanto, quero falar sobre os sinais que antecedem e anunciam a volta de Jesus. Ou melhor, um dos sinais. De todos os sinais enumerados por Jesus, os que já se cumpriram e os que estão se cumprindo, há um sinal que me salta aos olhos. E este sim, para mim, é ‘o sinal’.
“O amor se esfriará de quase todos”.
Nunca se viu tanto caos e desordem. Barbárie e violência gratuita em todos os setores e em todas as relações sociais. A ponto de, estar se tornando comum, mães abandonarem seus filhos ainda com o cordão umbilical e sujos do sangue do parto, os jogam numa lixeira, num lago, por cima de um muro, ou deixam dentro de um sanitário público. Os espancamentos, a exploração infantil e a pedofilia são práticas rotineiras. ‘Honrar pai e mãe’ não tem nenhum significado numa sociedade que mal trata, tortura e explora seus velhinhos. Assaltantes não se ‘contentam’ mais em roubar; espancam, violentam, matam... e dão entrevistas em que defendem a legitimidade de seus atos: “ele não devia ter tentado reagir...”. “São as regras do ofício”, disse um advogado.  A corrupção, inerente ao homem e, portanto, existente desde sempre, tomou proporções indizíveis de descaramento e falta de princípios. Isso citando apenas alguns fatos de âmbito local-nacional.
Desrespeito à vida, falta de amor ao próximo, falta de amor-temor a Deus... “O amor se esfriará de quase todos”.
No entanto a abrangência desse texto vai muito além. Refere-se a uma situação maior, pior e mais triste do que a brevemente descrita. O amor se esfriará naqueles que estão dentro das ‘igrejas’.
Pessoas que fazem parte da religião, que dizem amar a Deus, usam o nome de Jesus para legitimar seus atos e suas crenças, mas que, na verdade, não conhecem Jesus nem a dimensão do Amor de Deus. Desconhecem que foram comprados por preço de Sangue, não sabem que não têm mérito algum para alcançar tamanho favor de Deus: a Salvação. Vêem tantas atrocidades, descasos e violências, tantas vítimas do caos espiritual deste mundo e não se sentem compelidos a amar como foram amados. Não expressam a Graça pela qual foram alcançados e libertos. Negligenciam a busca de intimidade com o Pai.
Estão dispensando a Presença de Deus pela prosperidade temporal. Trocando a Vontade de Deus pela vontade pessoal. Valorizando personalismos, títulos e reconhecimentos. Buscando poderes políticos e favorecimentos econômicos.
Em suma, o amor se esfriará naqueles que, mesmo freqüentando a ‘igreja’, mantêm seus corações com pouco óleo enquanto esperam o Noivo.
“O amor se esfriará de quase todos”.
Para mim esse é o sinal. A ‘igreja’ que não ama a Deus com todo o seu entendimento e com todo o seu coração. A ‘igreja’ que não ama a seu próximo como a si mesmo. A ‘igreja’ que não abre o seu coração a ação do Amor de Deus. A ‘igreja’ que não se importa com a Vontade do Pai, mas apenas com seu ventre, a satisfação de seus ego, desejos, necessidades e “justiças’’.
E o amor se esfriará a tal ponto que Jesus mesmo pergunta se achará fé na terra quando voltar. Achará quem O ame e creia n’Ele?
Sim, achará! Há o outro lado desse sinal. O amor não se esfriará em alguns poucos.
Estejamos entre a minoria fazendo parte dos poucos em que o Amor de Deus se manterá vivo e avivado. Entre os que desejam e buscam intimidade com Deus expondo-se a ação da Palavra e manifestando o fluir da Presença de Deus em amor pelo próximo... tanto mais quanto esse não o mereça. Entre os que experimentam as maravilhas do Perdão. Entre os que desejam conhecer e viver a Vontade de Deus para cada um de nós.
Estejamos entre aqueles que ouvirão: Vinde, bendito de Meu Pai!

Denise Gaspar - maio, 2011

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