sábado, 27 de fevereiro de 2010

Billy se atém ao fundamental!

Eu sabia que havia milhares de pregadores como meu pai, que preparavam o caminho para as cruzadas de Billy Graham, fazendo pesquisas e distribuindo folhetos.
Eles recrutavam porteiros e conselheiros e acompanhavam de perto os encontros com contatos pessoais e batismos. Eu ouvia meu pai falar a respeito deles.

“Eu direi isso por Billy”, minha mãe falou alto. “Nunca houve um escândalo a respeito dele. Ele pratica o que prega”. Ela havia visto muitos pregadores destruídos por causa do amor ao dinheiro ou mulheres.

Nunca houve também qualquer escândalo a respeito do meu belo pai, ainda que mamãe não fosse nenhuma modelo da avenida Madison, e precisássemos de dinheiro desesperadamente.

Papai abaixou o rádio para fazer um comentário. “Billy se atém ao fundamental, essa é a sua força. Inúmeros pregadores da atualidade se enveredam pela psicologia. O evangelho da saúde e da prosperidade. Billy diz que o nosso problema é o pecado, que precisamos nos arrepender.” Eu assenti com a cabeça. Mesmo com 11 anos, eu sabia aquele tanto.

Meu pai não concordava com tudo que Billy dizia, mas ele percebia que havia a necessidade de um pregador como ele que pudesse alertar um mundo saturado que ele havia se desviado do Caminho. Alguém com acesso ao rádio e à televisão.

Perto do final de A Hora da Decisão, (programa de rádio de BG), papai ouviu com uma intensidade especial quando o locutor descreveu várias pessoas da audiência que tinham vindo à frente para fazer uma decisão por Cristo. Quando a audiência cantou: “Tal qual estou e sem poder...” eu podia ver lágrimas nos olhos de meu pai, e eu relembrei que a vida de meu pai foi dirigida a tais momentos.

No final do programa, Billy Graham insistia para que ouvintes escrevessem a ele. “Escrevam para mim, Billy Graham, Minneapolis, Minnesota. Esse endereço é tudo de que você precisa.” Meu pai disse que era até mais fácil do que isto. “Tudo o que você precisa fazer”, ele explicou, “é escrever o nome ‘Billy Graham’ em um envelope e colocá-lo na caixa do correio, e ele o receberá. Billy conhecia todos no mundo, até mesmo presidentes e reis. E todo mundo o conhecia”.

Eu estava impressionado, mas eu não conhecia pessoalmente Billy, eu conhecia, sim, meu pai muito bem. Eu sabia que ele tinha tudo, exceto fama. Nunca competitivo, papai estava satisfeito por ser apenas o “Ed”, pastor de uma pequenina congregação na pequena cidade de Harlan, Indiana, bem nos arredores da cidade de Fort Wayne.

Quando, por fim, papai desligou o rádio, nos dirigimos para casa num doce silêncio. Aconchegado no assento traseiro com meus irmãos, e saboreando uma casquinha de sorvete bem barata, eu estava em paz com o mundo. As palavras de Billy Graham passavam sempre de novo em minha pequena mente: “Do que o mundo mais precisa é de Jesus Cristo,” e eu estava contente que eu tinha encontrado Cristo quando meu próprio pai me batizou em Cristo quando eu tinha oito anos.
Eu olhei para o meu belo pai com orgulho. Suas fortes mãos agarraram a direção e seus olhos sábios nos guiaram pelos labirintos das estradas rurais, para casa.
Naqueles tempos, eu não tinha dúvida de quem era o maior pregador do mundo.
Eu sabia que até mesmo Billy Graham concordaria comigo nisso.
“Billy, apresento-lhe meu pai.”

Billy Graham. Crescendo a fé com Billy Graham. Ed. SBN

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