terça-feira, 5 de maio de 2015

Adulteração de trindades

De modo semelhante, quando vemos, de verdade, quem Deus É, e testemunhamos a ação de Seu amor, misericórdia, fidelidade e justiça, somos impelidos ao louvor, que jorra de dentro de nós sem que possamos resistir. Seremos obrigados a expressar nossa admiração frente ao nosso Deus.
Essa doxologia, em particular, que começa a carta aos Efésios (1:3-14) gira e torno dos versículos 6, 12 e 14, com a frase “para louvor de Sua Glória”. Se olharmos mais atentamente, veremos que o assunto dos versículos 3 a 6 é o Pai, os 7 a 12 falam sobre o Filho e o 13 e 14 se referem ao Espírito Santo. O que aprendemos sobre o pai na primeira seção é tão maravilhoso que não há como não passar a viver para o louvor de Sua Glória. O que a seção seguinte nos diz sobre o Filho e o que fez por nós faz-nos vibrar de tal maneira que não podemos deixar de viver para o louvor de Sua Glória. A convicção cheia de fé que obtemos ao ler a seção final sobre o espírito Santo inunda-nos com uma alegria tão grande que não há como viver para o louvor da Sua Glória.
Parte da fraqueza de muitas igrejas esse início de século deriva de um fato: nossa doxologia não trata a Trindade como deveria. Todos sabem que é verdade que algumas igrejas se especializam no Espírito Santo, dando pouca atenção ao Pai e ao Filho, enquanto que outras colocam a ênfase em Jesus, excluindo os outros dois membros da Trindade Suprema. Se não damos importância igual a todas as três Pessoas da Trindade, nossa fé fica um pouco desequilibrada. Se meu interesse é apenas manter um relacionamento pessoal e chegado com Jesus, perco a reverência, essencial ao que as Escrituras chamam de “o temor do Senhor”. Se me voltar apenas para o Espírito Santo e o poder que Ele me concede, tomo como normal o imenso sacrifício que Jesus Cristo fez para que esse poder fosse acessível a mim e esqueço-me do infinito amor demonstrado pelo Pai ao dar Seu Filho ao mundo. Sendo muito fácil adulterarmos nossas trindades (tanto sutilmente quanto abertamente), é vital para nossas comunidades cristãs que demos vigor ao pensamento genuíno sobre a Trindade, para que possamos entender quem somos e a partir daí ser continuamente renovados e transformados em resposta ao Deus Trino.

Peterson, Eugene. O pastor desnecessário. Ed. Textos. 

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