domingo, 1 de abril de 2012

A Oliveira Fiel

“Porém a oliveira lhes respondeu: Deixaria eu do meu
óleo, que Deus e os homens prezam em mim, e iria pairar sobre as árvores?”,
(Jd9:9).

As árvores estavam sob o governo de Deus, e não
queriam rei; mas nesta fábula, elas “se foram”, e desse modo renunciaram a seu
verdadeiro lugar. Então procuraram ser iguais aos homens, esquecidas de que
Deus não as fizera, a fim de se comformarem a uma raça decaída. Revoltando-se,
elas se esforçaram por aliciar as melhores, que haviam permanecido fiéis.
I – AS PROMOÇÕES APARENTES NÃO DEVEM ATRAIR-NOS
A pergunta a ser feita é: “Deixaria eu?”
A ênfase deve recair sobre o pronome eu. Deixaria eu? Se Deus me deu dons
peculiares ou graça especial, é para que eu
passe a brincar com esses dons? Deveria eu abrir mão deles, a fim de obter
honra para mim mesmo? (Ne6:11). Uma posição mais elevada pode parecer
desejável, mas seria certo obtê-la a tal custo? (Jr45:5).
Posso esperar a bênção de Deus sobre trabalho
estranho? Formule a pergunta no caso de riqueza, honra, poder, que são postos
diante de nós. Deveríamos agarrar-nos a eles, com risco de viver menos em paz,
de sermos menos santos, menos dados à oração, menos úteis?
II – NÃO SE DEVE BRINCAR COM AS VANTAGENS REAIS
A maior vantagem da vida é ser útil, tanto para Deus
como para os homens. “Por mim elas honram a Deus e ao homem”. Devemos prezar
esse alto privilégio de todo o coração.
Também podemos opor-nos às tentações, refletindo que a
perspectiva é surpreendente. “Deixaria eu o meu óleo?” para uma oliveira fazer
isso seria desnatural: para um crente deixar a vida santa seria pior, (Jó6:68).
O
retrospecto seria terrível – ‘deixar o meu óleo”. O que deve significar deixar
a Graça, a Verdade, a Santidade de Cristo? Lembre-se e Judas.
Tudo
terminaria em desapontamento, pois nada poderia compensar a perda do Senhor.
Tudo o mais é morte, (Jr17:13).
III
– DEVE-SE TIRAR PROVEITO DA TENTAÇÃO.
Aprofundemos
mais a raiz. A mera sugestão para deixar nosso óleo deveria fazer que nos
agarrássemos mais depressa a ele. Sintamo-nos mais contentes, e falemos mais
carinhosamente de nosso estado de Graça, para que ninguém ouse seduzir-nos.
Quando Satanás nos vê firmados de modo feliz, tem menos esperança de
derrotar-nos.

Muitos,
com o fito de obter salário mais elevado, têm deixado o companheirismo santo e
oportunidades sagradas de ouvir a Palavra e crescer em Graça. Tais pessoas
são tão tolas como os pobres índios, que deram ouro aos espanhóis , em troca de
miçangas. As riquezas obtidas com o empobrecimento da alma sempre constituem
maldição. Aumentar os negócios de sorte que não possam comparecer aos cultos é
tornar-se realmente mais pobres; abrir mão do prazer celestial e, em troca,
receber cuidados terreais é uma lamentável variedade de comércio. (George
Herbert).

Spurgeon, “Esboços Bíblicos”, Shedd Publicações,

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