quinta-feira, 28 de novembro de 2013
Rendição # submissão
Os cristãos falam muitas vezes da
necessidade de submissão a Deus. Mas há uma diferença entre submissão e
rendição. A primeira é a aceitação consciente da realidade. Há uma rendição
superficial, mas a tesão continua. Digo que aceito quem sou, mas não aceito tão
completamente que esteja disposto a realmente demonstrar como sou. Trata-se de uma aceitação indolente, que pode
ser descrita por palavras como resignação,
complacência, reconhecimento, concessão. Repousa ali um sentimento de
reserva, um esforço na direção da não aceitação.
Em contrapartida, a rendição é o
momento quando minhas forças de resistência param de agir, quando não posso
fazer mais nada, exceto responder ao chamado do Espírito. “O estado emocional
da rendição”, escreve o dr. Harry S. Tiebout, “e um estado no qual existe uma
persistente capacidade para aceitar a realidade. É um estado realmente positivo
e criativo”.
A capacidade de se entregar é um
dom de Deus. Por mais que ansiosamente possamos desejar isso, por mais que
diligentemente possamos nos esforçar para obter isso, a rendição não pode ser
alcançada por empenho pessoal.
Entretanto, a intensidade de
nosso desejo importa. Nossa dedicação para o crescimento é o determinante
isolado mais importante do desenvolvimento espiritual. Sem intenso compromisso
interior somos pouco mais do que diletantes praticando jogos espirituais. A
pérola de grande valor – a mente de Cristo – deve ser o mais valioso tesouro em
nossa vida, e devemos procurá-la na oração perseverante, na cura sacramental e
na força da comunidade cristã.
Somente então se revelará em
nossa vida o milagre da transparência, do amor e da unidade. “Se vocês, apesar
de serem maus, sabem dar boas coisas aos seus filhos, quanto mais o Pai que
está nos céus dará o Espírito Santo a quem O pedir!” (Lc11:13). É vontade de Deus que
cresçamos em santidade (1Ts4:70, conheçamos a verdade que nos liberta (jo8:32)
e nos alegremos com uma alegria que ninguém pode tirar de nós (Jo 16:22).
Brennan Manning. Convite à loucura. Ed Mundo
Cristão.
segunda-feira, 18 de novembro de 2013
Que tempo é o tempo?
Andar com Deus é um exercício de
paciência porque é um exercício de obediência.
Deus disse para ficar, a gente
fica; Ele disse para a gente esperar, a gente espera. Porque agora nós estamos
sob a direção do relógio de Deus e não do nosso.
Então, andar com é um exercício
de paciência porque é um exercício de obediência.
E o tempo de Deus não é o nosso
tempo. Aliás, de um modo quase geral, o tempo de Deus sempre esmaga a nossa
relação com o tempo. Porque a nossa relação com
O tempo é sempre tensa, horrível.
Porque o tempo está sempre contra nós, o tempo está sempre nos avisando o quanto
nós já gastamos. Ele não avisa quanto tempo a gente tem.
O tempo avisa o tempo que a gente
já usou.
Então a gente está sempre
correndo contra o tempo, de modo que o tempo não é nosso aliado. Mas é aliado
de Deus!
Então, assim como nós fugimos do
tempo, corremos contra o tempo e tentamos vencê-lo; Deus, ao contrário, usa
muito bem o tempo. Ele usa muito bem o tempo.
Porque Deus trabalha com a lógica
da vida. E a lógica da vida é a lógica da semeadura: do crescimento, do
nascimento e do amadurecimento. Essa é a lógica da vida. Deus trabalha com esta
lógica, aí, o tempo é aliado de Deus.
Nós trabalhamos com outra lógica,
a de que o tempo está me dizendo que eu já gastei boa parte do que eu tinha e
eu não sei quanto tempo eu tenho. E quem não sabe quanto tempo tem, tem muito
pouco tempo. Então, é uma tensão constante.
Aí, o Senhor diz: Espera!, fica
aquela sensação de que Deus não está vendo o que está se aproximando de nós e
que vem com uma velocidade que provavelmente não dará tempo dEle fazer coisa
nenhuma. Então, a gente diz para Deus: Deus, o Senhor não tem mais tempo! E
Deus diz: Não! Eu tenho todo o tempo do mundo. Espera!
É uma arte. Viver com Deus é uma
arte. A arte de não se deixar vencer pelo tempo.
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